Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 17 de Janeiro de 2017 às 19:40

Ciclo de queda de juros pode ser antecipado

BC indicou que a redução vai favorecer uma retomada da economia

BC indicou que a redução vai favorecer uma retomada da economia


PEDRO LADEIRA/AFP/JC
O Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou, na ata de sua última reunião, divulgada ontem, que o atual cenário econômico é favorável a uma "antecipação do ciclo de distensão da política monetária". No documento, os diretores do Banco Central (BC) apontam que a recente queda da inflação e a atividade econômica abaixo do esperado podem favorecer um ciclo mais rápido de queda de juros sem que isso atrapalhe o objetivo de levar a inflação para o centro da meta até 2018.
O Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou, na ata de sua última reunião, divulgada ontem, que o atual cenário econômico é favorável a uma "antecipação do ciclo de distensão da política monetária". No documento, os diretores do Banco Central (BC) apontam que a recente queda da inflação e a atividade econômica abaixo do esperado podem favorecer um ciclo mais rápido de queda de juros sem que isso atrapalhe o objetivo de levar a inflação para o centro da meta até 2018.
No último encontro do Copom, na semana passada, o comitê optou por reduzir a taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,75 pontos percentuais, para 13%. O tamanho do corte surpreendeu boa parte do mercado, que esperava uma redução de 0,5 p.p. Na ata, os diretores do BC avisam que possíveis revisões no ritmo de flexibilização vão depender das expectativas de inflação e da evolução de uma série de fatores de risco. O comitê chegou a avaliar uma redução menor da Selic na última reunião, para 13,25%, mas concluiu que as condições eram favoráveis a uma queda maior.
Com a redução, as projeções para os juros neste ano também foram reduzidas. Antes do corte do dia 11, contava com Selic em 10,25% em dezembro, conforme o Boletim Focus, boletim do BC que reúne as principais estimativas do mercado. Agora, a expectativa é por juro de um dígito (9,75%). Para o ano que vem, a projeção é de Selic em 9,5%.
Quando consideradas apenas as previsões das cinco instituições que mais acertam, a prevista para o fim deste ano é ainda menor (9,5%). Antes, essas instituições viam a taxa Selic em 10% no fim do ano. Para 2018, a estimativa também foi reduzida de 10,25% para 9,50%.
Na ata divulgada ontem, o comitê destaca que o corte nos juros iria favorecer uma retomada da economia, "sem que isso exigisse desvio em relação ao objetivo de levar a inflação para a meta de 4,5% em 2017 e 2018". Eles destacaram a importância da aprovação de um teto para os gastos públicos como forma de controlar as contas públicas e ajudar o País a retomar o controle fiscal. Ponderaram, contudo, que outras reformas e investimentos em infraestrutura são necessários com o objetivo de aumentar a produtividade, ganhar eficiência, aumentar a flexibilidade da economia e melhorar o ambiente de negócios.
Na avaliação do Banco Central, o desempenho da economia segue "aquém do esperado" e com "alto nível de ociosidade dos fatores de produção", que se refletem no baixo índice de utilização da capacidade industrial e, principalmente, na taxa de desemprego. Esse cenário sugere, segundo o Copom, que a retomada será ainda mais lenta do que o inicialmente previsto. Por outro lado, uma atividade econômica fraca favorece a queda da inflação, o que colabora para a antecipação do cenário de redução de juros.
Apesar da recente queda dos indicadores de inflação (o IPCA de 2016 terminou dentro do teto da meta, em 6,29%), o comitê ponderou que alguns componentes desse índice são mais sensíveis ao ciclo econômico e requerem atenção contínua. O Banco Central aponta ainda como risco a demora natural na aprovação e implementação das reformas encabeçadas pelo governo e as incertezas no cenário externo, sobretudo com as mudanças da política econômica dos Estados Unidos.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO