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Agronegócios

- Publicada em 06 de Março de 2017 às 22:14

Perspectiva de safra recorde embala Expodireto Cotrijal

Estandes da Emater e da Embrapa foram paradas obrigatórias de Sartori e Mânica

Estandes da Emater e da Embrapa foram paradas obrigatórias de Sartori e Mânica


MARCO QUINTANA/jc
O primeiro dia da 18ª Expodireto registrou movimento intenso de agricultores, que vieram do entorno de Não-Me-Toque, sede do evento. O presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, abriu a edição ontem, apontando que será marcada pela maior safra de grãos da história do Rio Grande do Sul. "É a feira da esperança e da oportunidade", emendou Mânica, citando que vê sinais de recuperação da economia, com inflação e juros em queda. A feira vai até sexta-feira, com previsão de crescimento de mais de 15% na receita de vendas, chegando a R$ 1,7 bilhão, e atração de 250 mil visitantes.
O primeiro dia da 18ª Expodireto registrou movimento intenso de agricultores, que vieram do entorno de Não-Me-Toque, sede do evento. O presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, abriu a edição ontem, apontando que será marcada pela maior safra de grãos da história do Rio Grande do Sul. "É a feira da esperança e da oportunidade", emendou Mânica, citando que vê sinais de recuperação da economia, com inflação e juros em queda. A feira vai até sexta-feira, com previsão de crescimento de mais de 15% na receita de vendas, chegando a R$ 1,7 bilhão, e atração de 250 mil visitantes.
"O Rio Grande vive momento importante de produção. Teremos, com certeza, a maior e melhor safra da história", reforçou o dirigente da cooperativa que promove o evento. O presidente da Cotrijal destacou a inovação e a novidade em tecnologia como o melhor do evento. "A cada 14 meses, há mais de 100% de melhorias, inovações e lançamentos no processo produtivo. No parque estão todas as inovações", dimensionou Mânica. Mesmo o recuo de preços da soja, não implica que não pode haver recuperação. O prognóstico positivo sobre os negócios, segundo ele, é efeito de produtores capitalizados, oferta de financiamentos e da necessidade do produtor.
O governador José Ivo Sartori (PMDB) destacou o peso do agronegócio, com 44% de geração de valor do PIB gaúcho, e concluiu que a condição de supersafra dá sustentabilidade a quem está no campo. "Aquilo que teve de decréscimo na área industrial, principalmente a metalúrgica, é superado pela sequência de evolução das safras, que deve permitir mais crescimento na indústria de máquinas", contrastou. Na feira, Sartori fez uma minimaratona, conferindo estandes, como o da Embrapa e o da Emater, que montou um circuito ambiental com a história da chegada da soja ao campo gaúcho. Uma das atrações é uma cidade e uma propriedade em miniatura, que atraiu a atenção do governador e sua comitiva.
Um dos temas que deve pautar toda a feira é a proposta de reforma da Previdência, que foi citada por todas as autoridades na abertura. Na sexta-feira, a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado terá audiência pública no parque.
Mânica citou que a reforma é necessária, mas foi cauteloso sobre os impacto para os agricultores. "Será ponto importante para fazer os ajustes necessários para que não se retirem direitos do produtor. Ele é responsável por produzir alimentos. Mantenha o homem no campo, e as cidades sobreviverão; retire o homem do campo, e as cidades desaparecerão."
O prefeito de Não-Me-Toque, Armando Roos, reagiu a informações que atribuem ao setor parte da culpa pelo déficit. "Dizer que produtor não contribui e ajuda a quebrar a Previdência é desinformação. É o único que não sonega, pois desconta 2,3% na venda. Não tem como sonegar, é obrigado a emitir a nota", frisou Roos. 
O presidente da Assembleia Legislativa, Edegar Pretto (PT), oriundo do movimento sem-terra e agricultura familiar, declarou que é contra a reforma da Previdência, "pois retira direitos sagrados e conquistas da Constituição de 1988". "Estamos em crise, mas é o momento de apontar caminhos e usar a criatividade", sugeriu Pretto.

Na terra da soja, crédito para nogueiras

Sócios vão plantar mais 52 hectares de nogueiras, aposta para diversificação

Sócios vão plantar mais 52 hectares de nogueiras, aposta para diversificação


PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Soja e milho dominam a cena na Expodireto, mas culturas que despontam como apostas de produção ganharam espaço nas primeiras liberações de crédito na largada do evento. Foi o caso do projeto Brasil Paralelo Trinta, que terá R$ 870 mil para implantar mais 54 hectares de nogueira pecã em Encruzilhada do Sul.
No estande do BRDE, no Parque da Cotrijal, os sócios do projeto Breno Murer Zaffari e Luiz Antônio Fioravanso informaram que o recurso é parte de um aporte total de R$ 5 milhões em 102 hectares, que já tem 48 sendo cultivados.
Segundo a dupla, o projeto começou em 2015 e será gradativamente implantado. A produção ocorre após cinco anos ou seis anos de plantio, com produção anual. O negócio uniu Zaffari, que é comerciante em Porto Alegre, e Fioravanso, que é do meio rural. Em 2018, a dupla também já planeja entrar com o cultivo de oliveiras. "Esse mercado é dominado por importação. Do consumo, 94% vêm de fora", dizem os empreendedores.
O governador José Ivo Sartori, que visitou o parque ontem, falou, mais de uma vez, na intenção de impulsionar o cultivo de nozes e ainda de lentilha. "Israel tem muito interesse em comprar o produto", argumentou Sartori.
No BRDE, também foram liberados recursos para a cooperativa Tritícola de Sarandi (Cotrisal), que terá R$ 5,2 milhões para aumento de capacidade de armazenagem. Mais R$ 29,8 milhões podem ser liberados até o fim do ano. O grupo familiar Stefanello, em São Luiz Gonzaga, contratou R$ 2,9 milhões para sistemas de irrigação.

Parque recebe 26 mil visitantes no primeiro dia

Primeiro dia atraiu famílias de agricultores que se preparam para as compras de máquinas

Primeiro dia atraiu famílias de agricultores que se preparam para as compras de máquinas


MARCO QUINTANA/jc
A organização da Expodireto estimou um público de 26 mil pessoas no primeiro dia do evento, 13% acima do número registrado em 2016. A feira tem uma característica bem diferente da Expointer, que ocorre no fim de agosto, em Esteio: o público - quase a totalidade de produtores - não paga ingresso. No parque da Cotrijal, os estandes são de máquinas e insumos. Alguns restaurantes com espaço para refeições em grande volume. O primeiro dia trouxe famílias de Não-Me-Toque e Victor Graeff. Muitas mulheres acompanham os maridos, caso de Denise Cristiane Lamb, que saiu com uma grande orquídea. "Viemos para ver os estandes da agricultura familiar", disse Denise.
O marido, Volmir Paulo Lamb, disse que tirou um dia de folga da lavoura de milho e que deve voltar mais uma ou duas vezes. "Nos outros dias, ele vem sozinho", comentou a mulher. Lamb voltará para buscar tecnologias. "Tudo que a gente quer acha aqui", triunfou o agricultor com propriedade em Não-Me-Toque. Ele sabe dos lançamentos que as fabricantes estão prometendo. "E tem financiamento e linha de crédito para tudo que é lado", observou Lamb sobre a fonte para atender ao desejo de maquinário. A família Schossler veio em peso. Loivo, a mulher Ieda e a nora Marise. O agricultor está de olho nos insumos e nas promoções de sementes com desconto. "Depois daqui, todo mundo vai para a Festa da Cuca e Linguiça, em Victor Graeff", brincou Schossler, fazendo propaganda da sua cidade, distante 13 quilômetros do parque.