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Opinião

- Publicada em 15 de Março de 2017 às 17:13

A inversão da gangorra

Heitor Klein
Ao contrário do ano passado, quando vivíamos um momento de contração da demanda interna por calçados ao passo que as exportações indicavam uma espécie de "porto seguro" da atividade, em 2017 a gangorra se inverteu. Com uma política internacional influenciada pelas atitudes do polêmico presidente norte-americano Donald Trump, a taxa cambial perdeu qualquer rumo.
Ao contrário do ano passado, quando vivíamos um momento de contração da demanda interna por calçados ao passo que as exportações indicavam uma espécie de "porto seguro" da atividade, em 2017 a gangorra se inverteu. Com uma política internacional influenciada pelas atitudes do polêmico presidente norte-americano Donald Trump, a taxa cambial perdeu qualquer rumo.
Como sabemos, para o exportador dois fatores são essenciais: um câmbio estável e com o dólar cotado em nível de competitividade e que proporcione a formação de preços adequados ao mercado internacional. Já a estabilidade se faz fundamental porque a mudança brusca dos valores prejudica as negociações internacionais, com preços instáveis gerando insegurança para os agentes envolvidos na operação.
No final do ano passado, com um câmbio médio de R$ 3,40, os exportadores brasileiros lograram possibilidades interessantes de formação de preços. O resultado foi uma recuperação nas exportações de calçados, tendo a indústria do setor fechado o ano com uma receita gerada 4% superior à de 2015. Somente no último mês daquele ano, foram mais de US$ 128 milhões em calçados embarcados, muito acima da média mensal de 2016, que ficou na faixa de US$ 80 milhões.
Desde janeiro de 2017, convivendo com as incertezas do cenário econômico mundial, estamos trabalhando com um câmbio médio de R$ 3,15. Qual o reflexo disso na formação de preço? O pior possível. Seria ruim em qualquer caso, mas o momento em que essa valorização do real acontece torna o cenário ainda mais complicado. No primeiro bimestre de 2017, tivemos algumas das principais feiras internacionais do ano, tendo o preço do nosso produto, acima do praticado em 2016, repelido boa parte dos negócios.
Para 2017, ao que tudo indica, teremos mesmo que conviver com a inversão da gangorra. Esperemos uma recuperação da demanda doméstica e, a partir do controle da inflação, queda de juros, a esperada retomada do crescimento.
Presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados)
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