Ações judiciais contra Netanyahu ameaçam continuidade do governo

Somando os três anos de seu primeiro mandato (1996-1999) e os oito desde que voltou a ser primeiro-ministro (2009 até hoje), Benjamin Netanyahu já superou, em tempo no poder, o lendário premiê David Ben Gurion, fundador do Estado de Israel. Pode ser, no entanto, que a era Netanyahu esteja chegando ao fim antes do tempo planejado pelo líder do partido conservador Likud.

O motivo seriam quatro ações judiciais - apelidadas pela polícia de "1.000", "2.000", "3.000" e "4.000" - que envolvem alegações de corrupção, quebra de confiança e abuso de poder e que podem, em breve, se transformar em indiciamentos. A possibilidade está levando a política israelense a ventilar, nos bastidores, nomes de possíveis sucessores.

Um deles é Yair Lapid, ex-âncora de TV que acumula vitórias políticas com seu partido, o centrista Há Futuro, com a quarta maior bancada. No entanto, os principais competidores são da direita, sobretudo membros do Likud. Isso porque, de acordo com a lei local, se um premiê deixa o cargo, o partido pode simplesmente escolher internamente um novo líder. Os mais cotados são o ministro da Segurança Gilad Erdan (número 2 da legenda); o popular ministro dos Transportes, Israel Katz (que já anunciou candidatura); e o presidente do Parlamento, Yuli Edelstein.