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Transporte público

- Publicada em 03 de Janeiro de 2017 às 15:46

Governo de São Paulo congela preço de metrô

Tarifa base do trem subterrâneo de passageiros na capital paulista beneficia mais da metade dos usuários

Tarifa base do trem subterrâneo de passageiros na capital paulista beneficia mais da metade dos usuários


MILTON MICHIDA/GOV. DE S.P/
O Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) congelaram em R$ 3,80 o valor da tarifa, comprada nas bilheterias, ou do vale-transporte válido para metrô e trem neste ano. A gratuidade para idosos com mais de 60 anos e a meia tarifa e gratuidade para estudantes de baixa renda também serão mantidas.
O Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) congelaram em R$ 3,80 o valor da tarifa, comprada nas bilheterias, ou do vale-transporte válido para metrô e trem neste ano. A gratuidade para idosos com mais de 60 anos e a meia tarifa e gratuidade para estudantes de baixa renda também serão mantidas.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), entregou, na semana passada, um novo trem para a Linha 7 Rubi, que liga o Centro da capital paulista a Jundiaí e Francisco Morato. Foi o oitavo trem entregue do lote de 65 adquiridos pela CPTM. Até o final de 2018, a frota da linha será renovada com 19 composições.
O secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni, informou que o congelamento beneficia metade dos usuários do Metrô e 62% dos passageiros que utilizam a CPTM. Em um dia útil, 7,5 milhões de pessoas usam os meios de transporte.
"Vamos manter a tarifa base de R$ 3,80. Ela beneficia mais da metade dos usuários do metrô. Nós temos o bilhete vendido nas bilheterias, o vale-transporte, a meia do estudante, que vai continuar custando R$ 1,90, e a integração com o bilhete BOM. Isso tudo vai continuar R$ 3,80. Na CPTM, são mais usuários ainda: 62% dos usuários estão sujeitos à tarifa de R$ 3.80", disse.
Pelissioni admitiu, porém, que está sendo estudada alteração na concessão de passagem de graça para idosos. O benefício poderá valer para pessoas com mais de 65 anos, em vez dos atuais 60 anos. "Com a melhoria da qualidade de vida, tem muitos 'jovens de 60 anos' que trabalham. Esses, talvez, não mereçam a gratuidade", disse. "Os estudantes de baixa renda merecem a gratuidade, porque é um incentivo para que mantenham os estudos", disse.

Para governador Alckmin, crise justifica congelamento

Geraldo Alckmin cita o desemprego e a queda da renda da população

Geraldo Alckmin cita o desemprego e a queda da renda da população


Marcelo G. Ribeiro/JC
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), avalia que o desemprego e a queda da renda da população justificam a decisão de congelar em R$ 3,80 as tarifas de metrô e de trens da CPTM ao longo de 2017. "Isso (o congelamento em R$ 3,80) evita dar o reajuste num momento de dificuldade, de desemprego alto, de queda de salário. Ao mesmo tempo, mantém a saúde financeira das empresas", disse Alckmin, em evento na estação da Luz.
Alckmin tomou a decisão de manter o valor da tarifa base em conjunto com o novo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). Prometido por Doria no dia seguinte a sua vitória nas eleições municipais, o congelamento da tarifa do ônibus inicialmente causou desconforto tanto a Alckmin quanto à direção do Metrô, empresa ligada ao governo.
Alckmin havia se mostrado incomodado em ter de arcar sozinho com o ônus político de um reajuste, e a companhia metroviária temia as consequências da medida. O diretor financeiro da empresa, José Carlos Nascimento, afirmou que o congelamento da tarifa dos ônibus proposto pelo prefeito poderia levar a uma fuga de passageiros do metrô caso só a tarifa do sistema de trilhos fosse reajustada.
Nascimento disse ainda que o Metrô, que passa por forte crise financeira, necessitava de um reajuste.
 

