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JC Logística

- Publicada em 24 de Março de 2017 às 19:15

Volkswagen fraudou testes no Brasil, confirma o Ibama

Veículos terão de ser recolhidos pela montadora para reparação

Veículos terão de ser recolhidos pela montadora para reparação


VOLKSWAGEN/DIVULGAÇÃO/JC
Uma investigação conduzida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) concluiu que a Volkswagen usou o mesmo dispositivo que fraudou testes de emissões nos Estados Unidos para enganar a fiscalização ambiental brasileira na venda de picapes do modelo Amarok. Com base nos resultados de perícias da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o órgão constatou que, sem o software que programa os veículos para emitir menos poluentes em laboratórios, modelos de 2011 e parte da linha 2012 da picape Amarok teriam sido reprovados na inspeção no País.
Uma investigação conduzida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) concluiu que a Volkswagen usou o mesmo dispositivo que fraudou testes de emissões nos Estados Unidos para enganar a fiscalização ambiental brasileira na venda de picapes do modelo Amarok. Com base nos resultados de perícias da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o órgão constatou que, sem o software que programa os veículos para emitir menos poluentes em laboratórios, modelos de 2011 e parte da linha 2012 da picape Amarok teriam sido reprovados na inspeção no País.
O relatório rejeita a versão da montadora de que, embora presente nos veículos - o que, por si só, corresponde a uma infração ambiental -, o dispositivo não foi determinante para que a Amarok ficasse dentro do limite de poluição permitido a esse tipo de veículo. Em sua defesa, a montadora chegou a informar no processo que o dispositivo sequer foi acionado. O Ibama diz, porém, que as novas medições mostraram que, quando está rodando nas ruas, a picape emite 10% mais óxidos de nitrogênio do que o permitido.
Isso, conforme o órgão, só não foi detectado nos testes feitos durante o processo de homologação do modelo, porque o acionamento do dispositivo permite reduzir as emissões desse contaminante atmosférico em 0,26 grama por quilômetro rodado nos ensaios em laboratório. Assim, as emissões do poluente ficavam abaixo do máximo permitido pela legislação - de 1,0 grama por quilômetro - nos testes de homologação; enquanto, em condições normais de uso, as picapes emitem, na média, 1,1 grama por quilômetro, aponta o laudo da Cetesb entregue em janeiro.
Levando em conta o tempo de uso dos carros e o número de picapes irregulares em circulação, o Ibama estima que 100 toneladas de óxidos de nitrogênio podem ter sido dispersas ilegalmente na atmosfera por conta da fraude. Em razão da violação ambiental, o Ibama multou a Volkswagen em R$ 50 milhões. Embora a fraude tenha sido enquadrada no nível máximo de gravidade do órgão, essa é a maior multa que pode ser aplicada por crime ambiental no País.
Não fosse tal limitação, a penalidade seria de R$ 238,8 milhões, conta na qual o Ibama leva em consideração agravantes como a intenção da empresa de cometer uma fraude para receber a autorização de venda de veículos que não atendem ao limite de emissão regulamentado. A multinacional alemã vendeu no Brasil 17 mil veículos da picape Amarok equipados com o dispositivo que reconhece procedimentos padronizados de laboratórios para alterar o funcionamento do motor.
Essas picapes foram importadas da fábrica da Volks na Argentina, mas equipadas com o mesmo motor a diesel, desenvolvido e fabricado na Alemanha, que foi alvo de investigação norte-americana. Programados, os carros do grupo conseguiam poluir até 40 vezes menos nos laboratórios, enganando fiscais, segundo foi revelado nos Estados Unidos. Nos EUA, a multinacional fechou, em junho do ano passado, um acordo de quase US$ 15 bilhões para encerrar o caso que ficou conhecido como "Dieselgate".
Já no Brasil, a multa do Ibama foi anunciada em novembro de 2015 - dois meses após o escândalo explodir nos Estados Unidos. Porém só agora o processo, que abriu espaço para defesa da companhia, foi julgado em primeira instância. Ainda no processo administrativo, a Volkswagen, dentro de um prazo de 20 dias, tem direito de recorrer mais uma vez contra a autuação, além de poder contestar a decisão do órgão na Justiça.
A montadora alemã também foi autuada em R$ 8,3 milhões pelo Procon-SP, fundação que defende o interesse dos consumidores. Nesse caso, a multa segue sendo contestada na Justiça pela Volkswagen. O Ibama encaminhou ofício ao presidente da Volkswagen no Brasil, David Powels, na semana passada, em que não só comunica a aplicação da multa como cobra da montadora a realização de um recall de todos os veículos Amarok equipados com o software manipulador de testes de emissão de poluentes.
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