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Opinião

- Publicada em 19 de Abril de 2017 às 21:43

Para reduzir custos logísticos, empresas compartilham frotas e cargas

A dependência brasileira do modal rodoviário é muito conhecida. Para otimizar suas viagens e reduzir os custos logísticos do transporte de mercadorias, algumas empresas estão criando programas de compartilhamento de frotas e cargas.
A dependência brasileira do modal rodoviário é muito conhecida. Para otimizar suas viagens e reduzir os custos logísticos do transporte de mercadorias, algumas empresas estão criando programas de compartilhamento de frotas e cargas.
É bastante simples. Depois de realizar uma entrega, ao invés de retornar vazio ao centro de distribuição, o caminhão para em uma empresa parceira e pega uma nova carga para o trajeto de volta.
Em outros casos, quando uma empresa precisa realizar uma entrega, mas ainda não tem encomendas suficientes para encher um baú, ela pode dividir o frete com outra companhia que vai fazer o mesmo trajeto.
Isso impede que os veículos circulem abaixo da capacidade ou que as empresas tenham que esperar até atingir um determinado nível de encomenda para despachar seus produtos. Os custos são compartilhados, a logística é destravada, e a emissão de gases nocivos para a atmosfera é reduzida.
O mercado de seguros é favorável a esse tipo de iniciativa. O aumento no volume de cargas transportadas contribuiu para o incremento dos prêmios de seguros em 2016. De acordo com a Susep (Superintendência de Seguros Privados), a carteira de transportes produziu, no ano passado, R$ 2,5 bilhões em prêmios de seguros.
Mesmo assim, as empresas devem tomar alguns cuidados antes de decidir compartilhar suas frotas e cargas. Caso contrário, elas podem ter impactos negativos na operação logística, principalmente no que diz respeito aos riscos e seguros. Em 2016, a carteira de seguros de transportes devolveu aos segurados na forma de indenizações o montante de R$ 1,5 bilhão. Ou seja, 62% dos prêmios arrecadados ao longo do ano.
Antes de compartilhar as cargas, as empresas devem levar em consideração o risco de roubo. "Uma quadrilha especializada pode assaltar um caminhão pelo interesse em produtos de alto valor agregado. Não indicamos que essas cargas dividam o mesmo caminhão com outras de menor interesse para os bandidos. Isso aumenta desnecessariamente a exposição para os riscos de roubo", explica.
Quando a sinistralidade da carteira de seguros aumenta, as seguradoras tendem a aumentar os preços e impor restrições para certas mercadorias. "Nesse caso, todos saem perdendo. Por isso é fundamental que as estratégias de logística sejam acompanhadas de perto por um corretor de seguros especializado em transportes."
Além disso, o acondicionamento das mercadorias no caminhão deve ser feito de maneira cuidadosa para que, durante o trajeto, uma carga não caia sobre a outra, ocasionando danos por impacto ou fricção.
Também é preciso analisar os tipos de mercadorias que serão compartilhadas em um mesmo caminhão. "É fundamental assegurar a compatibilidade físico-química das mercadorias para evitar o risco de uma carga contaminar a outra".
Diretor de Transportes da consultoria e corretora de seguros Aon

Depois de decisões contra a Uber, Justiça nega vínculo com motorista

Juíza não reconhece vínculo devido à característica de total liberdade do profissional

Juíza não reconhece vínculo devido à característica de total liberdade do profissional