Subsídio do governo ao sistema de transporte vai aumentar em 2017

A manutenção das tarifas em R$ 3,80 de ônibus e metrô por mais um ano terá forte impacto nas contas da prefeitura e do estado de São Paulo. Para a gestão do prefeito João Doria (PSDB), o congelamento pode elevar em pelo menos R$ 1 bilhão os gastos com subsídios às empresas de ônibus, segundo cálculos da Secretaria de Finanças da gestão Fernando Haddad (PT).
Na prática, isso significaria elevar em mais de 50% os gastos municipais com o sistema, hoje já em patamar acima de R$ 2 bilhões ao ano. O subsídio é o dinheiro repassado pela prefeitura às viações de ônibus para cobrir a diferença entre o que os passageiros pagam e os custos reais dos serviços prestados.
A prefeitura arrecada hoje perto de R$ 5,3 bilhões por ano com a tarifa, mas a quantia repassada às empresas pelo serviço prestado ultrapassa R$ 7 bilhões. O valor adicional seria suficiente para construir 30 quilômetros de corredores exclusivos para coletivos.
Já os repasses do governo ao Metrô como reembolso pelas passagens gratuitas devem continuar a crescer: em 2016, ultrapassaram os R$ 600 milhões, salto de mais de 120% na comparação com os R$ 264 milhões desembolsados em 2015.
Até meados de novembro de 2016, dados de execução orçamentária mostram que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) já havia transferido R$ 529 milhões à empresa em razão das gratuidades - a única verba que a companhia recebe do governo estadual, já que, de resto, o Metrô é sustentável com suas próprias receitas.
Desse total, R$ 219 milhões se referem ao passe livre para estudantes de baixa renda e ao benefício da meia tarifa para todos os estudantes. Os demais R$ 310 milhões se referem a gratuidades para idosos, desempregados e pessoas com deficiência.
É um cenário bem diferente do que ocorreu em 2015, quando o governador tucano previu gastar R$ 330 milhões com todos os benefícios tarifários, mas deu calote de R$ 66 milhões (20% do total) e pagou só R$ 264 milhões.
Em relação à CPTM, o estado repassou quase R$ 1 bilhão à companhia em 2015, valor que deve ser ainda maior neste ano.
Diferentemente do que acontece com o Metrô, no caso da CPTM não se trata apenas de arcar com os gastos dos passageiros transportados gratuitamente.
A companhia é dependente desse repasse de verba do estado para manter suas atividades e requer maior aporte, porque os deslocamentos em sua malha têm distâncias muito maiores que as percorridas pelo metrô, o que significa que o preço pago pelos passageiros não cobre todos os custos da operação.
Somando os gastos da prefeitura e do governo, os gastos com subsídios para o ano que vem podem chegar à casa dos R$ 5 bilhões - valor suficiente para construir uma nova linha de metrô equivalente à linha 4-amarela, que hoje liga a Luz ao Butantã em 9,5 quilômetros de trilhos. A revisão da política de gratuidades, discutida tanto por Doria quanto por Alckmin, não será adotada em um primeiro momento.

Possibilidade de aumento chegou a ser estudada

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito João Doria (PSDB) chegaram a estudar a possibilidade de manter congelada a passagem unitária de
R$ 3,80 e elevar as tarifas de outros bilhetes, como mensal e semanal. Mas a revisão desses valores não será adotada por enquanto.
Nos últimos cinco anos, a tarifa de metrô, trens e ônibus municipais foi mantida no mesmo patamar, e as decisões sobre reajustes ou congelamento foram tomadas em conjunto por governo do estado e prefeitura.
Em 30 de dezembro de 2015, o então prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e Alckmin decidiram reajustar as tarifas de ônibus, trens e metrô em São Paulo no começo de 2016.
O bilhete subiu de R$ 3,50 para R$ 3,80 - aumento de 8,6%, pouco abaixo da inflação acumulada no período, perto dos 11%. Na ocasião, Haddad manteve os bilhetes únicos mensal e semanal congelados em R$ 140 e R$ 38, respectivamente, assim como ocorrera em janeiro de 2015.
Já o preço da tarifa de integração dos ônibus municipais com o sistema estadual de metrô e trens subiu de R$ 5,45 para R$ 5,92. Haddad e Alckmin já haviam reajustado as passagens no início de 2015, quando subiram de R$ 3,00 para
R$ 3,50.
Esse havia sido o primeiro reajuste após um hiato de aumentos desde os protestos de junho de 2013, quando as intensas manifestações fizeram com que a tarifa, que havia subido para R$ 3,20, voltasse aos
R$ 3,00 anteriores. Além de São Paulo, dezenas de cidades tiveram que recuar dos aumentos diante do crescimento de protestos pelo País.

