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Balanço divulgado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostra que o número de passageiros transportados pelas empresas aéreas no País diminuiu 7,8% durante o ano passado na comparação com 2015. Ao todo, nos 12 meses do ano, as companhias aéreas transportaram 88,7 milhões de passageiros, frente aos 96,2 milhões registrados em igual período do ano anterior. Essa é a primeira vez em 10 anos que o Brasil tem queda no número de passageiros transportados pelas companhias aéreas.
Em 2016, ano marcado pela crise econômica, a demanda dos brasileiros pelo transporte aéreo recuou 5,7% na comparação com 2015. No mesmo período, por sua vez, a oferta de assentos por parte das empresas também diminuiu em 5,9%. Por outro lado, os dados da Anac revelam que no ano passado houve um leve crescimento do número de passageiros por voo.
A chamada taxa de aproveitamento das aeronaves em voos domésticos foi de 80%, frente a 79,8% em 2015, variação positiva de 0,2%. Em dezembro do ano passado, o aproveitamento doméstico foi de 81,3%, crescimento de 1,8% em relação ao mesmo mês de 2015. O resultado, segundo a Anac, representa o maior valor do indicador para meses de dezembro desde o início da série histórica, em 2000.
Em dezembro do ano passado, foram transportados 8 milhões de passageiros. O número representa uma queda de 5,9% em relação ao mesmo mês de 2015 e a 17ª queda consecutiva do indicador. No mesmo mês, a demanda e a oferta registraram queda de 2,8% e 4,6%, respectivamente, na comparação com o mesmo mês de 2015.
Com o resultado de dezembro de 2016, a demanda doméstica apresentou o 17º mês consecutivo de retração. Já a oferta doméstica teve a 16ª baixa sucessiva. De acordo com a Anac, enquanto a companhias Avianca e Azul tiveram crescimento da ordem de 13,2% e 1,8%, respectivamente, em dezembro passado, as líderes do mercado aéreo nacional, Gol e Latam, registraram retração de 3,5% e 7,6%, respectivamente.
Em dezembro passado, as duas gigantes mantiveram-se na liderança do mercado doméstico, com participações de 37,4% e 32,7%, respectivamente. Se o transporte total de passageiros transportados nos voos domésticos teve queda durante 2016, o total de passageiros em voos internacionais feitos pelas empresas brasileiras teve um incremento de 2,9% em relação ao ano anterior, totalizando 7,5 milhões. Levando em consideração somente o mês de dezembro, o Brasil teve recorde no transporte de passageiros nesse tipo de voo.
Ao todo, o número de passageiros transportados em dezembro de 2016 foi de 682,3 mil, elevação de 7,5% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, melhor resultado desde 2000. Já a demanda por voos internacionais em 2016 apresentou ligeira queda (0,3%) em relação aos 12 meses de 2015. A oferta internacional caiu 3,1% no período.
Segundo a Anac, a quantidade de carga paga transportada no mercado doméstico no ano passado também acumulou redução de 5,4% em relação a 2015, atingindo 325 mil toneladas. Em dezembro de 2016, foram transportadas 32,1 mil toneladas, aumento de 7,8% em relação a dezembro de 2015.
No período de janeiro a dezembro de 2016, no entanto, a carga paga internacional transportada pelas empresas brasileiras acumulou um aumento de 1% em relação ao mesmo período de 2015, somando 182,2 mil toneladas.
Drones ajudam os bombeiros a fiscalizar as praias cariocas
Equipamento facilita as buscas
PATRICIA KNEBEL/ESPECIAL/JC
A tecnologia dos drones tem ajudado o trabalho do Corpo de Bombeiros na orla carioca durante a Operação Verão. Com uma câmera acoplada, o equipamento é usado na prevenção de afogamentos, salvamentos e em buscas. "Ele capta as imagens, que vemos por um tablet (que fica junto ao controle do equipamento), e identificamos valas, correntes, áreas mais profundas. Assim, colocamos as bandeiras de perigo", afirmou o tenente-coronel, Rodrigo Bastos, responsável pela Coordenadoria de Operações com Veículo Aéreo Não Tripulado (Covant).
Com uma bateria que lhe dá autonomia de 20 minutos de voo, o drone pode atingir uma velocidade de 20 metros por segundo e subir a até 30 metros, altura estabelecida pelas normas do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). Dois bombeiros trabalham para manuseá-lo e, para exercer essa função, eles fizeram curso na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Bastos explica que a corporação tem dois drones, porém, somente um é usado enquanto outro fica de reserva, para o caso de ocorrer uma pane com o equipamento em uso. "Os grupamentos pedem o auxílio do drone e nós enviamos a equipe, com piloto e copiloto do equipamento. Eles realizaram 240 horas de curso na Agência de Aviação Civil (Anac) para operá-lo", explicou Bastos.
Durante a Operação Verão do ano passado outro tipo de drone foi usado pela corporação. O equipamento levava uma boia, que era arremessada no ponto onde ocorria o afogamento. "O arremesso da boia deu certo, mas neste ano resolvemos usar a tecnologia para a prevenção", justificou Bastos.
Fora do período da Operação Verão, o equipamento é usado no cotidiano dos bombeiros, como em combate a incêndios, desabamentos, busca em áreas de mata e até na localização de focos de larvas do mosquito transmissor da dengue em caixas d'água.
"A corporação acompanha a evolução da tecnologia. Esse equipamento, junto com o tablet e as baterias, custou aproximadamente R$ 10 mil. É muito mais barato do que um voo de um helicóptero", afirma o coordenador da Covant, que disse ainda que os bombeiros avaliam a compra de uma câmera que faz a identificação térmica, para ser usada em salvamentos em qualquer ambiente.
A reportagem acompanhou o funcionamento do equipamento quinta-feira na praia do Recreio, pela manhã, quando os bombeiros fizeram a identificação de pontos de perigo no mar. Com sol a pino e sensação térmica de mais de 40 graus, o piloto e copiloto do drone chamam a atenção pelo uniforme: eles têm de usar botas, capacete, macacão e óculos especiais por normas de segurança da corporação. O drone também atrai a curiosidade.
"Achei bacana a tecnologia ajudar ainda mais, me sinto mais segura. Estava comentando aqui (com as amigas) a dedicação dos bombeiros, trabalhando mesmo sem salário", declarou a professora Leni Licuci, que aproveitava o dia de sol na praia.
Em Copacabana, as buscas pelo corpo do adolescente de 17 anos Alexandro Andrade Xavier da Silva, que desapareceu ao se afogar, na altura do posto 3, há duas semanas, começaram logo em seguida. "O posto 3 é um dos mais críticos para afogamentos, é muito cheio. Ele chegou a acenar para pedir socorro, mas desapareceu", explicou o tenente-coronel Fernando Santos, comandante do 3º GMar.
Além do drone, atuaram nas buscas um bote, um jetski, quatro salva-vidas, dois mergulhadores e um helicóptero, que ficou de sobreaviso. Com a água mais turva naquele dia, a câmera do drone não gravou nenhum ponto onde pudesse estar o corpo.
"Está vindo uma corrente leste, que trouxe algas e a água não está mais transparente. Vamos ter de retomar as buscas amanhã", explicou Santos. O corpo do adolescente foi encontrado às 7h do dia seguinte, próximo ao quartel do 3º GMar, no posto 6. Os bombeiros que faziam a busca perceberam um acúmulo de algas, verificaram e encontraram o corpo do jovem.