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Crédito

- Publicada em 24 de Janeiro de 2017 às 17:57

Crédito imobiliário desaba 38% em 2016, diz Abecip

O crédito para aquisição e construção de imóveis desabou 38% em 2016, mas o pior pode ter passado, disse ontem a Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). No ano passado, as concessões de empréstimos pelo chamado SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), financiadas com recursos de poupança, somaram R$ 46,6 bilhões, contra R$ 75,6 bilhões em 2015.
O crédito para aquisição e construção de imóveis desabou 38% em 2016, mas o pior pode ter passado, disse ontem a Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). No ano passado, as concessões de empréstimos pelo chamado SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), financiadas com recursos de poupança, somaram R$ 46,6 bilhões, contra R$ 75,6 bilhões em 2015.
Foi o menor patamar desde 2009, quando as concessões pelo SBPE atingiram R$ 34 bilhões. Entre janeiro e dezembro de 2016, foram financiados 199,69 mil imóveis, queda de 41,5% na comparação com 2015.
Juros e desemprego altos tiraram a confiança do consumidor na compra da casa própria, afirma Gilberto Duarte de Abreu Filho, presidente da associação. Para este ano, a associação estima que as concessões devem chegar a R$ 49 bilhões, alta de 5% ante 2016.
"Parece que o fundo do poço passou. O ano de 2017 não deve ser de um grande rompante nessa área. O desemprego continua alto, taxa de juros está caindo, mas ainda está alta. Isso sinaliza, porém, uma reação, mesmo que moderada", diz Filho.
Em 2016, foram liberados
R$ 36 bilhões a pessoas físicas para aquisição de imóveis, retração de 34% em relação a 2015.
O impacto foi maior no financiamento de imóveis usados. O crédito para a compra dessas unidades caiu 41% em relação a 2015, para R$ 13,7 bilhões, enquanto o financiamento de imóveis novos recuou 30%, somando R$ 22,3 bilhões.
Já o financiamento para a construção (pessoa jurídica) caiu 49% na mesma comparação, influenciado pela queda nas vendas das incorporadoras e menor demanda.
De janeiro a dezembro de 2016, foram liberados R$ 10,6 bilhões para a construção, ante
R$ 20,8 bilhões em igual período do ano anterior.
O SBPE, que financia unidades com perfil mais de classe média, pode ganhar algum fôlego com cortes na taxa básica de juros - no dia 11, o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a Selic em 0,75 ponto percentual, para 13% ao ano.
Isso porque, conforme os juros subiam, menos atrativo se tornava o investimento em poupança, que começou a ter resgates de dinheiro. A inflação elevada também contribuiu para que a caderneta perdesse atratividade para o investidor. Em 2016, a captação líquida da aplicação foi negativa em R$ 40,7 bilhões.
"Com os juros caindo, podemos chegar ao final de 2017 com a poupança voltando a ser um investimento competitivo", diz Filho.
Os empréstimos com recursos do FGTS, voltados basicamente para habitação popular, no entanto, mantiveram o crescimento. Impulsionado pelo programa Minha Casa Minha Vida, esse financiamento atingiu R$ 64 bilhões em 2016, ante R$ 54 bilhões em 2015.
"Esse é um setor menos sensível às oscilações de mercado", diz Filho. Para 2017, no entanto, a entidade ressalta a expectativa de orçamento do Fundo de queda de 1,5% para esse tipo de financiamento.
Dentro do pacote para tentar estimular a economia anunciado pelo governo Temer em dezembro estão medidas com potencial de impacto no setor imobiliário, como a regulamentação da LIG (Letra Imobiliária Garantida), que ampliaria a oferta de crédito para a construção civil.
Sobre a permissão para saque de contas inativas do FGTS, Filho diz não saber opinar se isso pode afetar o financiamento, e se limitou a afirmar que "potencialmente, pode haver revisão no FGTS".
Ele avalia, no entanto, que a proposta sondada pelo governo de permitir o uso do FGTS para quitar dívidas não é prejudicial para o financiamento imobiliário. "Parte do recurso do FGTS vem da contribuição do emprego. A medida que a gente conseguir fazer a economia girar e ter mais emprego, vai ter mais dinheiro sendo aportado no fundo", diz.

Atividade e emprego apresentam queda na construção

A indústria da construção encerrou 2016 com queda na atividade e no emprego. De acordo com a Sondagem Indústria da Construção, divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice que mede o nível da atividade caiu de 39,3 pontos em novembro para 37,9 pontos em dezembro. Pela metodologia da pesquisa, números abaixo de 50 indicam queda. Em dezembro do ano passado, o índice estava em 33,3 pontos.
O nível de emprego passou de 36,8 pontos em novembro para 36 pontos em dezembro. No último mês de 2015, o número estava em 33 pontos. Já o uso da capacidade instalada se manteve em 56% no último mês do ano passado - era 55% em 2015. "O percentual está seis pontos abaixo da média histórica para o mês de dezembro", observa a pesquisa.
O indicador de satisfação com a situação financeira cresceu do terceiro para o quarto trimestre, passando de 35 pontos para 36 pontos. Os números continuam abaixo dos 50 pontos, o que sinaliza a insatisfação quanto a situação financeira da empresa.
O indicador de satisfação com a margem de lucro operacional caiu 0,6 ponto na mesma comparação, afastando-se ainda mais da linha divisória entre satisfeito e insatisfeito. O indicador de satisfação com a margem de lucro operacional, por sua vez, caiu 0,6 pontos, indo de 32,3 para 31,7 pontos.
Por outro lado, os empresários estão menos pessimistas em relação aos próximos seis meses do que no início do ano passado.