Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 17 de Fevereiro de 2017 às 18:24

Microcervejarias veem oportunidade após compra de Kirin pela Heineken

Silveira aponta cenário positivo para investimentos no setor de cervejarias artesanais

Silveira aponta cenário positivo para investimentos no setor de cervejarias artesanais


Assessoria Focco Comunicação/DIVULGAÇÃO/JC
Niágara Braga
Os microcervejeiros brasileiros não temem a maior concentração do mercado na mão de dois grupos após a compra da Brasil Kirin pela holandesa Heineken. A condição poderia ser reforçada já que a gigante Ambev detém mais de 70% do mercado nacional. O presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), Rodrigo Silveira, vislumbra, ao contrário, que a guerra entre as grandonas poderá abrir espaço e dar "fôlego" às pequenas. Silveira também aponta que o ambiente é propício a novos investimentos em produção, pois a perspectiva é de crescimento da venda dos rótulos artesanais frente à demanda mais estável das marcas de consumo de massa. Além disso, as microcervejarias ganharão um fermento novo, a partir de 2018, com a redução de 32% na tributação somente com a inclusão das fabricantes no Simples Nacional, ressalta o dirigente. O Rio Grande do Sul é o segundo produtor do setor, perdendo apenas para o reduto paulista.  
Os microcervejeiros brasileiros não temem a maior concentração do mercado na mão de dois grupos após a compra da Brasil Kirin pela holandesa Heineken. A condição poderia ser reforçada já que a gigante Ambev detém mais de 70% do mercado nacional. O presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), Rodrigo Silveira, vislumbra, ao contrário, que a guerra entre as grandonas poderá abrir espaço e dar "fôlego" às pequenas. Silveira também aponta que o ambiente é propício a novos investimentos em produção, pois a perspectiva é de crescimento da venda dos rótulos artesanais frente à demanda mais estável das marcas de consumo de massa. Além disso, as microcervejarias ganharão um fermento novo, a partir de 2018, com a redução de 32% na tributação somente com a inclusão das fabricantes no Simples Nacional, ressalta o dirigente. O Rio Grande do Sul é o segundo produtor do setor, perdendo apenas para o reduto paulista.  
JC – Como a compra da Brasil Kirin pela Heineken afeta o setor?
Rodrigo Silveira – Eu adoraria saber o que vai acontecer. Com base no que acontece no setor há alguns anos, acreditamos que a aquisição canalizará a atenção das grandes fabricantes para uma competição entre elas, o que dará fôlego para o nosso setor que sofre muito com a Ambev, que entrou na disputa com a gente praticando preços mais baixos. Às vezes, os valores são tão baixos que ficam abaixo do custo das artesanais, o que tem nos atrapalhado muito. Com a aquisição da Brasil Kirin pela Heineken, acredito que vai mudar um pouco o foco da Ambev. As duas vão entrar em uma briga de gigantes. Assim, poderemos caminhar com mais facilidade.
JC – Há perspectiva de crescimento diante deste cenário?
Silveira - Isso acontece ano a ano. O nosso crescimento é muito maior do que o das cervejas de massa. Crescemos cerca de dois dígitos, enquanto a indústria cervejeira acumula queda em torno de 5% no consumo. Por isso, as grandes redes de supermercados começam a notar as pequenas cervejarias e disponibilizam mais espaços. Vamos continuar crescendo e ainda tem muito espaço para ocupar.
JC – As cervejas artesanais conquistaram as grandes redes de supermercado?
Silveira – Quando você nota a presença de pequenas cervejarias em grandes redes, onde todos os produtos estão ali, é nítida uma vantagem, um crescimento exponencial do setor. São locais muito caros, onde o metro quadrado de gôndola é disputadíssimo. Você vê ali que a cada mês, a cada ano, o espaço de cervejas artesanais vem crescendo. Isso é muito positivo porque acabamos atingindo um público que ainda não conhece os produtos e nem tinha acesso, nunca tinha ouvido falar na gente. Para ter espaço em uma grande rede é porque é um produto muito desejado. Quando vemos esses varejos abrindo espaço, é sinal de que estamos no caminho certo e temos feito um bom trabalho.
JC – Qual é o tamanho do mercado das microcervejarias no Brasil?
Silveira - As informações que temos ainda apontam para um patamar próximo a 1%. Mas nos próximos anos vai ocorrer um incremento devido à aprovação do Simples Nacional para pequenas cervejarias que entra em vigor em 2018. Com isso, devemos ultrapassar o número de 500 fábricas ainda em 2017. Hoje são cerca de 420 pelo País. A nova condição tributária deve levar à abertura de novas fábricas, pois toda a cadeia será aquecida. Isso é importante porque em um ambiente de crescimento, mais gente debate e se conquista mais espaço e benefícios que são justos e necessários.
JC – É um bom para momento para investir em microcervejarias?
Silveira – O momento é favorável, mas não se monta uma pequena cervejaria da noite para o dia. Quem está pensando em investir, é bom começar a estudar e correr atrás de equipamentos, de bons profissionais, para não ter um dissabor mais a frente. As dificuldades continuam, com uma carga tributária altíssima, mas que tende a melhorar com o passar dos anos, assim como aconteceu em outros mercados do mundo. Trata-se de um setor muito recente, ainda em desenvolvimento. Está sendo um aprendizado geral para os empresários e para os políticos. Quem sair na frente e fizer um planejamento bem feito, tende a colher bons frutos no futuro.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO