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Opinião

- Publicada em 13 de Março de 2017 às 17:13

Lista de Janot preocupa o mundo político brasileiro

A chamada Lista de Janot, alusão ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem pedidos para dezenas de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), com base nas delações premiadas de 78 executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht. Os pedidos devem ser analisados pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo.
A chamada Lista de Janot, alusão ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem pedidos para dezenas de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), com base nas delações premiadas de 78 executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht. Os pedidos devem ser analisados pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo.
A lista incluiria nomes de parlamentares, ministros e até membro do Tribunal de Contas da União (TCU). Novamente, fica-se com duas sensações distintas e, em tese, conflitantes, ou seja, alegria por ver que há investigações sérias, mesmo que demoradas, os que foram denunciados nas delações premiadas estão sendo levados à apreciação do Poder competente, mas, por outro lado, dá um desânimo ver tantos envolvidos em corrupção, ou, pelo menos, acusados de a ter praticado.
No fulcro da questão, está a doação feita por meio do chamado caixa-2. Ora, não dá para se aceitar que "nem toda doação por esse meio seja propina", conforme afirmou o falante ministro Gilmar Mendes, do STF, hoje investido no cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Como alguém vai julgar que doações de milhões de reais sejam feitas tirando dinheiro ganho licitamente de grandes empreiteiras sem a certeza de ganhos futuros ou, o que tem ocorrido, dinheiro surrupiado de obras públicas superfaturadas e com o conhecimento, explícito ou subentendido, dos responsáveis pelo setor?
E o fato de as doações terem sido declaradas não justifica a origem do dinheiro. Como o TSE pode saber se os valores vieram, ou não, do superfaturamento em obras dos governos?
Simplificando assim, "o dinheiro foi declarado na forma da lei", a maioria, senão todos os beneficiados, quer se eximir da responsabilidade, o que não é admissível.
Por isso, os brasileiros estão recebendo uma carga de denúncias jamais vista na história do País por conta dos desmandos levantados na Operação Lava Jato.
Felizmente, a economia começa a dar sinais de recuperação. O desemprego, aliás, é o grande drama de milhões de brasileiros que estão penando em busca de um trabalho formal para pagar suas contas no final do mês.
Enquanto isso, Rodrigo Janot tem buscado, graças à cooperação no exterior, a repatriação de somas bilionárias levadas para fora do Brasil. A Lava Jato recuperou cerca de R$ 3 bilhões, mas, informaram os procuradores que nela atuam que os desvios na Petrobras chegaram a R$ 110 bilhões, no mínimo.
No entanto, tudo e todos, independentemente de partido ou posição social, devem ser investigados. Desde o caso dos trens em São Paulo, nas campanhas eleitorais de Minas Gerais e na Usina de Belo Monte. Enfim, tudo e todos devem ser passíveis de explicar algumas coisas pouco entendidas pelos cidadãos.
E isso cabe à Justiça em seus diversos níveis, aos procuradores federais e à Receita Federal. Espera-se que a Lista de Janot siga os trâmites legais e os que forem, comprovadamente, culpados, sentenciados a pagar pelos desvios.
O Brasil tem que se reerguer, em meio a tantas dificuldades. E que tudo o que está ocorrendo fique registrado na memória social, política e administrativa do País, a fim de que os desmandos não se repitam, jamais, no futuro.
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