Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Conjuntura

- Publicada em 11 de Janeiro de 2017 às 18:43

Inflação de 2016 fecha em 6,29%

O ano de 2016 encerrou com inflação em 6,29%, divulgou o IBGE ontem. Foi a primeira vez, desde 2014, que o índice oficial de inflação ficou abaixo do teto da meta do governo, de 6,5%. Em dezembro, o IPCA, índice oficial de preços ao consumidor, avançou 0,30%.
O ano de 2016 encerrou com inflação em 6,29%, divulgou o IBGE ontem. Foi a primeira vez, desde 2014, que o índice oficial de inflação ficou abaixo do teto da meta do governo, de 6,5%. Em dezembro, o IPCA, índice oficial de preços ao consumidor, avançou 0,30%.
A redução do consumo de bens e serviços no País em decorrência da recessão econômica fez ceder a inflação, que teve seu auge em 2015, ao atingir 10,67%, maior percentual de uma década. Na ocasião, o País vivia o reflexo do movimento chamado tarifaço, resultante do represamento de preços, como o da energia, de maneira artificial pelo governo no ano anterior. O resultado foi aumento de preços generalizado, tanto na cadeia produtiva quanto no setor de serviços.
Em dezembro, o grupo alimentação e bebidas foi o destaque na pressão de alta, segundo o IBGE, passando a subir 0,08% no mês contra queda de 0,20% em novembro. Na outra ponta, o grupo habitação apresentou queda de 0,59% nos preços, depois de subir 0,30% em novembro na comparação mensal.
Segundo o IBGE, o principal impacto para baixo na inflação em dezembro (-0,13 p.p.) veio da energia elétrica, com queda de -3,70% nos preços. Essa redução se deveu à volta da bandeira tarifária verde em 1 de dezembro, em substituição à amarela.
Em 2016, o principal impacto sobre a inflação também veio de alimentação e bebidas, com alta de 8,62% contra 12,03% em 2015, exercendo peso de 2,17 ponto percentual. O maior impacto individual do ano coube à alimentação fora de casa, com 0,63 ponto percentual depois de os preços terem subido 7,22%.
Já a inflação de serviços, que vem sendo observada pelo Banco Central (BC) e com o setor sofrendo os efeitos da demanda fraca, viu a alta desacelerar em 2016 a 6,50%, contra 8,09% em 2015. Só em dezembro, subiu 0,65%, frente a 0,42% de novembro.
Em 2016, com o avanço do desemprego, os brasileiros reduziram o ritmo de consumo, o que diminuiu, por consequência, a pressão sobre os preços. Em janeiro, a inflação começou alta, em 1,27%, mas cedeu nos três meses seguintes, até ter uma leve alta em maio. O motivo era que, embora já não houvesse mais a pressão da tarifa de energia, a grande vilã da inflação do ano anterior, os alimentos subiam por problemas nas safras pelo País.
Chuvas em abundância no Sul e secas no Nordeste fizeram disparar preços de alimentos importantes na cesta de compras do brasileiro. O cenário impediu que a inflação cedesse de forma mais contundente ao longo do ano.
Em setembro, o índice de inflação ficou em 0,08%, menor taxa para o mês em 18 anos. A desaceleração da inflação abriu espaço para o corte na taxa básica de juros, a Selic. No mês seguinte, em outubro, o BC cortou a Selic pela primeira vez em quatro anos, para 14%. Em novembro, o BC fez o segundo corte e levou a taxa para 13,75%. Já na reunião de ontem do Conselho de Política Monetária (Copom) do BC foi anunciado o corte da Selic para 13%.
O governo enxerga na redução da taxa de juros uma oportunidade de reativar a economia. Juros baixos incentivam o consumo, mas o movimento pode levar a pressão de preços e inflação. O mercado prevê, contudo, queda contínua da inflação neste ano, principalmente em razão da paralisação da economia.
A previsão é que o IPCA encerre 2017 em 4,81%, segundo o Boletim Focus do BC, divulgado na última segunda-feira, dia 9. A partir deste ano, o intervalo de tolerância para a inflação cai para 1,5 ponto percentual. Ou seja, o teto recuará para 6% ao ano.

Alta dos preços para quem ganha menos foi maior

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fechou o ano passado com resultado acumulado de 6,58%, resultado acima da meta fixada pelo Banco Central. O INPC capta a variação inflacionárias das famílias de menor renda (entre um e cinco salários), enquanto o IPCA capta a renda dos que ganham até 40 salários. Os dados relativos ao INPC também foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) juntamente com o IPCA.
Em dezembro, o INPC variou 0,14%, ficando 0,07 ponto percentual acima da taxa de 0,07% de novembro. O acumulado no ano (6,58%), no entanto, também ficou bem abaixo do que os 11,28% registrados em 2015. Em dezembro de 2015, o INPC foi de 0,9%.
Os produtos alimentícios variaram 0,05% em dezembro, depois de recuarem (-0,31%) em novembro. Já os produtos não alimentícios (0,18%) subiram menos do que em novembro (0,25%).
O INPC, calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários e abrange 10 regiões metropolitanas do País, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.

Temer comemora os resultados

O presidente da República, Michel Temer, comemorou o fato de a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ter ficado em 6,29% no ano passado, abaixo do teto da meta. Na avaliação dele, isso mostra que a política adotada pelo governo está no caminho certo e tem dado resultados positivos.
"Hoje, temos uma boa notícia sobre a inflação oficial", afirmou Temer, em discurso na abertura de uma reunião sobre infraestrutura. "Ninguém esperava, no fim do ano, que se chegasse abaixo da meta estabelecida."
Temer destacou ainda que as projeções para 2017 são de uma inflação mais baixa que a do ano passado. "A projeção para este ano é de uma redução ainda maior da inflação, para ficar, na verdade, no centro da meta", disse. "Temos cumprido tudo aquilo que temos projetado." Temer disse que o ano de 2017 será fundamental para consolidar as políticas adotadas pelo governo no segundo semestre do ano passado. Entre as medidas citadas, mencionou o teto de gastos para o setor público, a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e a reforma do Ensino Médio.