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Mercado de Capitais

- Publicada em 03 de Janeiro de 2017 às 19:48

Ibovespa fecha sessão com ganho de 3,73%

O investidor estrangeiro voltou do feriado e do Ano-Novo e teve forte participação na Bovespa ontem, embalado por indicadores econômicos positivos ao redor do mundo. Os "gringos" mostraram forte apetite por ações ligadas a commodities e bancos, e o Índice Bovespa terminou o dia com ganho de 3,73%, aos 61.813 pontos, praticamente na máxima do dia. O volume de negócios somou R$ 7,45 bilhões.
O investidor estrangeiro voltou do feriado e do Ano-Novo e teve forte participação na Bovespa ontem, embalado por indicadores econômicos positivos ao redor do mundo. Os "gringos" mostraram forte apetite por ações ligadas a commodities e bancos, e o Índice Bovespa terminou o dia com ganho de 3,73%, aos 61.813 pontos, praticamente na máxima do dia. O volume de negócios somou R$ 7,45 bilhões.
As atenções se concentraram principalmente nos dados dos PMIs (índices de gerentes de compras) da China, Reino Unido e Estados Unidos, todos com números positivos, apontando para o aquecimento das respectivas economias.
Nos EUA, o PMI industrial subiu de 54,1 em novembro para 54,3 em dezembro, segundo dados finais divulgados pela Markit. O resultado ficou acima da leitura preliminar do mês, de 54,2, e representou o maior patamar em 21 meses. Também chamou a atenção o índice de atividade industrial medido pelo Instituto para a Gestão da Oferta (ISM), que acelerou de 53,2 para 54,7 em dezembro, indicando um bom início do ano para a economia norte-americana.
As sinalizações de aquecimento econômico nos EUA deram maior força ao apetite do investidor por risco. As bolsas americanas reagiram com alta, e a Bovespa acelerou os ganhos com que já vinha operando, renovando sucessivas máximas até os minutos finais de negociação. Nesse contexto de expectativa de aquecimento global e apetite por risco, as ações de empresas produtoras de commodities foram as maiores beneficiadas.
O símbolo da atratividade da bolsa brasileira foram as ações da Petrobras, que sustentaram forte alta mesmo depois que os preços do petróleo abandonaram os ganhos e passaram a cair. Os papéis da estatal petrolífera brasileira fecharam com ganhos de 6,35% (ON) e 5,73% (PN), respectivamente. As ações da Vale e de siderúrgicas seguiram a mesma tendência de apreciação. Vale ON subiu 4,43%, e Vale PNA avançou 5,51%.
Outro grupo que simbolizou a maior participação do investidor estrangeiro na bolsa brasileira foi o dos bancos. Banco do Brasil ON liderou esse grupo, com ganho de 4,58%.
"De certa forma, podemos dizer que a Bovespa operou descolada das bolsas americanas no período da tarde. Enquanto em Wall Street os índices perderam fôlego no decorrer do dia, o nosso mercado permaneceu perto das máximas. A presença do investidor estrangeiro fez toda a diferença", comentou um operador de uma corretora paulista.
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Dólar à vista cai para R$ 3,261

O dólar fechou em baixa frente ao real ontem, alinhado à busca por ativos ligados a commodities. No mercado à vista, a divisa norte-americana encerrou em queda de 0,60%, aos R$ 3,261, mostrando alguma acomodação frente à mínima de R$ 3,247 (-1,03%). A entrada de recursos financeiros no País para investimentos na bolsa foram fatores citados por especialistas para justificar a queda do dólar. No mercado futuro, o contrato para fevereiro encerrou em baixa de 0,77%, aos R$ 3,289.
A queda do dólar por aqui contou com ajustes específicos, por causa do retorno das operações nos Estados Unidos após pausa para as comemorações de Ano-Novo. "O mercado teve de corrigir algum excesso, porque, na segunda-feira, foram operações às escuras, de proteção. Assim que os players perceberam o sinal negativo no dólar lá fora devolveram a alta de ontem", acrescentou um operador de uma corretora nacional.
De acordo com dados registrados na BM&FBovespa, o volume de negócios no mercado à vista somou US$ 1,334 bilhão. Já o giro com o contrato futuro para fevereiro somou US$ 10,573 bilhões.

Capital externo na bolsa recua 12,6% em 2016, para R$ 14,3 bi

A alta de 39% da Bovespa em 2016 não significou a entrada de mais recursos estrangeiros no mercado de ações brasileiro, na comparação com os dois anos anteriores. O saldo líquido entre as compras e vendas de ações feitas por esses investidores ficou positivo R$ 14,32 bilhões no ano passado, uma queda de 12,6% ante os R$ 16,39 bilhões de 2015. Em 2014, houve a entrada de R$ 20,34 bilhões. Os investidores estrangeiros são responsáveis por mais da metade dos negócios na bolsa.
Em julho e outubro, o superávit de recursos externos no acumulado do ano chegou a superar o total de 2015. O principal motivo foi o otimismo dos investidores com a mudança de governo.
Com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o mercado apostou as fichas na recuperação da economia brasileira sob o governo de Michel Temer. Entretanto, o quadro mudou em novembro e dezembro, com forte saída de estrangeiros do mercado acionário brasileiro. Somente em dezembro, houve a saída de R$ 668 milhões de capital externo na bolsa. Em novembro, foram R$ 2,84 bilhões.
O analista Raphael Figueiredo, da Clear Corretora, credita essa reversão à eleição do republicano Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, em novembro. "A vitória de Trump trouxe a expectativa de aumento dos gastos públicos e de aceleração da economia americana, o que deve levar a uma alta mais rápida dos juros daquele país em 2017", afirma. Além disso, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) elevou as taxas de juros em dezembro pela primeira vez em um ano.
Segundo o analista, a perspectiva de juros mais altos na maior economia do mundo tira a atratividade de mercados emergentes, como o Brasil. "Muitos estrangeiros vieram para cá para se beneficiar do diferencial de juros, pegando emprestado lá fora para aplicar aqui e ganhar com os juros elevados. Isso perdeu um pouco de força com Trump", destacou Figueiredo.