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Mercado de Capitais

- Publicada em 11 de Abril de 2017 às 19:56

Ações da Azul estreiam com ganho de 6,67%

Abertura de capital da companhia totalizou cerca de R$ 2 bilhões

Abertura de capital da companhia totalizou cerca de R$ 2 bilhões


RENATO S. CERQUEIRA/RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/FOLHAPRESS/JC
No mesmo dia em que as ações da Azul estrearam na bolsa, o governo anunciou que enviará projeto de lei ao Congresso para permitir a abertura de 100% do capital das companhias aéreas brasileiras ao investimento estrangeiro. Como consequência, as ações PN (preferenciais) da Azul chegaram a subir mais de 9% no início da sessão, mas fecharam o pregão de ontem com ganho de 6,67%, a R$ 22,40 cada. Os papéis preferenciais da rival Gol subiram 6,63%, a R$ 10,30.
No mesmo dia em que as ações da Azul estrearam na bolsa, o governo anunciou que enviará projeto de lei ao Congresso para permitir a abertura de 100% do capital das companhias aéreas brasileiras ao investimento estrangeiro. Como consequência, as ações PN (preferenciais) da Azul chegaram a subir mais de 9% no início da sessão, mas fecharam o pregão de ontem com ganho de 6,67%, a R$ 22,40 cada. Os papéis preferenciais da rival Gol subiram 6,63%, a R$ 10,30.
Atualmente, estrangeiros só podem ter até 20% de uma empresa aérea. "A medida vem como uma tentativa de garantir mais competitividade, e destravar investimentos para o setor, além de buscar novos investidores com aptidão para investir em companhias aéreas no Brasil", escrevem analistas da Guide Investimentos em relatório.
"A demanda de papéis da Azul por estrangeiros foi forte, demonstrando o apetite pelo setor", afirma o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos. "Sobre a Gol, os dados da companhia em março foram positivos e colaboraram para a alta", afirma.
A oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Azul foi precificada na segunda-feira a R$ 21,00 por ação. Incluindo a oferta primária (ações novas) e secundária (de papéis detidos pelos sócios da companhia), a operação movimentou 96,2 milhões de ações, totalizando cerca de R$ 2 bilhões. O valor representa a maior abertura de capital desde 2013 (a BB Seguridade levantou R$ 11 bilhões). Os papéis estão listados no Nível 2 de governança corporativa da bolsa, sob o código "AZUL4".
O presidente da Azul, Antonoaldo Neves, avalia que o interesse de investidores pela abertura de capital da companhia (IPO, na sigla em inglês) é um indicativo de que o Brasil está saindo da recessão econômica. "Para o Brasil, o IPO da Azul é um marco histórico. É um exemplo que investir no Brasil voltou a ser interessante", disse ele, durante a cerimônia de início de negociações das ações da companhia.
Segundo o executivo, o IPO ocorreu porque as condições de mercado permitiram e que os recursos que ficarão no caixa da empresa a deixarão mais estruturado para o crescimento futuro. "Há dois anos, quando a crise começou, a palavra que usamos foi resiliência. Não seríamos derrubados pela crise", afirmou, mas sem dar detalhes sobre o uso específico dos recursos levantados.
O presidente da B3 (fusão de BM&FBovespa e Cetip), Edemir Pinto, afirmou que o IPO da Azul mostra o interesse do estrangeiro. Segundo ele, cerca de 80% do valor da operação é provenientes de estrangeiros, e a demanda superou em quase cinco vezes a oferta. "O empresário e o investidor brasileiro vão demorar um pouco mais para investir, mas o estrangeiro já começou a fazer isso porque olha mais o longo prazo."
Ele espera que as ofertas de ações (incluindo aquelas de empresas já listadas na bolsa) somem R$ 25 bilhões neste ano, mas o número pode subir se a reforma da Previdência for aprovada até junho. "Se a reforma for aprovada dentro do prazo, não tenho dúvidas que esse número ficará aquém. Vamos ter uma avalanche de investidores estrangeiros", afirmou.

Ibovespa alterna sinais e registra recuo de 0,45% após 'lista de Fachin'

O Índice Bovespa alternou altas e baixas durante todo o pregão de ontem influenciado por fatores internos, externos e por questões técnicas. O noticiário geopolítico internacional, a reforma da Previdência e o noticiário sobre a Lava Jato foram os principais drivers dos negócios com ações. Na última hora de negociações, a notícia sobre a "lista de Fachin" foi decisiva para a queda de 0,45% do Ibovespa, que terminou o dia aos 64.359 pontos. O volume financeiro somou R$ 8,024 bilhões.
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de inquérito contra nove ministros do governo Temer, 29 senadores e 42 deputados federais, entre eles os presidentes das duas Casas. O grupo faz parte do total de 108 alvos dos 83 inquéritos que a Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou ao Supremo com base nas delações dos 78 executivos e ex-executivos do Grupo Odebrecht, todos com foro privilegiado no STF.
A informação teve impacto direto nas ações de empresas de controle estatal, que refletem mais claramente o risco político na bolsa. As ações do Banco do Brasil, que operavam em alta, inverteram a tendência e passaram a cair. Ao final do pregão, se recuperaram e terminaram o dia em alta de 0,09%. Já as ações da Petrobras, que já vinham operando em queda, acentuaram a tendência e terminaram o dia com perdas de 2,43% (ON) e 1,74% (PN).
"No geral, os nomes divulgados não chegaram a representar surpresa, uma vez que vários deles já vinham sendo apontados antecipadamente. Isso significa que muito provavelmente o presidente Michel Temer conseguirá terminar seu mandato. Por outro lado, as investigações contra importantes articuladores do governo podem trazer riscos à reforma da Previdência", disse Luís Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.

Cenário internacional e temores domésticos levam dólar a subir 0,18%

Riscos geopolíticos no cenário internacional, com novos desdobramentos na Síria e na Coreia do Norte, e receios em relação ao andamento da reforma da Previdência, acrescidos de temores políticos, ajudaram o dólar a fechar em alta ante o real ontem, após uma sessão volátil.
O dólar à vista no balcão terminou com alta de 0,18%, a R$ 3,1421. O giro registrado na clearing de câmbio da B3 foi de US$ 1,932 bilhão.