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JC Logística

- Publicada em 13 de Fevereiro de 2017 às 22:17

Contêineres usados viram solução para empreendimentos

As embalagens metálicas têm uma vida útil variável de 10 a 20 anos antes do descarte

As embalagens metálicas têm uma vida útil variável de 10 a 20 anos antes do descarte


ANTONIO PAZ/ARQUIVO/
Depois de passar mais de uma década cruzando oceanos transportando as mais diversas mercadorias, os contêineres marítimos são cada vez mais procurados para abrigar negócios em terra firme, que vão de bares a shopping centers. O interesse é motivado não só pelo custo menor e a rapidez da adaptação em relação a uma obra convencional de alvenaria, como por mobilidade, sustentabilidade e pegada contemporânea, mais atraente ao público jovem, o alvo da vez do varejo.
Depois de passar mais de uma década cruzando oceanos transportando as mais diversas mercadorias, os contêineres marítimos são cada vez mais procurados para abrigar negócios em terra firme, que vão de bares a shopping centers. O interesse é motivado não só pelo custo menor e a rapidez da adaptação em relação a uma obra convencional de alvenaria, como por mobilidade, sustentabilidade e pegada contemporânea, mais atraente ao público jovem, o alvo da vez do varejo.
Produzidos na China, os contêineres têm uma vida útil marítima que varia de dez a 20 anos. Depois disso, as empresas de navegação os colocam à venda a preços que variam entre US$ 1.100 e US$ 1.600, dependendo do tamanho e do estado de conservação. Ao comprar esses contêineres de segunda mão para uso em terra, as empresas precisam pagar todas as taxas de importação à Receita Federal.
Nos dois últimos anos, as empresas que transformam contêineres em espaços comerciais viram a parcela do faturamento correspondente a esse serviço quintuplicar, tamanha a procura. A atividade não tem dez anos. Hoje, os ganhos dessas empresas com os projetos de customização representam, em média, 25% do faturamento anual. O restante ainda é obtido com a locação de contêineres para a administração pública, setores naval e industrial, para operadores logísticos e empresas de eventos, além de módulos habitacionais.
- Encerraremos este ano com um crescimento de 12% no número de projetos. O período de crise fez a procura aumentar porque pessoas do alto escalão das empresas foram demitidas e usaram a rescisão para iniciar o próprio negócio - conta o diretor comercial da Delta Containers, Jonathan Gabardo, empresa paranaense há 30 anos no mercado, com escritórios no Sul, Sudeste e Nordeste.
Para Maria Candida Torres, engenheira industrial e professora do curso de Gestão Empresarial da Fundação Getulio Vargas, é um mercado com grande potencial de expansão:
- Até um tempo atrás, os contêineres não passavam de uma embalagem para transporte. Hoje, são uma tendência comercial sustentável, pois podem ter sua vida útil prolongada. Têm design diferenciado e são adaptáveis à captação de energia solar. Mas seu uso traz desafios, pois há pouca mão de obra especializada.
O segmento é relativamente pequeno. Empresários do setor de locação e venda de contêineres estimam que no Sul e Sudeste existem 20 companhias do ramo, geralmente próximas de zonas portuárias, devido ao acesso fácil aos contêineres.
- No Rio, há algumas empresas, mas a maior parte é para locação e eventos. Poucos enxergam que esse é o futuro do segmento. A nossa empresa tem sete anos. De três para cá a demanda pela customização triplicou. Além do apelo sustentável, o contêiner deixou de ser invisível. Ano passado foi cenário até do BBB. É uma obra que pode custar até 40% menos que uma convencional - diz Bruno Peotta, sócio-proprietário da RentCon, cujo faturamento com o nicho deve passar de 28% do total registrado pela empresa em 2016 para 40% este ano.
A customização atende ao projeto do cliente. Pode incluir revestimentos interno, térmico e acústico e sistemas hidráulicos e elétrico e instalação no local de funcionamento. Também podem ganhar placas para captação de energia solar, reduzindo os custos fixos do empreendimento. A RentCon tem um técnico em segurança do trabalho que inspeciona cada contêiner, após a compra, para verificar se não há material radioativo, devido ao possível transporte de equipamento hospitalar, por exemplo, e indica a higienização adequada. Todos podem ter janelas, portas, vitrines, mezanino e ar condicionado, como uma construção convencional. Quando sobrepostos, são soldados e levam travas para reforçar a segurança.
Os preços para o empreendedor têm variação gigantesca. Dependem do tamanho e acabamento recebido. No Rio, um projeto nos moldes do citado anteriormente, de 15 metros quadrados, requer um investimento de, no mínimo, R$ 30 mil.
Na Delta Containers, saem a partir de R$ 18 mil. Mas a empresa já construiu um hotel de caixas de aço que saiu por R$ 380 mil, em Foz do Iguaçu. A empresa, uma das pioneiras, trabalha nesse nicho desde 2008. Criou uma linha de produção especial automatizada. Em parceria com a Tintas Renner, tem acesso exclusivo a uma tinta especial 95% similar à marítima, que é anticorrosiva e dispensa a pintura dos contêineres por 15 anos.
Hoje, entrega cerca de 18 projetos mensais: 60% da produção são pequenos salões de beleza, lojas de produtos a preços populares e pequenas lanchonetes; 30% são hamburguerias e 10% são casas. Segundo o diretor comercial, Jonathan Gabardo, que mora com a família há sete anos em uma residência de 280 metros quadrados toda de contêineres, esse segmento tem baixo crescimento por uma questão cultural:
- As pessoas ainda são muito apegadas às construções convencionais - avalia.
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