Briga de convites

"Nós convidaremos autoridades da área da previdência, inclusive pessoas contrárias à reforma, mas vamos mostrar para o povo brasileiro a real situação do nosso País e buscar subsídios para que possamos fazer uma reforma justa", disse o deputado Mauro Pereira (PMDB) numa das intermináveis brigas no plenário da Câmara sobre as heranças malditas. O que ele esqueceu, ao invés do debate, foi a briga de convites e os vários requerimentos para audiências públicas que se sucederam após a instalação da comissão especial da reforma da Previdência. Nessas audiências, cada um puxa a sardinha para o seu lado numa dança de convites. Um grupo de oito deputados petistas, entre eles os gaúchos Maria do Rosário e Pepe Vargas, apresentaram sete requerimentos para realizar audiências públicas sobre a reforma. Foram convidados técnicos, representantes de entidades de mulheres, do governo. Enquanto isso, o deputado Darcísio Perondi (PMDB) apresentou cinco requerimentos para a realização de audiências públicas com economistas e cientistas políticos.

CPI da Previdência

O senador Paulo Paim (PT, foto) entrou com um pedido para criar uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as contas da Previdência. "Temos que esclarecer as receitas e as despesas, os desvios, desonerações, desvinculações e sonegações. Cadeia para quem está roubando dinheiro da Previdência Social e dos trabalhadores", disse.

Resposta de Cristovam

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) enviou uma nota de esclarecimento respondendo a nota "Cascas de Banana", publicada na coluna de quarta-feira. O senador do Distrito Federal não teria tentado dar uma "gambeta" no colega Lasier Martins (PSD) no que concerne a proposta de emenda à Constituição sobre a forma de escolha dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta de Cristovam é de 2012 e já recebeu parecer favorável da relatora, senadora Ana Amélia (PP), na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), em setembro de 2016. "Cristovam Buarque não 'surrupiou' projeto de outro parlamentar", diz a nota. A proposta em questão estabelece que os ministros do STF sejam escolhidos pelo Senado a partir de uma lista sêxtupla. A proposta veda, ainda, a indicação de quem tenha, nos quatro anos anteriores, ocupado mandato eletivo no Congresso Nacional ou cargos de Procurador-Geral da República, Advogado-Geral da União ou ministro de Estado. A assessoria de Lasier Martins não comenta as observações do senador Cristovam Buarque; apenas registra que a PEC 35 de 2015 foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado no dia 24 de fevereiro de 2016. Ou seja, a PEC de Lasier pode ser votada no plenário. Portanto a nota estava correta.