A Vale voltou ao azul e teve lucro líquido de R$ 13,3 bilhões em 2016. No ano anterior, a mineradora registrara o maior prejuízo de sua história: R$ 44 bilhões, devido a várias baixas contábeis. Contribuíram para o resultado o aumento do preço do minério de ferro e de outras commodities metálicas, bem como o maior volume de vendas. O fortalecimento do real também ajudou no resultado da companhia.
No quarto trimestre, a Vale teve lucro líquido de R$ 1,573 bilhão, frente a prejuízo de R$ 33,154 bilhões nos últimos três meses de 2015. A expectativa de analistas de bancos era que o resultado ficasse em torno de R$ 5,4 bilhões.
Houve ganhos não-caixa de US$ 4,266 bilhões no ano, com a depreciação do real. Embora a receita da Vale seja, majoritariamente em dólar, a maior parte dos custos e dos investimentos é em real. Em 2016, houve de 17% do real ante o dólar.
A alta nos preços e no volume de vendas - a Vale bateu recorde de produção de minério de ferro e o preço bateu US$ 90 a tonelada em 2016 - impulsionaram a geração de caixa ajustada. Esta alcançou R$ 40,9 bilhões, 88% maior que a de 2015. O lucro só não foi maior porque houve algumas baixas contábeis (R$ 3,9 bilhões), relativas a mudanças nas projeções de preços de alguns produtos, entre outros.
O que desapontou os analistas foi a dívida líquida, que caiu muito ligeiramente de US$ 25,2 bilhões no fim de 2015 para US$ 25 bilhões ao fim de 2016. Segundo o presidente da Vale Murilo Ferreira, a redução do nível de endividamento continua a ser uma das metas da empresa para 2017.
Ferreira disse que o programa de desinvestimentos será menor este ano, limitando-se à conclusão da venda de participações em ativos de carvão em Moçambique e de fertilizantes, no Brasil, além de navios.