Integração entre modais sobe acima da inflação

Após definirem em conjunto o congelamento da tarifa básica de ônibus, metrô e trens da CPTM em R$ 3,80 em 2017, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), e o governador do estado, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciaram reajustes acima da inflação na integração e nos bilhetes temporais. As novas tarifas passam a valer a partir deste domingo.
A integração entre os ônibus e trilhos (metrô e CPTM) será reajustada de R$ 5,92 para R$ 6,80, um aumento de 14,8% - acima dos 7,25% da inflação projetada para o ano, segundo IPCA.
O Bilhete Único Mensal, criado pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT) em novembro de 2013 e sem reajuste desde então, aumentará de R$ 140,00 para R$ 190,00, variação de 35,7% - a inflação desde a implementação é de 26,6%. Essa modalidade vale apenas para uso exclusivo de ônibus ou trilhos e é sugerida para quem faz mais de 50 viagens - só no sistema de ônibus, há 455.303 usuários por dia que serão afetados com esse reajuste.
O tíquete mensal que integra ônibus e trilhos (metrô e trens da CPTM) passará de R$ 230,00 para R$ 300,00, aumento de 30,4% - a inflação é de 26,6%. Essa modalidade é sugerida para quem usa mais de 44 viagens ao mês.
O Bilhete 24 horas exclusivo para ônibus ou trilhos, que hoje custa R$ 10,00, passará a R$ 15,00, variação de 50%. Já a versão que integra os dois modais sairá de R$ 16,00 para R$ 20,00.
Acima da inflação, os aumentos nas duas modalidades deixam os bilhetes menos atraentes. Por exemplo, o Bilhete Mensal exclusivo para ônibus ou trilhos vale a pena para quem faz a partir de 37 viagens. Com o reajuste, o número mínimo ideal passa a ser de 50 viagens. O Bilhete 24 horas vale a pena para quem faz hoje a partir de três viagens - com o aumento, compensará para quem faz a partir de quatro.
Um passageiro que usa a integração ônibus metrô duas vezes ao dia, em 22 dias do mês, gasta hoje R$ 11,84 e passará a desembolsar R$ 13,60. O prefeito e o governador decidiram extinguir a modalidade semanal do bilhete, uma das bandeiras de Haddad. Segundo anúncio, menos de 0,05% dos usuários aderiram a esse sistema.
O Bilhete Fidelidade terá desconto de até 10,5%, de acordo com o número de viagens. Atualmente, no caso de 50 viagens, o desconto é de 17,6%. Os bilhetes Madrugador e Da Hora passarão de R$ 2,92 para R$ 3,40, aumento de 16,4%.
O secretário de Transportes Metropolitanos do estado de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni, argumentou que o reajuste da tarifa integrada de metrô e ônibus em São Paulo, de R$ 5,92 para R$ 6,80, vai afetar a minoria dos usuários do transporte público. "Mais de 52% dos usuários do metrô pagam somente a tarifa básica de R$ 3,80 (que foi congelada). Nos trens da CPTM, são 62%. E entre os usuários de ônibus, são dois terços", afirmou o secretário.