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Trabalho

- Publicada em 23 de Fevereiro de 2017 às 19:07

Pretos, pardos, mulheres e jovens lideram desemprego

O desemprego, no ano passado, foi maior nas camadas da população formadas por pretos e pardos, mulheres e pelos mais jovens. No período, a taxa média de desocupação ficou em 12%, e o País chegou, ao último trimestre do ano passado, com 12,3 milhões de pessoas na fila do emprego.
O desemprego, no ano passado, foi maior nas camadas da população formadas por pretos e pardos, mulheres e pelos mais jovens. No período, a taxa média de desocupação ficou em 12%, e o País chegou, ao último trimestre do ano passado, com 12,3 milhões de pessoas na fila do emprego.
Pela primeira vez, o IBGE investigou o desemprego considerando a cor ou a raça da população. A taxa de desocupação das pessoas que se declararam de cor preta (14,4%) ou parda (14,1%) foi maior do que das pessoas que se autodeclararam brancas (9,5%). Não há dados para comparação.
O rendimento médio dos pretos no quarto trimestre foi de R$ 1.461,00, enquanto o de brancos foi de R$ 2.660,00. A relação permanece no mesmo patamar desde 2012. "São barreiras diferentes quando se avalia o desemprego por raça, gênero e idade, mas a população preta e parda tem historicamente problemas culturais para se inserir no mercado de trabalho", disse o coordenador de Emprego e Renda do IBGE, Cimar Azeredo.
"Mesmo quando se inserem, os negros têm rendimento bem inferior ao dos brancos. Isso são as heranças do processo de colonização do País, que levou os negros a uma realidade de baixa escolaridade e menos oportunidades", disse. De acordo com Azeredo, parte da população negra ocupa postos de trabalho de menor rendimento, como a construção civil, por exemplo, que, somente no ano passado, fechou 1 milhão de vagas.
O desemprego atingiu mais as mulheres do que os homens. Segundo a Pnad, a taxa de desocupação entre mulheres foi de 13,8%, enquanto a de homens foi de 10,7%. Em todas as cinco grandes regiões investigadas, a situação se repete. No total de pessoas desocupadas no País - desempregados em busca de oportunidade -, a maioria é de mulheres (50,3%).
O Nordeste é a região que registra taxa de desocupação mais alta entre elas, de 16,5%. No Norte, o indicador foi de 16%. No Sudeste (13,8%) e Centro-Oeste (13,2%), a taxa permaneceu acima da média no Brasil. Já no Sul, o desemprego das mulheres foi o mais baixo das cinco regiões, com 8,9%, mais alta, contudo, que a desocupação entre homens, de 6,7%.
Os mais jovens foram os mais afetados pelo desemprego. A desocupação entre jovens de 18 a 24 anos foi de 25,9%. No grupo de pessoas de 25 a 39 anos, a taxa foi de 11,2%. Já entre a população de 40 a 59 anos, o desemprego foi de 6,9%.
O desemprego foi maior na região Nordeste, que registrou taxa de desocupação de 14,4%. A taxa é maior que a do Norte (12,7%) e do Sudeste (12,3%). O Centro-Oeste (10,9%) e o Sul (7,7%) foram as únicas regiões onde o desemprego ficou abaixo da média do País.
Dos cerca de 12 milhões de desocupados no País no fim do ano passado, 2,3 milhões estavam na fila há dois anos ou mais - cerca de 20% do total. A maioria dos desocupados, contudo, estava de um mês a menos de um ano em busca de inserção: 6,08 milhões nesta condição no quarto trimestre de 2016.