CLAITON DORNELLES /CLAITON DORNELLES/JC
A Justiça do Trabalho deu ganho de causa à Uber em uma ação em que ex-motorista pedia o reconhecimento de vínculo empregatício entre ele e a empresa após ter sido excluído do serviço.
Em sua decisão, a juíza Tamara Gil Kemp (da 10ª vara do trabalho no Distrito Federal) considerou que a relação entre o motorista e a empresa era de parceria, com divisão de ganhos (75% da receita das corridas indo para o motorista e 25%, para a Uber).
A decisão é de 1ª instância e cabe recurso. Na ação, o motorista William Miranda da Costa afirmou que havia sido contratado pela Uber em 1 de agosto de 2016, sem registro em carteira de trabalho, para desempenhar a função de motorista executivo.
Ele disse que foi dispensado sem justa causa em 19 de setembro do mesmo ano, sem receber verbas rescisórias. Em sua defesa, a Uber afirmou que, na verdade, foi contratada pelo motorista para que ele pudesse realizar o serviço de transporte de passageiros, sem ter havido relação de emprego. A empresa afirma que o motorista foi desligado em setembro devido a má avaliações recebidas na plataforma.
Segundo a magistrada, o profissional tinha total liberdade em sua atividade, não se submetendo a horários e a qualquer ingerência da empresa. Por isso, não haveria elementos que denotem subordinação.
A juíza escreve ter levado em conta o depoimento do próprio motorista para chegar a sua decisão. Ele teria dito que poderia ficar com o aplicativo desligado e trabalhar quando lhe fosse conveniente, sem que isso acarretasse punições. A reportagem entrou em contato com a defesa do motorista William da Costa, que preferiu não se manifestar neste momento.
A decisão vem a público uma semana depois de a Uber ter sofrido derrotas na série de ações movidas por motoristas que querem o reconhecimento de vínculo empregatício entre eles e a empresa.
Há duas semanas, a Justiça do Trabalho de São Paulo reconheceu relação de emprego entre a companhia e o motorista Fernando dos Santos Teodoro, que prestou serviços por meio do aplicativo de dezembro de 2015 até junho de 2016.
Decisão semelhante havia sido tomada em Minas Gerais durante o mês de fevereiro. A Uber informou que vai recorrer nos dois casos.

Ciclistas testam aplicativos para ajuda mútua


FREDY VIEIRA/FREDY VIEIRA/JC
Ciclistas de grandes cidades estão desenvolvendo aplicativos de smartphones para se ajudarem mutuamente diante do desafio de se deslocar de bicicleta nas metrópoles, em meio ao trânsito e, por vezes, enfrentando violência. Dois dos aplicativos, o Alerta Bike e o Bike Ajuda, desenvolvidos em Curitiba e em São Paulo, respectivamente, facilitam a cooperação entre os ciclistas vítimas de assaltos ou que estejam enfrentando uma quebra mecânica longe de casa.
"Os ciclistas naturalmente cooperam entre si, se ajudam mesmo. Essa comunidade já existe, o aplicativo foi o modo de tentar otimizar isso", disse o ciclista Daniel Moral, idealizador do Bike Ajuda. Ele conta que teve a ideia de criar o aplicativo quando pedalava na ciclovia da avenida Faria Lima, na capital paulista. O pneu de sua bicicleta furou, e ele estava atrasado para uma reunião. "Comecei a parar o pessoal, ver quem poderia me ajudar, e uma pessoa me ajudou, tinha lá remendo, tudo, e resolveu o meu problema. Naquela hora, eu pensei: precisa ter um formato, um mecanismo para eu conseguir automatizar isso."
O Bike Ajuda, desenvolvido por Moral, funciona da seguinte forma: quando o ciclista enfrenta um problema, como uma quebra mecânica, ele aciona o botão de emergência no aplicativo. O programa emite uma mensagem de socorro para todos os ciclistas que utilizam a ferramenta eletrônica e estejam nas proximidades do ocorrido.
"O GPS do celular localiza onde você está, informa sua localização e dispara a mensagem em um raio de cinco quilômetros para todos os ciclistas cadastrados que estiverem mais próximos. Ele vai encontrar algum ciclista, ou um mecânico profissional. O mecânico é o único que pode cobrar pelo serviço, o ciclista é voluntário", explicou.
Caso nenhum ciclista ou mecânico seja encontrado, o Bike Ajuda, então, informa uma lista de oficinas de bicicletas das proximidades, em que se possa buscar socorro. O aplicativo gratuito, disponível até o momento apenas para celulares da Apple, será lançado nos próximos meses também para o sistema Android. Em funcionamento desde outubro de 2016, a ferramenta tem sido utilizada, na maioria das vezes, para buscar socorro para ocorrências de pneu furado, e também para a localização de oficinas mais próximas.
O professor e ciclista Jackson Luís Cunha, idealizador do Alerta Bike, desenvolveu o aplicativo devido ao alto índice de roubos de bicicletas em Curitiba. A ferramenta funciona de maneira similar ao Bike Ajuda, usando a rede de usuários para ajudar um ciclista em perigo.
"Eu desenvolvi, e usávamos entre amigos. Inclusive tivemos a felicidade, enquanto o aplicativo era beta (versão de teste) e só nós tínhamos, aconteceu um furto, e nós conseguimos localizar a bicicleta em menos de duas horas", disse. Objetivo do aplicativo é alertar pessoas em caso de furto ou roubo.