Sem expectativa de alta hospitalar, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), apresentará amanhã um novo atestado médico para prolongar seu afastamento temporário do cargo.
O tempo que será solicitado, contudo, ainda não foi definido pelo peemedebista, que tem discutido o assunto com familiares e assessores. A tendência é de que seja de pelo menos mais uma semana, o que pode ser posteriormente postergado para um período de trinta dias.
O ministro foi submetido, no final de fevereiro, a uma cirurgia para retirada da próstata e, com a licença médica, mantém o foro privilegiado. O prolongamento do afastamento tem servido ao presidente Michel Temer (PMDB) para calcular o dano político de perder o seu principal braço-direito no Palácio do Planalto.
O ministro, que já havia sido citado em delação premiada, deve ser um dos nomes apontados na lista de pedidos de investigação da Procuradoria-Geral da República, que deverá ser apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana. A avaliação no Palácio do Planalto é de que um pedido de investigação contra Padilha aumentará a pressão para que ele deixe o cargo, mas o presidente tem afirmado nos bastidores que ele só será afastado definitivamente se virar réu, respeitando critério criado no mês passado.
No período da ausência, deve assumir a Casa Civil o secretário-adjunto, Daniel Sigelmann. Caso a licença seja mais uma vez ampliada, o presidente discute escalar informalmente alguém de mais confiança e que tenha mais "jogo de cintura" para tratar de questões administrativas e políticas.
Os dois principais nomes considerados são do assessor especial Rodrigo Rocha Loures e do subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha.