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Indústria

- Publicada em 30 de Janeiro de 2017 às 18:11

CNI avalia recuperação gradual da indústria

Após dois anos seguidos de queda da produção, a indústria parece que, finalmente, começa a ver uma luz no fim do túnel. Os sinais de reação da atividade acontecem na esteira da queda da inflação, redução dos juros e gradual reação da confiança do empresariado. O gerente executivo de política econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, destaca a reação na margem de indicadores como emprego e horas trabalhadas para afirmar que parece que "a economia bateu no fundo do poço" e se prepara para levantar.
Após dois anos seguidos de queda da produção, a indústria parece que, finalmente, começa a ver uma luz no fim do túnel. Os sinais de reação da atividade acontecem na esteira da queda da inflação, redução dos juros e gradual reação da confiança do empresariado. O gerente executivo de política econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, destaca a reação na margem de indicadores como emprego e horas trabalhadas para afirmar que parece que "a economia bateu no fundo do poço" e se prepara para levantar.
"O emprego subiu pela primeira vez (em dezembro) após 23 meses de queda, e as horas na produção trabalhadas aumentaram pelo segundo mês seguido. Esses números mostram ou sinalizam o início de uma possível reversão da trajetória negativa que já vem há dois anos", disse o economista ao apresentar o relatório de Indicadores Industriais. "Se a tendência persistir, indica que as empresas podem estar esperando a retomada da demanda em 2017", disse.
Castelo Branco cita que há fatores que pesam a favor da leitura positiva de cenário. O economista cita como exemplos a queda da inflação e a consequente redução dos juros em ritmo mais acentuado que o esperado inicialmente. Esse quadro deve melhorar as condições de crédito para empresas e famílias, o que tende a incentivar a demanda.
O documento mostra que a indústria terminou o ano de 2016 com forte deterioração, e o faturamento real das empresas teve queda de dois dígitos: retração de 12,1% ante 2015. "Isso mostra grande corrosão e implica grande dificuldade nas contas. Ou seja, fragilidade das empresas", disse o economista.
Além da queda do faturamento, o balanço da entidade mostrou que a utilização da capacidade da indústria brasileira caiu mais uma vez e atingiu o menor patamar da história em dezembro de 2016. O índice recuou de 76,4% em novembro para 76% em dezembro do ano passado, de acordo com a série dessazonalizada. Em dezembro de 2015, o índice estava em 77,7%.
Dados apresentados CNI revelaram que o rendimento médio real dos empregados industriais teve queda de 1,2% em 2016 na comparação com o ano anterior. É a primeira vez na série histórica que esse indicador registrou queda.
Segundo a entidade, o rendimento médio real atualizado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) caiu ininterruptamente nos três últimos meses de 2016 e acumulou queda de 4,3% na comparação trimestral.
"Mesmo com a grande indexação e os dissídios, esse indicador teve a primeira queda. Isso é fruto do mercado de trabalho bastante desaquecido. Então algumas negociações de dissídio tiveram recomposição dos salários abaixo da inflação", disse Castelo Branco. "Isso mostra que, com o desemprego crescente, os trabalhadores estão dispostos a aceitar correção menores dos salários", completa.
Castelo Branco elogiou a indicação de reforma trabalhista do governo Michel Temer que pretende fazer com que o acordado entre categoria e empregador se sobreponha ao legislado. "Isso dará valorização à negociação e significa que você dá margem de manobra para que as partes acertem temas que vão além do salário, como jornada de trabalho ou o intervalo entre turnos", disse.
A indústria emitiu sinais marginais de recuperação em dezembro de 2016. Dados da CNI mostram ligeira reação dos indicadores de horas trabalhadas, emprego e faturamento real na comparação com novembro de 2016. Segundo a série dessazonalizada da CNI, a melhor reação foi vista nas horas trabalhadas na produção, indicador que teve alta de 1% em dezembro.
Apesar da ligeira reação vista nos indicadores de dezembro, os números continuam bastante negativos quando comparados com igual mês do ano de 2015. No faturamento real, há queda de 4,8%. O emprego acumula perda de 5% ante dezembro de 2015, enquanto houve recuo de 8,7% na massa salarial e queda de 1,1% nas horas trabalhadas.
 

Desempenho da atividade industrial gaúcha retrai 5,9%

Segmento de montagem de veículos registrou recuo de 12,3% em 2017

Segmento de montagem de veículos registrou recuo de 12,3% em 2017


CNI/VOLKSWAGEN/DIVULGAÇÃO/JC
As reações positivas em novembro e dezembro não foram suficientes para a indústria gaúcha reverter as perdas no decorrer de 2016. Conforme pesquisa da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), divulgada nesta segunda-feira, o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) encerrou o ano com 5,9% de retração.
"A atividade industrial recuou a patamares do ano 2000. O cenário segue desafiador, mas, mesmo assim, as perspectivas para 2017 são mais positivas", afirma o presidente da entidade, Heitor José Müller, destacando que serão necessários anos consecutivos de crescimento para a recuperação do setor.
Conforme a pesquisa da Fiergs, foi o terceiro ano de resultado negativo com perdas totais de 18,4% no período. De acordo com Müller, diante da queda acumulada, um modesto crescimento é aguardado para 2017. "A demanda deverá continuar restrita, mas o ambiente econômico pode ser beneficiado com uma melhora do quadro fiscal, redução da inflação, dos juros e reformas estruturais", afirma o presidente da Fiergs.
No acumulado do ano de 2016, o faturamento real caiu 10,4%; a massa salarial, 7,7%; o emprego, 7,2%; as compras industriais, 5,6%; as horas trabalhadas na produção, 5,3%; e a Utilização da Capacidade Instalada (UCI), 0,5%.
No ano que passou, as maiores influências negativas foram registradas na atividade metalmecânica nos segmentos de montagem de veículos (-12,3%), máquinas e equipamentos (-9,3%) e produtos de metal (-8,9%). Também contribuíram as indústrias de móveis (-12,0%), tabaco (-8,04) e alimentos (-2,5%).
Em relação a dezembro, o IDI-RS aumentou 0,2%, na comparação com novembro - feito o ajuste sazonal. Contribuiu para a reação do indicador as horas trabalhadas na produção ( 1,4%), a massa salarial ( 0,6%) e o faturamento real ( 0,3%). O emprego ficou estável, enquanto as compras industriais (-1,9%) e a UCI (-0,5%) retraíram.