Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Transporte público

- Publicada em 03 de Janeiro de 2017 às 15:46

Brasília e outras capitais decidem aumentar a tarifa no início do ano

Manifestantes consideraram excessivo o reajuste de 25% da passagem, de R$ 4,00 para R$ 5,00

Manifestantes consideraram excessivo o reajuste de 25% da passagem, de R$ 4,00 para R$ 5,00


FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR/JC
Em meio à crise econômica que atinge o País e com estados e prefeituras com graves dificuldades financeiras, capitais em todo o Brasil começaram 2017 com a tarifa do transporte público mais cara.
Em meio à crise econômica que atinge o País e com estados e prefeituras com graves dificuldades financeiras, capitais em todo o Brasil começaram 2017 com a tarifa do transporte público mais cara.
Brasília teve o aumento mais expressivo: o bilhete do metrô passou de R$ 4,00 para R$ 5,00, ou seja, um aumento de 25% - desde o último reajuste, em setembro de 2015, a inflação foi de 9,5%. O mesmo valor custará a passagem dos ônibus de longa distância, que levam passageiros do plano-piloto às cidades-satélites. Viagens de curta distância vão passar de R$ 3,00 para R$ 3,50. A mudança passou a valer na segunda-feira.
Após 10 anos congeladas, é o segundo aumento de passagens imposto pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), em pouco mais de um ano. Até setembro do ano passado, a passagem do metrô custava R$ 3,00, a de ônibus de longa distância custava R$ 2,50, e a de curta distância, R$ 2,00.
A prefeitura de Belo Horizonte também anunciou o aumento das passagens de ônibus, que saltaram de R$ 3,70 para R$ 4,05, aumento de 9,5%, desde a terça-feira - o Banco Central prevê inflação de 6,5% no período.
Vitória, no Espírito Santo, teve um aumento de 16% já a partir do domingo, 1 de janeiro: de R$ 2,75 para R$ 3,20. Em Campo Grande (MS), o aumento veio mais cedo: a prefeitura subiu a tarifa de ônibus no dia 22 dezembro, de R$ 3,25 para
R$ 3,55, isto é, 9% mais cara.
Em Teresina (PI), o Conselho Municipal de Transporte propôs aumento de R$ 0,55, de R$ 2,75 para R$ 3,30, aumento de 20%.
No Rio de Janeiro, o então prefeito Eduardo Paes (PMDB) decidiu cancelar o aumento das passagens, que iria para R$ 3,95, a pedido do novo prefeito, Marcelo Crivella (PRB), conforme anunciou a Secretaria Municipal de Transportes.

Jovens fazem protesto contra reajuste

Jovens do Distrito Federal fizeram, na tarde de segunda-feira, uma manifestação contra o aumento das passagens de ônibus e metrô. As taxas subiram de R$ 2,25 para R$ 2,50; de R$ 3,00 para R$ 3,50; e de R$ 4,00 para R$ 5,00, de acordo com o trecho e a modalidade utilizados.
"É inadmissível mais um aumento como este. O trabalhador é quem sofre, pagando passagens com valores absurdos todos os dias", disse a estudante Juliana Campos, em protesto contra a decisão do governo local.
Segundo ela, vários movimentos, como Levante Popular da Juventude e Juventude Revolução, estavam se organizando contra o aumento das passagens e resolveram unificar a manifestação. O grupo começou a ação na Rodoviária do Plano Piloto, e percorreu importantes ruas do Centro da capital.
A Polícia Militar não divulgou números do protesto, mas, de acordo com os manifestantes, o ato reuniu cerca de 400 pessoas.
Em comunicado divulgado nas redes sociais, o governo do Distrito Federal justificou o aumento alegando que, "para garantir que o transporte público continue funcionando sem prejuízos para a população, precisamos adotar uma medida difícil, mas necessária". De acordo com a nota, quem já adquiriu créditos no cartão cidadão terá 30 dias - a partir da próxima segunda - para pagar o valor anterior ao reajuste. "A prioridade, neste momento, é conseguir arcar com os custos para a manutenção do serviço e da gratuidade, que hoje corresponde a mais de 27% das passagens."
"Estamos cortando despesas ao máximo, mas só isso não garante o equilíbrio das contas. A contribuição precisa vir de todas as esferas. O congelamento do preço das passagens por 10 anos, a grave crise econômica nacional e o custo para manter a gratuidade a estudantes, idosos e pessoas com deficiência criaram a necessidade de readequar o preço", diz o informe.
Ainda de acordo com o governo do Distrito Federal, em 2016, as passagens tiveram o primeiro reajuste desde 2006. De lá pra cá, os salários dos motoristas e cobradores subiram 165%, o preço do óleo diesel teve acréscimo de 77%, e a inflação aumentou mais de 90%.