Taxa média de desocupação no País fica em 20,9%

A taxa composta de subutilização da força de trabalho fechou o ano passado em 20,9%, em média para a totalidade das regiões do País, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ela agrega a taxa de desocupação, a de subocupação por insuficiência de horas e a da força de trabalho potencial.
Os dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e estão sendo divulgados pelo IBGE juntamente com a taxa de subocupação por insuficiência de horas e da força de trabalho potencial relativa ao 4º trimestre do ano passado, que ficou em 22,2%. O resultado do 4º trimestre de 2016 ficou acima da taxa do 3º trimestre do ano, em 21,2%, e dos 17,3% relativos ao 4º trimestre de 2015. Pelos dados do IBGE, a região Nordeste do País foi responsável pela maior taxa de desocupação: 33% no 4º trimestre, enquanto a menor ocorreu na região Sul (13,4%).
Entre os estados, a Bahia ficou com o índice mais alto (36,2%), e Santa Catarina, com o menor (9,4%). No Brasil, no 4º trimestre de 2016, havia 24,3 milhões de pessoas entre as que compunham a taxa de subutilização. Neste período, foi registrado um crescimento de 6% em relação ao 3º trimestre do ano, representando 1,4 milhão de pessoas. Em relação ao 4º trimestre de 2015, foram registradas 18,5 milhões de pessoas, com o aumento de 31,4%.
A pesquisa detalha os números da taxa de desocupação do País relativos também ao 4º trimestre do ano passado, cujos dados para o Brasil já tinham sido divulgados em 31 de janeiro. A taxa de desemprego fechou 2016 em 12% da População Economicamente Ativa, a média do ano ficou em 11,5%. No detalhamento, constatou-se que registraram taxas de desocupação acima da média nacional as regiões Nordeste (14,4%), Norte (12,7%) e Sudeste (12,3%).

Em 2016, 20% dos desocupados já procuravam emprego por dois anos

Em 2016, um quinto dos desempregados já procuravam emprego por, ao menos, dois anos. Em quatro anos, entre 2012 e 2016, esse grupo de trabalhadores, que ficou ao menos dois anos buscando trabalho, cresceu 53%. Esse contingente era de 1,5 milhão de pessoas em 2012, passando para 2,3 milhões no ano passado.
"A análise que fazemos é que a crise está fazendo com que as pessoas levem mais tempo para encontrar trabalho, pois os grupos que mais cresceram são os que procuram por mais tempo, por, ao menos, um ano", analisa Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Renda do IBGE.
Também explodiu o grupo de brasileiros que ficou de um ano a menos de dois anos buscando trabalho nesse mesmo período, passando de 978 mil pessoas em 2012 para 2,16 milhões em 2016, alta de 121%. O grupo que buscou trabalho de um mês a menos de um ano cresceu 64,7%, e o que procurou por menos de um mês teve alta de 30%.

Incidência de carteira assinada entre empregados domésticos cai

Em 2014, domésticas com idade entre 18 e 29 anos representavam 14%; em 2004 eram 30%

Em 2014, domésticas com idade entre 18 e 29 anos representavam 14%; em 2004 eram 30%


/JOÃO MATTOS/JC
A proporção de empregados domésticos com carteira assinada caiu para 31,9% no quarto trimestre de 2016, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Um ano antes, no quarto trimestre de 2015, o total de empregados domésticos com carteira assinada era de 33,3%.
"A crise também afetou a patroa. Você está com rendimento mais baixo e, se tiver empregado doméstico cinco vezes na semana, vai ter que pagar todos os direitos, vai ter um custo maior. Então você entra em acordo, vai ter a empregada doméstica só duas vezes na semana, porque aí não cria vínculo. Então ela trabalha como diarista", explicou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A proporção de empregados domésticos trabalhando sem carteira assinada saiu de 66,7%, no quarto trimestre de 2015, para 68,1% no quarto trimestre de 2017. No setor privado também houve recuo na carteira assinada: 76,4% dos trabalhadores eram formais no quarto trimestre de 2016, ante uma fatia de 77,9% no quarto trimestre de 2015. No mesmo período, a fatia de informais no setor privado cresceu de 22,1% para 23,6%.