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Política

- Publicada em 09 de Fevereiro de 2017 às 18:59

MPF denuncia 14 pessoas por compra de MP e de decisão

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 14 pessoas por envolvimento em suposto esquema de corrupção para viabilizar a Medida Provisória (MP) nº 512/2010 e também para manipular o julgamento de um processo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), espécie de tribunal que avalia débitos de grandes contribuintes com a Receita Federal. O grupo denunciado, que inclui lobistas, funcionários públicos e executivos, é acusado de favorecer a MMC Automotores (representante da Mitsubishi no Brasil) após o pagamento de R$ 33,8 milhões pela empresa.
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 14 pessoas por envolvimento em suposto esquema de corrupção para viabilizar a Medida Provisória (MP) nº 512/2010 e também para manipular o julgamento de um processo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), espécie de tribunal que avalia débitos de grandes contribuintes com a Receita Federal. O grupo denunciado, que inclui lobistas, funcionários públicos e executivos, é acusado de favorecer a MMC Automotores (representante da Mitsubishi no Brasil) após o pagamento de R$ 33,8 milhões pela empresa.
Conforme a peça de acusação, enviada à 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, após receber a quantia, os envolvidos conseguiram livrar a MMC de um débito de R$ 266 milhões (cerca de R$ 600 milhões, em valores atualizados) no Carf. A dívida se devia a uma autuação da Receita, lavrada após a constatação de que a montadora recebeu de forma cumulativa dois benefícios fiscais, contrariando a legislação.
Em outra frente, o grupo teria pago servidores públicos para emplacar a MP 512/2010, cujo texto deu previsão legal à acumulação e resolveu de vez a controvérsia do setor automotivo com o Fisco. A norma foi editada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sancionada por Dilma Rousseff (PT), após a inserção de mudanças pelo Congresso. Outras montadoras, como a Ford, se beneficiaram da regra.
Entre os denunciados estão os ex-conselheiros do Carf José Ricardo da Silva e Alexandre Paes dos Santos, o casal de lobistas Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautoni, além dos empresários Paulo Ferraz e Robert Rittscher, da MMC. Três servidores públicos, entre eles a ex-assessora da Casa Civil Lytha Spíndola, também foram acusados. Eles vão responder por corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
Parte dos denunciados, entre eles José Ricardo da Silva, Alexandre Paes dos Santos, Mauro Machado e Cristina Mautoni, já foi condenada em primeira instância pela suposta "compra" da MP 471/2010, que também beneficiava o setor automotivo. Uma ação penal apura suposto tráfico de influência para aprovar a MP 623, também em favor de montadoras. Entre os réus estão Lula e seu filho Luís Cláudio Lula da Silva. A empresa do casal de lobistas pagou R$ 2,5 milhões à consultoria de Luís Cláudio.
Na denúncia recém-ajuizada, procuradores da Operação Zelotes dizem que integrantes do esquema procuravam contribuintes com recursos em andamento no Carf para oferecer os "serviços". No caso da Mitsubishi, os atos ilegais teriam sido ocorrido entre 2009 e 2012.
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