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Política

- Publicada em 14 de Março de 2017 às 17:16

Lula diz sofrer 'massacre' em depoimento a juiz

Ex-presidente petista chegou para depor na Justiça Federal, em Brasília, mas depoimento não pôde ser divulgado

Ex-presidente petista chegou para depor na Justiça Federal, em Brasília, mas depoimento não pôde ser divulgado


ABR/JC
Em depoimento prestado ontem na Justiça Federal de Brasília, por uma hora, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se disse vítima "quase que de um massacre", que está cansado de ouvir rumores sobre sua prisão, e negou ter interferido na delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Em depoimento prestado ontem na Justiça Federal de Brasília, por uma hora, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se disse vítima "quase que de um massacre", que está cansado de ouvir rumores sobre sua prisão, e negou ter interferido na delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Logo nos primeiros minutos do depoimento, Lula disse que acordava todos os dias com medo de jornalistas estarem na porta de seu apartamento, em São Bernardo do Campo (SP), esperando sua prisão. 
"Você sabe o que é levantar todo dia achando que a imprensa está na porta de casa, porque eu vou ser preso? É porque não sei quem delatou, 'o Lula vai ser preso'", disse ao juiz Ricardo Augusto Soares Leite.
Lula também ironizou o comportamento do ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS), que concedeu entrevistas após ter assinado um acordo de delação premiada na Lava Jato. "Parecia que ele tinha recebido o 'Prêmio Nobel da Delação'. Ele foi no (programa de TV) 'Roda Viva'. Depois que faz a bobagem que faz, se é que fez, ele queria jogar no colo de alguém."
O ex-presidente se tornou alvo do processo no qual prestou depoimento ontem após ser citado por Delcídio e pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró em acordos de delação premiada. Ele é acusado de tentar dissuadir Cerveró de fechar a colaboração com a Justiça, e a pena prevista para o crime é de 3 a 8 anos de reclusão mais multa.
Esta é a primeira vez em que Lula é ouvido como réu desde o início da Lava Jato, em março de 2014. Além desse caso, ele é réu em mais duas ações penais na 10ª Vara de Brasília e em outras duas em Curitiba (PR), na vara do juiz federal Sérgio Moro.
Em abril do ano passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez ao Supremo Tribunal Federal (STF) um aditamento à denúncia original que ele havia apresentado em dezembro de 2015, para incluir na acusação Lula, seu amigo e pecuarista José Carlos Bumlai e o filho do fazendeiro, Maurício Bumlai.
A primeira denúncia tinha como alvos Delcídio, seu assessor Diogo Ferreira Rodrigues, o banqueiro André Esteves e o advogado Edson de Siqueira Ribeiro. Com a cassação do mandato de Delcídio pelo Senado, o processo foi distribuído à Justiça Federal de Brasília.
Segundo Delcídio, que era líder do PT no Senado, o ex-presidente Lula manifestou em uma reunião em 2015 "grande preocupação com a situação de José Carlos Bumlai em relação às investigações da Lava Jato", pois temia que o fazendeiro fosse preso "em razão das colaborações premiadas que estavam vindo à tona", em especial a de Cerveró e a do lobista Fernando Baiano.
Delcídio afirmou que os Bumlai fizeram à família Cerveró cinco pagamentos, em parcelas de R$ 50 mil cada uma, de maio a setembro de 2015. No final daquele ano, porém, o filho de Cerveró, Bernardo, contatou a Procuradoria e relatou o plano para calar o seu pai. Delcídio foi preso e depois se tornou colaborador.
No decorrer da apuração aberta pela PGR, Lula foi ouvido pelos investigadores. Ele reconheceu sua amizade com Bumlai e confirmou que se reuniu com Delcídio para discutir "aspectos da Operação Lava Jato", mas negou ter ordenado ou tido conhecimento de pagamentos à família Cerveró. Os dois Bumlai também negaram participação na compra do silêncio de Cerveró.
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