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JC Logística

- Publicada em 07 de Março de 2017 às 22:25

Justiça apura irregularidades no metrô do Rio

Construção da Linha 4 do metrô carioca parou, mas o tatuzão tem um  custo de R$ 2,9 milhões por mês

Construção da Linha 4 do metrô carioca parou, mas o tatuzão tem um custo de R$ 2,9 milhões por mês


VANDERLEI ALMEIDA/AFP/JC
A 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital, do Ministério Público do Rio de Janeiro, instaurou inquérito civil na semana passada para apurar possíveis irregularidades no uso de recursos públicos nas obras da Estação Gávea, da Linha 4 do metrô. O processo foi aberto após o jornal O Globo revelar, no domingo, com exclusividade, que, mesmo fora de atividade, o tatuzão e os canteiros de obras da estação já consumiram R$ 34,2 milhões de recursos do estado, segundo cálculos feitos com base no contrato de concessão da Linha 4.
A 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital, do Ministério Público do Rio de Janeiro, instaurou inquérito civil na semana passada para apurar possíveis irregularidades no uso de recursos públicos nas obras da Estação Gávea, da Linha 4 do metrô. O processo foi aberto após o jornal O Globo revelar, no domingo, com exclusividade, que, mesmo fora de atividade, o tatuzão e os canteiros de obras da estação já consumiram R$ 34,2 milhões de recursos do estado, segundo cálculos feitos com base no contrato de concessão da Linha 4.
A promotoria disse que a investigação tem caráter de urgência e deu um prazo de 10 dias para que a Secretaria Estadual de Transportes preste os esclarecimentos necessários. Também oficiou a Riotrilhos, a concessionária Rio Barra e o consórcio Linha 4 Sul para que enviem documentos sobre a construção, o custo de manutenção e a paralisação da obra na Gávea.
A reportagem do jornal carioca revelou que o tatuzão consome, por mês, R$ 2,9 milhões, segundo o contrato de concessão da Linha 4. Os valores são reajustados a cada ano. O equipamento, estacionado desde abril do ano passado em uma caverna sob a rua Igarapava, no Alto Leblon, já custou R$ 29,2 milhões ao estado. Já os dois canteiros na Gávea custam R$ 222.968,57 por mês. Tiveram suas obras interrompidas em março de 2015, consumindo R$ 5 milhões em recursos públicos até o momento.
Os pagamentos realizados pelo governo do estado ao consórcio responsável pelas obras, o Rio Barra - formado por Odebrecht, Queiroz Galvão e Carioca Engenharia - foram suspensos pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), no fim do ano passado. O tribunal encontrou indícios de superfaturamento e sobrepreços que podem chegar a R$ 2,3 bilhões. Segundo o TCE, o processo se encontra em fase de defesa.
O primeiro canteiro foi instalado em janeiro de 2012 num antigo campo de futebol da PUC, perto da travessa Madre Jacinta. Ali, foi construído um túnel de serviço, que hoje pode ser usado para se chegar ao tatuzão. Repórteres do Globo visitaram o local no mês passado e constataram que os portões estavam abertos, sem qualquer vigia na guarita, o que deixava o acesso vulnerável à entrada de qualquer pessoa. Um operário, que pediu para não ser identificado, contou que é preciso bombear água quase todos os dias para o túnel não ficar alagado.
O outro canteiro foi instalado em uma parte do terreno onde funcionava o estacionamento da PUC. Dois buracos enormes foram abertos: no local, começaram as escavações para dar forma à estação, que, de acordo com o projeto, poderia receber até 19 mil passageiros por dia. Inicialmente, teria dois níveis, mas o desenho foi modificado e passou a prever duas plataformas na mesma altura: uma para ser usada pela Linha 4 e a outra para futuras ligações metroviárias. A estação foi projetada para ser a mais profunda do Rio, ficando 55 metros abaixo do nível do solo - seria a primeira do sistema a ter acesso feito prioritariamente por elevadores.
O que está pronto é um túnel que liga o bairro a São Conrado. Falta o tatuzão escavar 1.200 metros do Leblon à Gávea e concluir a estação - somente 42% das escavações foram executados. A obra seria inaugurada para os Jogos, em dezembro de 2015, mas foi adiada para janeiro de 2018.
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