O esperado início de recuperação do mercado de veículos em 2017 será insuficiente para que a Mercedes-Benz feche o ano no azul em suas operações no Brasil, afirmou ontem o vice-presidente de Vendas e Marketing de Caminhões e Ônibus da montadora no País, Roberto Leoncini. "Em 2016 não deu, e neste ano provavelmente não vai dar também", disse.
Segundo ele, há três anos, a Mercedes-Benz não tem resultados positivos no Brasil, em razão de fatores conjunturais que afetam o mercado. "Com preços de 2010, custos de 2016 e volumes de 20 atrás, a conta não fecha", afirmou. Os números devem ser divulgados em fevereiro em balanço global da empresa. "O resultado aparecerá como América Latina, mas mais de 80% é Brasil", disse Leoncini.
A montadora estima para 2017 um crescimento de 6% a 10% no mercado de caminhões, impulsionado por uma expectativa de safra maior no agronegócio, pelas medidas microeconômicas anunciadas pelo governo e as novas regras do Bndes. "Tudo isso vai levar o empresário a tomar uma decisão de investimento", disse.
O principal problema são os caminhões parados por causa da crise. "Quando esses caminhões voltarem a rodar, vai ter renovação", disse. Leoncini estima que de 40% a 50% da frota circulante esteja parada. Em 2016 o mercado de caminhões voltou a níveis de 1999, com 50,5 mil unidades. Se o crescimento for de 10%, o volume deve avançar em 5 mil unidades. "Esse aumento para uma concorrência de 9 a 10 montadoras ainda é muito pouco", ponderou.