Ministério Público denuncia PMs por organização criminosa e desvio de drogas e armas

O Ministério Público do Estado (MP-RS) detalhou ontem a denúncia oferecida contra 13 policiais militares (PMs) e outras nove pessoas por crimes como formação de organização criminosa, tráfico de drogas e armas. Todos estão envolvidos no empreendimento denominado "A Firma", existente, pelo menos, desde 2014. A denúncia é decorrente da Operação Extremo Sul, realizada em cooperação entre a Promotoria de Justiça Criminal da Restinga, na Capital, e a Corregedoria da Brigada Militar, por meio de investigação que começou em setembro de 2016.

Os PMs denunciados integram o 21º Batalhão, com responsabilidade territorial no Extremo Sul de Porto Alegre. Conforme a denúncia, três homens (um deles, graduado como 1º sargento) e o proprietário de uma loja inserida em um antigo ponto de tráfico na Restinga são os líderes.

Os militares líderes distribuíam a equipe para os interesses do grupo; repassavam informações sigilosas; e orientavam líderes de facções do tráfico, evitando, assim, prisões e prejuízos financeiros à quadrilha. O acesso a informações privilegiadas fazia com que os PMs cobrassem valores mensais para evitar o policiamento nos pontos de tráfico e realizar combate a rivais dos grupos de traficantes com os quais estavam vinculados. O corregedor da Brigada, tenente-coronel Régis Rocha da Rosa, informou que os policiais serão afastados de suas funções e será aberto um Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar a conduta de cada um.