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Consumo

- Publicada em 14 de Março de 2017 às 18:16

Taxa do rotativo deve cair a partir de abril, diz Abecs

Entidade espera que os juros sejam reduzidos em 50% com mudança

Entidade espera que os juros sejam reduzidos em 50% com mudança


MARCOS NAGELSTEIN/ARQUIVO/JC
As taxas de juro da modalidade rotativo dos cartões de crédito devem se alinhar às praticadas atualmente na modalidade parcelada, disse Fernando Chacon, presidente eleito da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
As taxas de juro da modalidade rotativo dos cartões de crédito devem se alinhar às praticadas atualmente na modalidade parcelada, disse Fernando Chacon, presidente eleito da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
Em conversa com jornalistas no Congresso de Meios de Pagamento (Cmep), ontem em São Paulo, Chacon frisou que a percepção da Abecs é de que as taxas do rotativo sejam, portanto, reduzidas em 50%, para em torno de 9,9%, se for considerado o teto das taxas praticadas no parcelado. "Em abril, veremos a redução das taxas acontecerem", afirmou.
Chacon explicou que no Brasil os subsídios cruzados - basicamente o pagamento por parcelamento sem juro -, assim como a ausência de mobilização da indústria pela redução das taxas, levaram o juro praticado no rotativo a patamares muito elevados. "O regulador, enxergando isso, e entendendo que nenhum player faria sozinho, tomou a decisão de pacificar a indústria", disse.
O presidente da Abecs frisou que a associação tem conversado com o regulador a respeito dos subsídios cruzados e que há uma agenda aberta para tratar do tema, mas que se trata "de uma longa jornada".
Chacon disse também que ainda não é possível identificar quanto à prevista queda da inadimplência, que deve ser trazida pelas mudanças no cartão de crédito exigidas pelo Banco Central, irá compensar a redução do juro praticado na modalidade de pagamento rotativo.
Ele explicou que o modelo de apresentação das opções de pagamento aos usuários de cartões nas faturas pode sofrer adaptações, dado que as mudanças são recentes.
O executivo comentou também que, em seu mandato como presidente da Abecs, não tem pretensão a atual agenda de inclusão dos cartões como meio de pagamento na sociedade e, citando as fintechs, estimular a participação de novos entrantes, uma vez que a Abecs, como associação, se propõe a ser representante de um grupo relevante de players da indústria com interesse comum. "Isso já vem acontecendo. Temos representante de novos entrantes dessa indústria e queremos dar voz para que repercutam na associação", disse.
Chacon comentou também que, dentro do processo de migração para a full adquirência, que permitirá que todas as empresas possam processar e liquidar operações, há expectativa de que a grade única de compensação esteja implantada a partir do final deste ano. "Dado a características das duas empresas originais de adquirência, Cielo e Rede, até o final do ano, deve ser implantada uma grade única de compensação, com maior relevância a partir do ano que vem", explicou o executivo.

Juros do crédito têm queda em fevereiro com cortes na Selic e recuo da inflação

Favorecidas por melhores condições no cenário econômico brasileiro, com queda da inflação e redução da taxa básica de juros (Selic), as taxas de juros em operações de crédito recuaram em fevereiro pelo terceiro mês consecutivo, aponta levantamento divulgado ontem pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
A média do juro cobrado para pessoas físicas recuou 0,02 ponto percentual (p.p.) ao mês, passando de 8,12% em janeiro para 8,10% em fevereiro. A taxa anualizada ficou em 154,63%, de 155,20% no mês anterior. Já a taxa média de juros para pessoa jurídica passou para 4,68% ao mês (73,13% a.a.) em fevereiro, de 4,72% ao mês (73,92% a.a.) em janeiro.
Para o diretor executivo de Estudos e Pesquisas da entidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a perspectiva de mais cortes na Selic contribui com o recuo nas taxas bancárias. "Tendo em vista a melhora das expectativas quanto à redução da inflação, bem como na melhora fiscal, deveremos ter novas reduções da taxa básica de juros, o que reduz o custo de captação dos bancos, possibilitando novas reduções das taxas de juros nas operações de crédito", comenta Oliveira.
Entre seis linhas de crédito para pessoa física pesquisadas pela associação, foi constatado recuo em quatro: cheque especial, CDC (financiamento de veículos), empréstimo pessoal por bancos e empréstimo pessoal por financeiras. Já os juros do comércio e do cartão de crédito rotativo registraram alta.
A Anefac apontou que, levando em consideração as flutuações da Selic verificadas desde março de 2013, quando estava na mínima história, de 7,25%, até hoje (12,25%), a taxa é 5 pontos percentuais maior, o que provocou uma escalada considerável nos juros praticados no mercado. De acordo com o levantamento, para pessoas físicas, o juro médio das operações de crédito foi de 87,97% para 154,63% no intervalo. Já nas operações com pessoa jurídica, a taxa média se elevou de 43,58% para 73,13%.