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Empresas & Negócios

- Publicada em 10 de Janeiro de 2017 às 16:30

China preocupa indústria brasileira

Atualmente, setor têxtil do Brasil possui em vigor três medidas antidumping contra os produtos chineses

Atualmente, setor têxtil do Brasil possui em vigor três medidas antidumping contra os produtos chineses


AFP/JC
Os chineses devem dar dor de cabeça este ano ao governo brasileiro. Desde 11 dezembro, a China tem o direito de ser reconhecida pelos membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) como economia de mercado. Mas empresas brasileiras de diferentes setores ainda se consideram prejudicadas pelos preços baixos dos produtos chineses e pressionam o governo do presidente Michel Temer a não conceder tal condição ao país asiático.
Os chineses devem dar dor de cabeça este ano ao governo brasileiro. Desde 11 dezembro, a China tem o direito de ser reconhecida pelos membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) como economia de mercado. Mas empresas brasileiras de diferentes setores ainda se consideram prejudicadas pelos preços baixos dos produtos chineses e pressionam o governo do presidente Michel Temer a não conceder tal condição ao país asiático.
Os especialistas em relações internacionais, contudo, avaliam que o governo chinês deverá exigir do Brasil esse reconhecimento - seja por seu poder de investimentos ou pelo fato de ser o maior parceiro comercial do País.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) é contra o reconhecimento imediato da China, alegando que subsídios mantêm os preços dos produtos chineses ainda artificialmente baixos (dumping). "Entramos numa zona cinzenta. O país não pode ser considerado uma economia de mercado, já que há forte ingerência do Estado na produção, tem câmbio controlado e as relações de trabalho não seguem as regras da Organização Internacional do Trabalho (OIT)", defende Carlos Eduardo Abijaoadi, diretor de desenvolvimento industrial da CNI.
Entre as 156 medidas antidumping atualmente em vigor no Brasil, a China é alvo de 52, um terço do total. Em seguida, vêm os EUA, com 14, e a Coreia do Sul, com 10. "A China é o maior produtor mundial de calçados e, certamente, ainda não pode ser considerada uma economia de mercado. Pedimos na OMC a revisão de nossa medida antidumping, em março de 2016, e ela foi mantida até 2021. Isso mostra que a prática de dumping continua existindo", diz Heitor Klein, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), lembrando que, depois de seis meses da entrada em vigor da medida antidumping contra os chineses, em 2010, o setor calçadista reabriu 44 mil vagas de trabalho que haviam sido fechadas por conta da concorrência desleal.
O setor têxtil tem três medidas antidumping contra os produtos chineses em vigor. Fernando Pimentel, diretor da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção (Abit), observa que as empresas estatais ainda têm peso grande na economia e o governo dita a política de preços. Ele conta que no caso do algodão, a China tem o maior estoque do planeta. "O governo usa esse estoque e joga o preço do produto lá embaixo quando há interesse. É uma decisão de política interna. Como a China produz de tudo no setor têxtil, pode nos prejudicar em todos os elos da cadeia."
Em 2004, por decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil reconheceu a China como economia de mercado - a medida não teve, porém, a chancela da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e não foi validada.
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