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Empresas & Negócios

- Publicada em 06 de Março de 2017 às 15:29

Projeto Educando com Arte pede ajuda para adquirir novos instrumentos

Silva espera arrecadar os recursos necessários para comprar novos instrumentos e poder ampliar o projeto

Silva espera arrecadar os recursos necessários para comprar novos instrumentos e poder ampliar o projeto


CLAITON DORNELLES/JC
Camila Silva
A onda de violência que se fez presente durante todo o ano de 2016 em Porto Alegre, segue em 2017. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, ao longo de todo ano, foram registrados certa de 29 mil furtos na capital gaúcha. Nem as instituições sem fins lucrativos que realizam trabalhos voluntários escaparam da ação dos bandidos. Na madrugada do dia 15 de fevereiro, todos os instrumentos do projeto Educando com arte foram furtados. O projeto é uma das atividades realizadas pela ONG Aldeia da Fraternidade, que há mais de 50 anos atende crianças no bairro Tristeza, na zona Sul de Porto Alegre. Ao todo, são atendidas 250 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, e 120 delas integram o Educando com Arte.
A onda de violência que se fez presente durante todo o ano de 2016 em Porto Alegre, segue em 2017. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, ao longo de todo ano, foram registrados certa de 29 mil furtos na capital gaúcha. Nem as instituições sem fins lucrativos que realizam trabalhos voluntários escaparam da ação dos bandidos. Na madrugada do dia 15 de fevereiro, todos os instrumentos do projeto Educando com arte foram furtados. O projeto é uma das atividades realizadas pela ONG Aldeia da Fraternidade, que há mais de 50 anos atende crianças no bairro Tristeza, na zona Sul de Porto Alegre. Ao todo, são atendidas 250 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, e 120 delas integram o Educando com Arte.
"Eu estava em casa, e a Cláudia Nahra, que é uma das coordenadoras da Aldeia, me ligou chorando, eu fui para a Aldeia e, em um primeiro momento, pensei no que eu iria falar para os alunos e para a empresa que estava se tornando parceira do projeto", conta o maestro Luiz André da Silva. Após o episódio, uma rede de solidariedade se formou para retomar a iniciativa. A sociedade se comoveu com o caso. pois o mesmo sentimento de indignação sentido pelos organizadores e os beneficiados do projeto se espalhou pela comunidade. No mesmo dia do furto, doações de instrumentos começaram a chegar de diversos lugares do Estado. "A gente sente que a iniciativa deixou de ser social e se tornou um projeto da sociedade", comenta Silva. 
A partir do momento do furto, a coordenadora de projetos e de captação de recursos da Aldeia da Fraternidade, Luara Cândido, iniciou uma estratégia para que  os instrumentos e os materiais furtados fossem recuperados. Durante esse período, a criação de um crowfounding, a chamada vaquinha virtual em um site de financiamento coletivo foi considerada a mais rápida e eficaz. Isso porque, apesar de receber donativos, há instrumentos mais difíceis de serem doados. O maestro conta que as pessoas doam o que está no senso comum, como violão e flauta doce, entre outros, e acrescenta que doações são todas bem-vindas, já que o projeto possuía cerca de 25 instrumentos para atender aos 120 alunos, o que resultava em um grande rodízio entre os aprendizes. Alguns são mais caros, como o piano eletrônico, que custa certa de R$ 1.500,00. 
Para se reestruturar, o  projeto conta com outra ajuda especial: a loja de instrumentos musicais OpenStage, localizada na zona Sul da Capital, oferece desconto de 30% para pessoas interessadas em comprar instrumentos para doar ao Educando com Arte. A vaquinha virtual segue até o dia 16 desde mês. Quem quiser doar deve acessar o site www.vakinha.com.br e pesquisar por "compra de instrumentos educando com arte". Não existe valor mínimo para doação.
Caso a ONG receba todos os instrumentos que necessita, o dinheiro arrecadado será utilizado para a manutenção do prédio onde as aulas ocorrerão. Devido à violência, os organizadores resolveram transferir as aulas para um prédio considerado mais seguro. Neste novo espaço, é necessário reformar a elétrica, refazer a pintura e colocar grades de proteção.
O projeto nasceu em setembro de 2015. O maestro conheceu a iniciativa por meio de um dos diretores da Aldeia. Silva é proprietário de uma escola de música que sempre desenvolveu projetos de educação musical para outras empresas e escolas, mas nunca havia montado um projeto próprio. A vontade de criar um curso de capacitação musical de nível técnico sempre existiu, e foi concretizada na parceria com a Aldeia. "Quando eu visitei a ONG, pensei: nós temos aqui o principal que é a matéria-prima, ou seja, as crianças. Temos também um espaço amplo para atuar. Só nos falta os professores e o dinheiro para comprar os instrumentos."
Justamente por ser um projeto de capacitação musical, houve a necessidade de que os professores tivessem formação musical. Assim, 10 funcionários da escola seguiram o maestro na empreitada. Começou, assim, uma campanha para arrecadação de instrumentos para o projeto e, logo em seguida, as oficinas se iniciaram. No final do ano de 2015, o Educando com Arte já havia formado uma orquestra. Em 2016, o número de alunos foi ampliado e, junto, veio uma rotina de apresentações. Uma das principais missões do maestro era apresentar o projeto ao Ministério da Cultura para a captação de recursos via Lei Rouanet, objetivo que foi alcançado.
O assalto ocorreu justamente em meio à ampliação do projeto. Neste ano, o objetivo é aumentar o número de menores beneficiados, de 120 para 180, sendo 50 menores em estágio de musicalização. Sobre a onda de violência na cidade, Silva tem apenas uma certeza: "Eu sei que os meus alunos não irão seguir esse caminho".
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