O diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner, segue pessimista com a Venezuela, que depois de ter uma recessão de 6,2% em 2015, e de 12% no ano passado, deve ter uma nova retração de 6% neste ano e de 3% em 2018. Ele lembrou que a hiperinflação está crescendo e deve superar os quatro dígitos neste ano - ou seja, superar os 1.000%. " No acumulado, a economia da Venezuela vai se retrair algo em torno de 30%", disse.
"Nos Estados Unidos, permanece a incerteza em torno das possíveis mudanças econômica, mas é provável que a política fiscal passe a ser expansionista e a política monetária deve se tornar mais austera antes do previsto, devido a um aumento da demanda e à pressão inflacionária", escreveu Werner em seu blog, nesta segunda-feira, mas o resultado pode ser nulo para a região. "O estímulo positivo gerado pelo aumento da demanda previsto nos Estados Unidos poderia ser neutralizado pela elevação das taxas de juros mundiais e pela incerteza decorrente de possíveis mudanças na política comercial e imigratória dos Estados Unidos, sobretudo para o México."
Werner afirma, contudo, que a região deve se beneficiar de uma melhoria das perspectivas para a China nos próximos dois anos - o país asiático já é o maior comprador de matérias-primas da região - e isso está mostrando uma certa recuperação dos preços de algumas matérias, em especial dos preços dos metais e do petróleo.
"Essas correntes mundiais têm um impacto variado sobre a América Latina e, em alguns países, os fatores internos continuam a predominar", explicou Werner em seu blog. "A recuperação projetada é mais fraca do que a prevista em outubro, em função da debilidade persistente de algumas das principais economias, embora outras continuem a registrar um crescimento moderado.