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Trabalho

- Publicada em 23 de Fevereiro de 2017 às 20:03

Reajustes de salários ficam acima da inflação

Mediana do mês passado foi de 7%, segundo dados da Fipe

Mediana do mês passado foi de 7%, segundo dados da Fipe


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
Pela primeira vez em quase dois anos, os reajustes salariais ficaram acima da inflação. Os contratos com vigência em janeiro de 2017 tiveram aumento de 0,4%, ficando, pela primeira vez em 20 meses, acima da inflação acumulada nos 12 meses anteriores, segundo a pesquisa Salariômetro, divulgada pela Fipe.
Pela primeira vez em quase dois anos, os reajustes salariais ficaram acima da inflação. Os contratos com vigência em janeiro de 2017 tiveram aumento de 0,4%, ficando, pela primeira vez em 20 meses, acima da inflação acumulada nos 12 meses anteriores, segundo a pesquisa Salariômetro, divulgada pela Fipe.
No período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 6,6%. A entidade analisou 1.194 negociações no mês passado. Destas, 372 trataram de ajustes salariais, e 341, de pisos salariais.
Nos reajustes estipulados a partir de convenções coletivas e por acordos coletivos, a mediana do mês passado foi de 7%. Segundo o relatório, 25,9% das negociações resultaram em ajustes salariais abaixo do INPC em janeiro, ante 35% em dezembro do ano passado.
Dos 372 acordos coletivos que trataram de ajustes salariais, oito estabeleceram redução de jornada acompanhada de redução de salários, e destes, nenhum utilizou o PPE (Programa de Proteção ao Emprego, que permite tal medida com contrapartida da União), segundo a Fipe. Em 2016, foram negociados 362 acordos coletivos com redução salarial e apenas 119 através do PPE. A mediana do piso salarial com vigência em janeiro foi de R$ 1.011,00, 7,9% superior ao salário-mínimo de R$ 937,00. Nas convenções coletivas, o piso mediano foi R$ 1.000,00, enquanto, nos acordos, foi R$ 1.027,00. Nos últimos 12 meses, os maiores pisos foram nos setores de distribuição cinematográfica
(R$ 1.646,00), artefatos de borracha (R$ 1.419,00) e outros serviços (R$ 1.360,00). Já os mais baixos foram nos segmentos de empregadores domésticos
(R$ 924,00), comércio de derivados de petróleo (R$ 967,00) e despachantes e autoescolas
(R$ 977,00), segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.
A folha salarial coberta pela CLT, que inclui rendimentos dos funcionários públicos estatutários e dos trabalhadores informais, somou R$ 98,95 bilhões em novembro de 2016 (último dado dessazonalizado), de acordo com a Fipe.
O montante é 0,08% menor do que o registrado em outubro, R$ 99,03 bilhões. Frente a novembro de 2015
(R$ 103,8 bilhões), a queda
é de 4,7%.

Transição para aposentadoria pode ser mais escalonada

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que "poucas mudanças" são necessárias na reforma da Previdência enviada pelo governo federal ao Congresso. Fazendo uma forte defesa da reforma, ele disse que uma das mudanças que precisa ser discutida é nas regras de transição.
"Eu acho que tem uma mudança que pode ser discutida, que é a transição. Hoje, você tem uma certa idade e cai para um lado e para outro. Pode ser um pouco mais escalonada", disse, quando se referiu ao conteúdo da emenda constitucional formulada pelo governo. "Outros temas precisam ser melhor defendidos, a idade mínima de 65 anos tem em qualquer país desenvolvido", destacou.
A respeito da Previdência dos militares, tema que o governo tem tratado com cuidado, Maia falou que "não tem dedo nenhum" nessa questão e que o assunto está sendo discutido com a Casa Civil e o Ministério da Fazenda. Sobre os servidores públicos no geral e os políticos, Maia destacou que esses grupos estão na reforma. Analisar as reformas é a "maior demanda" do Congresso neste momento, destacou. Ele se disse otimista com o encaminhamento da proposta.

Sindicato denuncia secretário da Previdência do governo

A central sindical Pública, que representa servidores dos Três Poderes, informou que apresentou uma denúncia contra o secretário de Previdência, Marcelo Caetano, à Comissão de Ética Pública da Presidência. A entidade sustenta que há um conflito de interesses na atuação do secretário devido ao fato de ocupar, ao mesmo tempo, um cargo no conselho de administração da Brasilprev, empresa de previdência privada.
"O exercício simultâneo pelo denunciado das atribuições de Secretário de Previdência e Conselheiro da Brasilprev pode certamente levantar dúvidas sobre a isenção das decisões da autoridade pública, em especial sobre a primazia do interesse público sobre interesses particulares da companhia", diz o documento.
Os servidores públicos, representados pela central sindical, são duramente afetados pela proposta de reforma da Previdência idealizada por Caetano, que coloca as mesmas regras de aposentadoria para funcionários da iniciativa privada, ligados ao INSS, e para os funcionários públicos.