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Mercado de Capitais

- Publicada em 10 de Abril de 2017 às 21:43

Captações de empresas sobem 139% em 2017

A perspectiva de uma taxa de juros mais baixa e a possível retomada do crescimento fizeram com que as empresas brasileiras conseguissem levantar mais recursos no mercado de capitais neste início de ano. O total de emissões (de ações ou títulos de dívida) somou R$ 52,2 bilhões no primeiro trimestre, um crescimento de 139% na comparação com igual período de 2016, segundo dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
A perspectiva de uma taxa de juros mais baixa e a possível retomada do crescimento fizeram com que as empresas brasileiras conseguissem levantar mais recursos no mercado de capitais neste início de ano. O total de emissões (de ações ou títulos de dívida) somou R$ 52,2 bilhões no primeiro trimestre, um crescimento de 139% na comparação com igual período de 2016, segundo dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Só no caso do mercado de ações, o crescimento foi de quase nove vezes, chegando a R$ 7,2 bilhões, ante operações que somaram apenas R$ 800 milhões no primeiro trimestre do ano passado. "Acredito que foi um excelente início do ano. Os juros em queda, o controle da inflação e a perspectiva de crescimento mostram que a renda variável pode ter um grande impulso em relação aos últimos anos, que foram muito mornos", avaliou José Eduardo Laloni, diretor de mercados de capitais da Anbima.
No início de 2017, a Movida e os laboratórios Hermes Pardini fizeram suas aberturas de capital (IPO, na sigla em inglês); e a CCR e a Lojas Americanas fizeram emissões subsequentes de ações (follow on), que juntas totalizaram R$ 7,2 bilhões. Devem ser concluídos nos próximos dias o IPO da Azul (a previsão é que o resultado saia nesta segunda, após o fechamento dos mercados) e o follow on da Log e Alupar, além da conclusão da operação do Santander Brasil.
Nas operações de renda fixa no exterior, a alta foi de 478%, chegando a R$ 31,6 bilhões. Laloni lembrou que, além dos grandes emissores frequentes, como a Vale e o Tesouro Nacional, o mercado esteve aberto para empresas grandes como Fibria, Suzano e Raízen.
Já no mercado de renda fixa doméstico, o volume total chegou a R$ 12,6 bilhões, um recuo de 4,2%. Esse volume ficou concentrado nas operações com incentivo fiscal (isenção do IR para pessoa física), como as debêntures incentivas e os Certificados de Recebíveis Agrícolas e Imobiliários (CRAs e CRIs).
Laloni vê uma maior demanda por essas operações a partir da concretização da queda da taxa de juros. Ele também espera que a reforma da Previdência seja aprovada, o que dará uma maior confiança por parte dos investidores no Brasil. "Acredito que, até o final do segundo trimestre, teremos essa aprovação. Estamos confiantes no avanço das reformas estruturantes, mas é claro que é uma negociação, e não dava para esperar que seria aprovado em 30 dias", disse.

Indústria de fundos tem maior captação líquida da história

A indústria de fundos brasileira apresentou no primeiro trimestre a maior captação líquida da sua história, com R$ 108,6 bilhões, segundo levantamento divulgado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O montante é quase três vezes maior do que o observado no mesmo intervalo de 2016.
De acordo com a entidade, os fundos de renda fixa e multimercados lideram a captação da indústria no ano. Fundos de previdência apresentam a maior captação no 1º trimestre desde o início da série histórica, em 2002. No primeiro trimestre do ano, a captação líquida em renda fixa foi de R$ 74,2 bilhões e em multimercados, foi de R$ 20,2 bilhões.
"Vemos um fluxo maior em multimercados e começando para os fundos de ações, mas ainda predominantemente em renda fixa. Essa captação está bem diversificada e vem em todos os segmentos", destacou o vice-presidente da Anbima, Carlos Ambrósio. Em termos de rentabilidade, os fundos de small caps tiveram rentabilidade no acumulado do ano até março em 13,65%, os de ações índice ativo de 8,92% e os multimercados macro, de 5,88%.
Os investidores deverão seguir com uma busca gradual por ativos de mais risco, o que já começa a se evidenciar na alocação dos fundos de investimento no primeiro trimestre deste ano. Segundo Ambrósio, esse movimento não deverá ser abrupto, mas a entrada para os fundos multimercados e os de ações devem continuar crescendo em cenário de corte de juros.
O cenário político, com um panorama das eleições presidenciais em 2018 ainda incerto, deve trazer volatilidade ao mercado. Apesar disso, a expectativa é de que o fluxo de entrada na indústria de fundos deverá continuar a crescer ao longo do ano.
Segundo Ambrósio, existe ainda um movimento de realocação por parte dos investidores diante de um cenário de queda de juros, vindo de produtos de renda fixa, o que deve gerar fluxo positivo aos fundos.
O novo modelo de compartilhamento de garantias que deverá ser apresentado nesta semana pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) deverá multiplicar a capacidade de apoio da instituição de fomento aos empreendimentos, disse o diretor da Anbima, José Eduardo Laloni.
Segundo o executivo, a entidade teve contatos constantes com o Bndes para contribuir com o assunto. "O importante é que o mercado de capitais e o Bndes passarão a ser atores em conjunto", destacou.
Na semana passada, a presidente do Bndes, Maria Silvia Marques, disse que a mudança deverá conceder um tratamento mais equitativo no compartilhamento.