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Conjuntura

- Publicada em 07 de Março de 2017 às 22:14

Empresariado gaúcho aposta na retomada

Simone está otimista com a safra de grãos no Rio Grande do Sul

Simone está otimista com a safra de grãos no Rio Grande do Sul


LIVIA STUMPF/JC
Em um início de semestre onde grande parte das empresas apresentam problemas de caixa, liberar o acesso ao crédito é uma das estratégias para que a economia brasileira volte a girar, na opinião de dirigentes e proprietários de estabelecimentos da indústria e do comércio gaúcho. Já acenando uma expectativa mais otimista, em relação a 2016, o empresariado afirma que um dos alentos para a retomada do crescimento vem sendo a queda da taxa de juros.
Em um início de semestre onde grande parte das empresas apresentam problemas de caixa, liberar o acesso ao crédito é uma das estratégias para que a economia brasileira volte a girar, na opinião de dirigentes e proprietários de estabelecimentos da indústria e do comércio gaúcho. Já acenando uma expectativa mais otimista, em relação a 2016, o empresariado afirma que um dos alentos para a retomada do crescimento vem sendo a queda da taxa de juros.
"O que se espera é que a partir do momento que Selic chegue a um patamar de 9% ao ano, os custos financeiros despenquem para outras áreas, e especialmente na área do mercado imobiliário", exemplifica o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Zalmir Chwartzmann.
Em função da crise financeira estabelecida em território gaúcho, "ainda será preciso que as medidas do pacote de ajuste fiscal, que serão novamente votadas na Assembleia Legislativa, sejam aprovadas", considera a presidente da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), Simone Leite. Dentre os 11 projetos do governo Sartori que ficaram para 2017, um dos mais polêmicos envolve a PEC 259, que permitirá a venda ou federalização de empresas como a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e a Sulgás. "Temos ciência de que precisamos aprovar as medidas que estão sendo apresentadas, principalmente no âmbito federal (a exemplo da Reforma Trabalhista), que são fundamentais para que o Brasil possa voltar a crescer."
Simone afirma que - frente à colheita da safra de grãos de verão do Estado, que deve somar 30,8 milhões de toneladas este ano - a expectativa para a conjuntura econômica de 2017 é "a melhor possível". "Isso incrementa a economia, principalmente de municípios do Interior, e faz com que o PIB do Rio Grande do Sul seja mais expressivo", observa. Mas, paralelo a um possível aumento do consumo, o investimento em crédito para micro e pequenas empresas não pode ser desconsiderado, reforça Simone. "Claro que entendemos que deve haver um gasto com cautelas, mas os empreendedores precisam poder pagar suas dívidas e investir mais, pois somente assim será possível ocorrer um aumento de postos de trabalhos", destaca.
A questão do emprego também é vista como decisiva para alavancar aquisições de bens de maior porte, a exemplo da casa própria. Após um ano de mercado represado, já se percebe o aumento da oferta, com muitos lançamentos previstos para 2017, aponta Chwartzmann. O dirigente pondera que, no entanto, ainda será preciso melhorar o ambiente e criar uma sensação de segurança para os consumidores.
"Sabemos contudo que este é um processo que não vai acontecer de um dia para o outro, mas o ponto positivo é que já está se iniciando com alguns ajustes na economia." Segundo o vice-presidente do Sinduscon-RS, o período de queda de vendas pelo qual o setor passou "já foi revertido, apesar de que em 2016 não houve crescimento, mas estabilidade."
"Nós entendemos que os fundamentos da economia estão bem sólidos, mas o problema político ainda é muito grande", pondera o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse. "Sem uma segurança maior para quem faz investimento é um cenário ainda muito perigoso", admite. Na opinião do dirigente, ou o governo dá sinais de que realmente está seguro e de que as ações previstas serão realizadas, ou 2017 pode vir a ser mais um ano onde a economia permanecerá em "banho maria".
"Acredito que muitas pequenas empresas ainda haverão de fechar (lembrando que muitas já fecharam)", admite Kruse, ao ser indagado sobre as possíveis perdas do comércio relacionadas ao não pagamento de salários de servidores públicos que, endividados e sem crédito, têm deixado de consumir. Na opinião do presidente do Sindilojas, ainda haverá muita briga em meio ao corporativismo público: "muitas prefeituras começaram a tomar medidas para que o caixa fique dentro do orçamento dos municípios, e os funcionários não aceitam - mas tudo indica que isso continuará acontecendo." Kruse defende que estas ações se fazem necessárias, citando que o princípio básico da economia é gastar o que se tem.

Rede Panvel prevê abertura de 59 lojas; Óptica Foernges diz que ano é para manter o equilíbrio

Um plano robusto de expansão, que ambiciona a inauguração de 59 lojas ainda este ano, faz parte do ambiente de otimismo da rede de farmácias Panvel, declara o diretor executivo de operações do grupo Dimed, Marcelo Mendes.
"Será um ano de desafios, mas iremos colher bons frutos, estamos preparados também para enfrentar as crises", ressalta. Para o empresário, a recessão econômica do País pode ser encarada como uma "oportunidade de se buscar alternativas que muitas vezes não se enquadram em um ambiente mais propício".
No ramo óptico, em 2016 não houve um crescimento extraordinário para algumas empresas, mas foi possível manter o mesmo patamar de vendas do ano anterior, informa a diretora administrativa da Óptica Foernges, Salete Foernges. "No entanto, pelo menos no nosso caso foi necessário enxugar gastos, comprar com parcimônia e cuidar dos estoques, para manter o orçamento do ano equilibrado", pontua a empresária do setor óptico. "O ponto crítico passou. Agora o País precisa equilibrar suas finanças", emenda Salete, afirmando que para 2017 a expectativa é de que a safra de grãos, que deve impulsionar e fazer girar a economia gaúcha.