Usando o pseudônimo Jane Roe, Norma McCorvey, que encabeçou o desafio legal que culminou na decisão da Suprema Corte norte-americana, em 1973, de legalizar o aborto em todo o país, morreu sábado, aos 69 anos, por insuficiência cardíaca. Norma, que vivia no Texas, tinha 22 anos, estava solteira e desempregada, quando engravidou de seu terceiro filho. Quis fazer um aborto, mas, à época, em 1969, a interrupção da gravidez era proibida, com exceção de casos para salvar a mulher.
Assessorada por sua advogada, Norma decidiu recorrer à Justiça sob o pseudônimo de Jane Roe e enfrentou o promotor de Dallas, Henry Wade. Sua filha nasceu e foi adotada, mas o caso ganhou vida própria, avançando até chegar à Suprema Corte, se tornando uma das decisões mais importantes e conhecidas já tomadas pela mais alta instância dos EUA, por sete votos a dois. Segundo a decisão, o direito à privacidade, garantido pela Constituição, permitiria à mulher que decidisse tomar a decisão.