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Política

- Publicada em 16 de Fevereiro de 2017 às 22:18

Municípios fiscalizam melhor recursos, diz Karnal

Karnal sustentou que a construção de Brasília afastou a capital federal dos brasileiros

Karnal sustentou que a construção de Brasília afastou a capital federal dos brasileiros


PEDRO BRAGA/JC
Marcus Meneghetti
Ao encerrar o Seminário dos Novos Gestores, organizado pela Federação das associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), nesta quinta-feira, no Centro de Eventos do Plaza São Rafael, o historiador Leandro Karnal defendeu a reforma do pacto federativo. Para Karnal, a maior valorização dos municípios pode melhorar não só a gestão dos recursos públicos, mas também coibir práticas de corrupção.
Ao encerrar o Seminário dos Novos Gestores, organizado pela Federação das associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), nesta quinta-feira, no Centro de Eventos do Plaza São Rafael, o historiador Leandro Karnal defendeu a reforma do pacto federativo. Para Karnal, a maior valorização dos municípios pode melhorar não só a gestão dos recursos públicos, mas também coibir práticas de corrupção.
Diante de uma plateia atenta, o historiador confrontou o nível de transparência do governo federal e dos municipais. "O município não é mais ético que os outros entes federados. Mas é o melhor lugar para a população fiscalizar. Por exemplo, se um prefeito troca cargos com aliados, logo surgem comentários. Por outro lado, mesmo que o presidente Michel Temer (PMDB) troque cargos diariamente, nós nem ficamos sabendo", comparou.
O palestrante complementou dizendo que "a capital federal foi retirada do Rio de Janeiro e levada para Brasília pelo mesmo motivo que levou Luís XIV a deslocar o centro administrativo francês de Paris para Versalhes: afastá-lo da população". Como a gestão dos municípios fica mais próxima da população, tornaria mais fácil a fiscalização da população.
Além disso, Karnal falou sobre a necessidade de diminuir a carga tributária brasileira e otimizar o uso dos recursos públicos. "O dinheiro dos impostos é mal aplicados no Brasil. O Estado interfere demais em algumas áreas e de menos, em outras. Por exemplo, nas periferias a atuação do Estado faz falta", atestou.
E, ao reclamar do volume de tributos pagos no Brasil, fez uma piada histórica sobre o tema, arrancando risadas tragicômicas da plateia. "No século XVIII, a colônia brasileira se rebelou contra a taxa de 20% cobrado pela Coroa Portuguesa sobre o ouro extraído em Minas Gerais. Hoje, em muitos casos, pagamos mais de 40% de imposto sobre alguns produtos. Isso me faz pensar se não seria um bom negócio perguntarmos se Portugal não nos quer de volta como colônia", brincou.
Finalmente, enquanto discorria sobre a ética e eficiência na política, mandou um recado para os prefeitos, já que grande parte do público era composto por gestores municipais: "o prefeito não é eleito para ser honesto, mas sim para ser eficiente na administração dos recursos públicos. Ser honesto é apenas uma pré-condição".
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