Um novo Brasil

A Operação Lava Jato permite vislumbrar o surgimento de um novo Brasil. A corrupção tem sido alvo de um combate sem precedentes deflagrado pelas instituições de Justiça. O resultado é de prisões de políticos, grandes empreiteiros, servidores públicos e empresários que contribuíram para a malversação de recursos do erário.

O sofisticado conjunto de operações coordenado pelo juiz federal Sérgio Moro é parte de uma série de eventos que escrevem uma história inédita no Brasil e que renovam a crença no fortalecimento da sociedade como protagonista de transformações. Tivemos uma sucessão jamais vista de eventos, que incluiu uma eleição eivada de promessas inverídicas, gastos sem precedentes para perenizar um projeto de poder. Isso acarretou uma crise econômica gravíssima, que ensejou o fechamento de inúmeras empresas e de uma legião de 12 milhões de desempregados.

Aqui no Rio Grande do Sul, sou autor do Projeto de Lei nº 45, que prevê a regulamentação, em nível estadual, da Lei Anticorrupção. O objetivo é assegurar a transparência na relação das empresas privadas com entes públicos. O projeto prevê a responsabilização administrativa das empresas privadas que cometem crimes contra a administração pública com multas que podem chegar a R$ 60 milhões. Trata-se de uma legislação moderna, que protege o gestor público honesto e pune o corruptor. A matéria é tema de exaustivos debates com instituições e de importantes contribuições de colegas deputados.

"Brasil, país da impunidade", lema que meu pai - o ex-governador e ex-senador Pedro Simon (PMDB) - tanto combateu, começa a mudar. Este é um momento histórico. Estamos no limiar da transposição da velha estrutura patrimonialista, fundada na troca de favores para um país decente, onde a lei vale para todos e o Estado está a serviço do cidadão. O Brasil está sendo passado a limpo.

Como disse Erico Verissimo: "quando os ventos de mudança sopram, algumas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento".

Deputado estadual (PMDB)