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Internacional

- Publicada em 17 de Março de 2017 às 20:27

Em encontro, Trump diz que grampo de Obama o une a Merkel

Após receber cinco líderes estrangeiros, num séquito inaugurado pela primeira-ministra britânica, Teresa May, o presidente dos EUA, Donald Trump, encontrou-se nesta sexta (17) em Washington com a chanceler alemã, Angela Merkel. Em entrevista coletiva, na Casa Branca, os dois não esconderam divergências, mas ressaltaram os pontos de união.
Após receber cinco líderes estrangeiros, num séquito inaugurado pela primeira-ministra britânica, Teresa May, o presidente dos EUA, Donald Trump, encontrou-se nesta sexta (17) em Washington com a chanceler alemã, Angela Merkel. Em entrevista coletiva, na Casa Branca, os dois não esconderam divergências, mas ressaltaram os pontos de união.
Trump fez um gracejo para destacar as convergências: questionado sobre suas recentes declarações acerca de grampos telefônicos que teriam sido ordenados pelo ex-presidente Barack Obama, disse que ao menos nisso ele e a chanceler tinham "uma coisa em comum" -já que Merkel foi alvo de espionagem durante o governo democrata.
Merkel pareceu desconcertada com a resposta. Ela declarou estar contente com o encontro por ser melhor falar com o outro do que falar sobre o outro.
O presidente americano assegurou que seu governo apoia "fortemente" a Otan, a aliança militar ocidental, mas repetiu que os demais membros precisavam pagar de maneira mais justa e equilibrada.
A líder alemã, por sua vez, reiterou sua política em relação a refugiados, criticada por seu colega, que a classificou de "desastrosa" durante a campanha eleitoral. A chanceler destacou também a importância da União Europeia e os esforços da Alemanha para combater a milícia do Estado Islâmico e buscar a paz.
Os dois deram atenção a temas econômicos -Merkel foi a Washington acompanhada por um grupo de empresários, entre os quais executivos da BMW e da Siemens, que operam nos EUA e empregam dezenas de milhares de americanos. Trump voltou a advogar pela ampliação de empregos industriais e insistiu na sua retórica de defesa dos interesses dos trabalhadores americanos.
Numa resposta à imprensa alemã, o presidente rejeitou a ideia de que seria um "isolacionista" em termos de comércio internacional. "Sou um defensor do livre comércio", disse, antes de criticar a desigualdade de tratamento em relação aos EUA que vê nas relações econômicas internacionais.
A chanceler também fez uma breve regressão histórica, lembrando o papel fundamental dos EUA para reerguer a Europa após a Segunda Guerra e saudou o fato de os dois países serem hoje importantes aliados.
O presidente também foi questionado sobre as complicadas mudanças de seu projeto na área de saúde. Avaliou que logo o plano será votado e, mais uma vez, prognosticou o colapso o Obamacare, que chamou de "um desastre".
A visita foi cercada de interesse não apenas por reunir os governantes dos dois principais países ocidentais, mas pelas diferenças e potenciais conflitos que os separam. O antagonismo político não poderia ter ficado mais claro na campanha de Trump, que saudou como "maravilhosa" a saída do Reino Unido da União Europeia; cultivou relações controversas com o líder russo, Vladimir Putin; classificou a OTAN de "obsoleta"; e opôs-se à política alemã de acolhimento de refugiados.
Também nos aspectos pessoais as diferenças entre os dois são marcantes. Primeira e única mulher a chefiar o governo alemão, Merkel, que procura se comportar de maneira equilibrada, viveu sob o comunismo soviético da antiga Alemanha Oriental, foi criada por um pastor luterano e obteve um doutorado em física. Trump, por sua vez, é o filho ambicioso de um empreendedor imobiliário, que saiu do bairro de Queens, em Nova York, para ganhar bilhões e conquistar Manhattan, a TV, os tabloides e o mundo das celebridades.
Bem mais experiente do que neófito republicano, a chanceler alemã está no poder desde 2005 e poderá ganhar seu quarto mandato neste ano. Dada a simpatia de Trump por lideranças populistas de direita e seus rasgos autoritários, o site americano "Politico" escolheu um título irônico para um de seus textos sobre a visita: "Líder do mundo livre encontra-se com Trump".
Folhapress
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