Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Estados Unidos

- Publicada em 19 de Fevereiro de 2017 às 16:19

O primeiro mês na visão de Donald Trump

Ao completar um primeiro mês turbulento no poder, Donald Trump decidiu que era hora de tentar assumir a narrativa sobre seu governo. No sábado, ele voltou ao palanque - onde se sente mais confortável - para rebater as críticas da imprensa, dizer que fez um "incrível progresso" e que seu governo está caminhando "suavemente".
Ao completar um primeiro mês turbulento no poder, Donald Trump decidiu que era hora de tentar assumir a narrativa sobre seu governo. No sábado, ele voltou ao palanque - onde se sente mais confortável - para rebater as críticas da imprensa, dizer que fez um "incrível progresso" e que seu governo está caminhando "suavemente".
Em um comício em um hangar em Melbourne, na Flórida - estado importante para sua vitória nas eleições -, o presidente disse que queria falar ao povo "sem o filtro das notícias falsas" e repetiu ter herdado uma "grande bagunça" de Barack Obama. Após descer do Air Force One, ele destacou decisões tomadas, como a de construir o muro na fronteira com o México, de sair da Parceria Transpacífico (TPP) e de retomar a construção de polêmicos oleodutos. E criticou, mais uma vez, os juízes que suspenderam - e mantiveram suspenso - o seu decreto vetando a entrada nos EUA de refugiados e cidadãos de sete países de maioria muçulmana. "Temos que manter o nosso país seguro", disse, lembrando que assinará outro decreto na próxima semana sobre o tema.
Ele disse ainda que pretende criar zonas de segurança na Síria para abrigar refugiados ao invés de deixá-los entrar nos EUA. "Não queremos pessoas com ideias ruins." Trump prometeu planos "grandes" e "ousados" para o futuro. "Vocês querem um governo que mantenha suas promessas", afirmou. "Vamos continuar a vencer, vencer, vencer."
Em mais uma característica de evento de campanha, o presidente foi apresentado pela primeira-dama, Melania, que surpreendentemente rezou o Pai Nosso antes de sua fala. "Não sabia que ela ia rezar o Pai Nosso, mas foi bonito", disse.
Trump criticou ainda a "pequenina" manifestação que reuniu dezenas do lado de fora do aeroporto, chamou um emocionado apoiador ao palco e desafiou a mídia "desonesta" a mostrar quantas pessoas lotavam o hangar (neste momento, a câmera da CNN mostrou todo o local).
Para o deputado da Califórnia Adam Schiff, principal democrata no Comitê de Inteligência da Câmara, Trump está se comportando como um "ditador sem liderança" ao criticar a imprensa. Ele chegou a afirmar que o republicano age como os ditadores "quando querem controlar a informação".
 

Presidente vira piada ao citar atentado inexistente na Suécia

Tentando justificar a necessidade de uma maior restrição à entrada de imigrantes e refugiados usando exemplos de atentados recentes em Nice, Paris e Bruxelas, Donald Trump citou o que teria sido mais um: "o que aconteceu ontem à noite (sexta-feira) na Suécia".
Só que a declaração surpreendeu até mesmo os suecos. O que, afinal, teria acontecido na noite de sexta-feira, na Suécia? Aparentemente, nada.
"Veja o que está acontecendo na Alemanha, veja o que aconteceu na noite passada na Suécia", disse Trump. "Suécia. Quem acreditaria nisso? Suécia. Eles receberam um alto número de refugiados. Eles estão tendo problemas como nunca acharam ser possível", completou.
O ex-premiê sueco Carl Bildt reagiu pelo Twitter: "Suécia? Ataque terrorista? O que ele tem fumado? São muitas as perguntas". A declaração virou alvo de piada nas redes sociais no país - e a imprensa norte-americana ficou tentando entender como a Suécia teria entrado nessa lista de Trump.

A menor aprovação da história em 30 dias de governo

Nas pesquisas, o resultado do primeiro mês de Donald Trump é a menor aprovação da história. Segundo o instituto Gallup, apenas 40% dos norte-americanos são favoráveis ao seu governo hoje, cinco pontos a menos do que no início de seu mandato e 11 pontos atrás do segundo pior desempenho - o de Bill Clinton, que tinha 51% de aprovação no mesmo período.
No entanto, segundo pesquisa do mesmo instituto, no início do mês, 59% dos entrevistados consideravam Trump um líder "forte e decidido" e 53% acreditavam que ele pode trazer as mudanças de que o país precisa. "Os apoiadores de Trump ainda estão entusiasmados, mas a sua aprovação é extraordinariamente baixa", diz Eric Posner, especialista em Poder Executivo da Universidade de Chicago.

Empresário e amigo se posiciona contra muro na fronteira

Jorge Pérez, empresário bilionário do setor de construção, rompeu com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em razão de suas políticas de imigração e da posição em relação ao México. Com isso, entrou para a lista de empresários que criticaram publicamente a gestão do republicano.
Pérez, um amigo de longa data de Trump, é conhecido no Sul da Flórida por projetos desenvolvidos em Miami, pela empresa Related Group. Em meados de dezembro, recebeu um e-mail de Trump, ao qual o Wall Street Journal teve acesso, com um anexo mostrando uma foto de uma cerca de fronteira perto de San Diego. Na foto, havia uma mensagem escrita em letras maiúsculas: "Qualquer interesse em construir uma parede de 2.000 milhas entre os EUA e o México? Me ligue".
"Eu disse que achava que o muro era imoral e não atingiria os objetivos que ele queria alcançar", disse Pérez. "Além disso, tenho muitos negócios no México - eu terminei por aqui."
Funcionários do governo Trump não responderam aos pedidos de comentários. Em janeiro, o presidente assinou uma ordem que intensificou as deportações e pediu um início rápido na construção do muro.
Pérez, 67 anos, é urbanista e ex-diretor de desenvolvimento econômico de Miami, onde um museu leva seu nome.