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Geral

- Publicada em 22 de Março de 2017 às 23:28

Dmae descarta perigo de consumo da água de Porto Alegre

Em 2016, foram feitas 800 mil análises e gastos R$ 4 mi em carvão ativo

Em 2016, foram feitas 800 mil análises e gastos R$ 4 mi em carvão ativo


FREDY VIEIRA/JC
Isabella Sander
Aproveitando o ensejo do Dia Mundial da Água, celebrado ontem, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) de Porto Alegre apresentou o relatório das análises realizadas em laboratórios próprios e de São Paulo sobre o gosto e o odor terrosos sentidos pela população entre fevereiro e início de março. Segundo o diretor de Tratamento e Meio Ambiente do departamento, Marcelo Faccin, está descartado qualquer perigo de consumo.
Aproveitando o ensejo do Dia Mundial da Água, celebrado ontem, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) de Porto Alegre apresentou o relatório das análises realizadas em laboratórios próprios e de São Paulo sobre o gosto e o odor terrosos sentidos pela população entre fevereiro e início de março. Segundo o diretor de Tratamento e Meio Ambiente do departamento, Marcelo Faccin, está descartado qualquer perigo de consumo.
A justificativa dada pelo Dmae para a alteração no gosto e no odor é a mesma de outros anos - a proliferação de cianobactérias (algas) que possuem o composto metilisoborneol (MIB). As cianobactérias tendem a aumentar em quantidade em situações de verão com altas temperaturas e pouca incidência de chuva.
Em análise feita no dia 24 de fevereiro, foi verificada concentração de 0,068 mg/L do composto MIB na amostra captada pela Estação de Tratamento de Água (ETA) São João e 0,063 mg/L na tratada. Na ETA Moinhos de Vento foi 0,111 mg/L na captada e 0,048 mg/L na tratada. Na ETA José Loureiro da Silva, no bairro Menino Deus, foi 0,042 mg/L na captada e 0,53 na tratada.
A quantidade maior de MIB após tratamento na ETA José Loureiro da Silva é devida ao fato, conforme Faccin, de que a água analisada na captação não é a mesma da analisada depois do tratamento. "Em uma indústria automotiva, por exemplo, é possível acompanhar um veículo que entrou na linha de produção do início ao fim, mas com a água não se pode fazer isso, então há variação. Mesmo assim, os resultados têm coerência", explica. O líquido leva cerca de uma hora para passar por todas as etapas de tratamento.
A vazão média do Guaíba é de 1,8 mil metros cúbicos por segundo, e a mínima, de 204 metros cúbicos por segundo. Porto Alegre utiliza seis metros cúbicos por segundo e, portanto, não possui limitação de quantidade de água. Sofre, contudo, com a limitação da qualidade, de acordo com o diretor. "A água não precisa, em termos legais, ser insípida, inodora e incolor. Em um mundo ideal, deveria ser, mas vivemos em um ambiente degradado", pontua.
A situação vivida no verão de 2017 é diferente da ocorrida no inverno de 2016, quando o gosto e o odor da água sofreram alterações drásticas. Posteriormente, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) anunciou a empresa Cettraliq como suspeita por despejar efluentes industriais com emissão de odores acima do limite permitido. "Naquela época, não conseguíamos constatar qual era a substância causadora da alteração. Agora, identificamos claramente a alta presença de cianobactérias, já normalizada", assegura Faccin. A última grande proliferação de algas na Capital ocorreu em 2012.
Em 2016, devido à persistente alteração na água, o Dmae realizou mais de 800 mil análises de 478 parâmetros possíveis. O Dmae ajuizou, em setembro, ação contra a Cettraliq, para reaver os aproximadamente R$ 4 milhões dispendidos em compra de carvão ativado, usado para amenizar o gosto e o odor ruins na água.
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