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Assembleia Legislativa

- Publicada em 31 de Janeiro de 2017 às 21:31

Edegar Pretto comandará Parlamento gaúcho

Oriundo de movimentos populares, Pretto se comprometeu com agricultura familiar e igualdade de gênero

Oriundo de movimentos populares, Pretto se comprometeu com agricultura familiar e igualdade de gênero


Jonathan Heckler/JC
Depois que os deputados estaduais aprovaram a indicação da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, em uma votação protocolar na sessão solene desta terça-feira, a mestre de cerimônia do evento usou a tribuna do Plenário 20 de Setembro para oficializar o resultado: "Neste momento, dia 31 de janeiro de 2017, a excelentíssima presidente do Parlamento gaúcho, Silvana Covatti (PP), transmite o cargo para o presidente eleito, Edegar Pretto (PT), e a nova Mesa Diretora". 
Depois que os deputados estaduais aprovaram a indicação da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, em uma votação protocolar na sessão solene desta terça-feira, a mestre de cerimônia do evento usou a tribuna do Plenário 20 de Setembro para oficializar o resultado: "Neste momento, dia 31 de janeiro de 2017, a excelentíssima presidente do Parlamento gaúcho, Silvana Covatti (PP), transmite o cargo para o presidente eleito, Edegar Pretto (PT), e a nova Mesa Diretora". 
Além do presidente, a chapa aprovada pelos deputados apresentou os nomes de Liziane Bayer (PSB) para ser a 1ª vice-presidente; Frederico Antunes (PP), para 2º vice-presidente; Juliana Brizola (PDT), para ser a 1ª secretária; Juvir Costella (PMDB), para ser o 2º secretário; Maurício Dziedricki (PTB), para 3º secretário; e Adílson Troca (PSDB), para 4º secretário. Na suplência, ficaram Valdeci Oliveira (PT), Juliano Roso (PCdoB), Bombeiro Bianchini (PPL) e Missionário Volnei (PR).
As galerias - lotadas de representantes de movimentos sociais, sindicais e campesinos - celebraram com gritos e aplausos a aprovação da nova Mesa, especialmente a indicação do petista à presidência. As autoridades que estavam acomodadas em cadeiras distribuídas pelo plenário - entre elas, os ex-governadores Olívio Dutra (PT), Tarso Genro (PT) e Jair Soares (PP) - também saudaram Pretto. O governador José Ivo Sartori (PMDB) - que compôs a mesa, ao lado de Silvana, do vice-governador José Paulo Cairoli (PSD) e do prefeito da Capital, Nelson Marchezan Júnior (PSDB) - não se pronunciou. Foi fácil concluir que o momento não era propício. No início dos trabalhos, quando a mestre de cerimônia anunciou as presenças do governador, de Cairoli e Marchezan, as galerias vaiaram os três.
Os únicos que discursaram na tribuna foram Silvana e Pretto. Ela agradeceu a sua equipe  e aos servidores da Casa. Entretanto, quando disse que garantiu representação de todas as categorias na votação do pacote, algumas pessoas da plateia gritaram para "parar de enrolação". 
Pretto se comprometeu com duas causas: a da igualdade de gênero e a dos pequenos agricultores. Depois da posse, o petista concedeu uma coletiva, no Salão Júlio de Castilhos, onde se aglomeravam veículos de imprensa de todo o Estado. Ao responder a primeira pergunta, comentou como pretende conciliar a condição de deputado da oposição e presidente da Casa. "Sou o primeiro presidente de oposição, nesta legislatura. Mas sou representante de 55 deputados. Pretendo cumprir o regimento interno e as decisões tomadas pela Mesa Diretora", garantiu o novo presidente.
A fala deve ter tranquilizado o líder do governo no Legislativo, Gabriel Souza (PMDB), que ainda tem a tarefa de conduzir a base aliada durante a votação dos projetos remanescentes do pacote de reestruturação. Souza, inclusive, avaliou que a presidência de um oposicionista não vai influenciar a apreciação de projetos polêmicos do governo. "A presidência da Assembleia Legislativa está acima de qualquer partido, de qualquer ideologia", falou o líder do governo.
Na verdade, a posse de Pretto na presidência pode ser benéfica para o governo na votação do pacote, uma vez que a oposição perde um voto e o Piratini ganha um, com a volta de Silvana - presidente só vota em caso de empate. Além disso, a vaga de Mário Jardel (PSD) - que estava vazia no final de 2016 - foi ocupada por Edu Oliveira (PSD). Os governistas contam com cerca de 30 votos.

Posse teve ato popular simbólico na Praça da Matriz

Pretto (centro) cantou uma música de Teixeirinha em meio ao público

Pretto (centro) cantou uma música de Teixeirinha em meio ao público


JONATHAN HECKLER/JC
Após a solenidade oficial de posse do deputado Edegar Pretto (PT) na Assembleia Legislativa, um ato simbólico marcou a posse popular do novo presidente do Parlamento. Organizada por movimentos sociais e de trabalhadores, a atividade na Praça da Matriz encerrou mais cedo por causa da forte chuva que começou a cair por volta de 17h no Centro de Porto Alegre.
Mesmo debaixo de sol forte, cerca de 1,5 mil pessoas acompanharam Pretto cantando a música O Colono, de Teixeirinha, junto a artistas populares que animavam o ato antes da sua chegada. Para descaracterizar a formalidade da posse e simbolizar a identidade do petista com os trabalhadores rurais, ele colocou um chapéu de palha, retirou o paletó, a gravata e o sapato e calçou uma sandália entregue pelo ex-governador Olívio Dutra (PT).
Após a fala de três representantes de grupos ligados à agroecologia, mulheres e negros, uma forte chuva antecipou o fim da atividade. Ainda assim, Pretto falou ao microfone, sendo acompanhando por um grupo que permaneceu no local ou abrigado em marquises próximas. Reafirmando o compromisso assumido em seu discurso anterior, de diálogo com os movimentos sociais, o deputado disse que irá "colocar a casa do povo à disposição do povo gaúcho".
Lembrando a trajetória do pai, Adão Pretto, que foi deputado estadual e federal e um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e da mãe Otília Pretto, o novo presidente disse que eles ensinaram o caminho de "lutar e juntar forças com os pequenos, aqueles que mais precisam das políticas públicas".