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Empresas & Negócios

- Publicada em 26 de Fevereiro de 2017 às 16:11

Outlets crescem em meio à crise


PHOTODUET-FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Em um cenário de crise no varejo, ao menos um segmento manteve o fôlego. O faturamento dos chamados outlets - centros de compras em que as marcas de luxo oferecem seus produtos com desconto - cresceu 28% no ano passado e chegou a R$ 3,2 bilhões. Neste ano, caso as previsões se confirmem, o valor das vendas destes empreendimentos deve aumentar 40,6%, para R$ 4,5 bilhões. Diante do resultado, investidores ampliam as apostas neste modelo de centro comercial. Atualmente, existem 13 em operação no País. A previsão é que, até 2019, outros 12 sejam inaugurados, com investimentos que somam cerca de R$ 500 milhões.
Em um cenário de crise no varejo, ao menos um segmento manteve o fôlego. O faturamento dos chamados outlets - centros de compras em que as marcas de luxo oferecem seus produtos com desconto - cresceu 28% no ano passado e chegou a R$ 3,2 bilhões. Neste ano, caso as previsões se confirmem, o valor das vendas destes empreendimentos deve aumentar 40,6%, para R$ 4,5 bilhões. Diante do resultado, investidores ampliam as apostas neste modelo de centro comercial. Atualmente, existem 13 em operação no País. A previsão é que, até 2019, outros 12 sejam inaugurados, com investimentos que somam cerca de R$ 500 milhões.
No Brasil, esse modelo de centro de compras vem ganhando força nos últimos três anos. Para o consultor especializado em varejo Bruno Pamplona, eles atraem todas as classes sociais pela possibilidade de pagar em parcelas, muitas vezes sem o juro do cartão, além da busca por produtos de qualidade. Muita gente que se acostumou a frequentá-los nos EUA deixou de viajar ao exterior com o dólar mais alto. "Agora, encontra os mesmos produtos aqui, e com preço mais competitivo. Nos últimos cinco anos, mais de 100 marcas estrangeiras desembarcaram no Brasil", afirma Pamplona.
A crise ajudou o crescimento deste modelo de varejo com descontos, mas o brasileiro gosta de pechinchar e caçar ofertas, e isso vale também para as marcas de luxo, diz Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da GS&BW, empresa especialista em shopping centers, do Grupo GS&MD Gouvêa de Souza. "Mesmo quando a crise passar, os outlets vão continuar crescendo e ganhando escala", diz Marinho, observando que isso vai permitir que as marcas fabriquem produtos exclusivamente para os outlets, como já fazem nos EUA, onde 82% dos produtos oferecidos são feitos especialmente para o segmento."
Na décadas de 1980 e 1990, o Brasil já teve uma fase de outlets, baseados num modelo de lojas de fábrica, explica Marinho. Agora, afirma ele, ganha impulso um movimento com lojas de grife. Conhecido por associar seus shoppings a marcas de luxo, o empresário Carlos Jereissati, presidente da Iguatemi Empresa de Shoppings Centers, dona, entre outros, dos shoppings Iguatemi e JK, em São Paulo, está apostando em outlets premium para expandir o grupo. Desde 2013, a empresa já é sócia de um centro de compra em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e planeja erguer mais três: em Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais.
"É um novo caminho de crescimento para a companhia no curto prazo, sem perder o foco nos shoppings convencionais. O outlet de Santa Catarina será inaugurado em 2018. Os lojistas queriam abrir quando a economia já estivesse crescendo. E tem dois novos projetos, um no Paraná e outro em Minas Gerais, em aprovação para o futuro", explica o empresário.
Jereissati conta que seus shoppings têm maior parte do público das classes A e B. Mas, há alguns anos, houve uma demanda dos lojistas para que o grupo tivesse uma operação focada em desconto. "A crise e a tendência de busca por descontos criaram uma base de consumidores que, além de comprarem no varejo tradicional, também compram no varejo de oportunidade, que é o outlet", alega.
Para Jereissati, os outlets não concorrem com os shoppings, são empreendimentos complementares. Mas pondera que devem ser construídos a uma distância de ao menos 50km e receber mercadorias concebidas especificamente para os outlets ou sobras de coleções anteriores.
Na comparação com os shoppings, o faturamento dos outlets ainda pode ser considerado pequeno. No ano passado, os 558 shoppings existentes no País movimentaram em vendas R$ 157,9 bilhões. Em termos reais (descontada a inflação), o faturamento dos shoppings caiu 2% ano passado (4,3% de crescimento nominal frente a uma inflação de 6,3%). Os dados são da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), que prevê crescimento de 5% nas vendas neste ano, um pouco acima da inflação prevista, de 4,4%.
Nos outlets, marcas de grife, como Hugo Boss, Carmen Steffens, Armani, Burberry e Calvin Klein, vendem seus produtos com, no mínimo, 30% de desconto. O valor menor é obrigatório por contrato, mas podem ser encontrados descontos entre 70% e 80%, dependendo da época do ano. "É a busca da qualidade com preço que caiba no orçamento", diz André Costa, da About.
Marinho observa que entre as desvantagens para quem quer comprar em outlets está a distância destes empreendimentos em relação aos grandes centros urbanos. Ele cita também que, em muitos casos, a qualidade dos produtos oferecidos não é a mesma da loja original. No Brasil, alguns fabricantes tratam os outlets como ponta de estoque, ou oferecem a sua segunda marca. O especialista observa que o consumidor dos outlets vai a estes centros disposto a gastar com compras, diferentemente dos shoppings, onde 63% dos frequentadores vão a lazer.
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