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Política

- Publicada em 08 de Dezembro de 2016 às 21:30

Temer desiste de nomear tucano a superministério

 Imbassahy foi convidado para a Secretaria de Governo nesta quinta

Imbassahy foi convidado para a Secretaria de Governo nesta quinta


GUSTAVO LIMA/AGÊNCIA CÂMARA/JC
A forte reação do Centrão - bloco informal de 13 partidos da base aliada liderado por PP, PSD e PTB -, que ameaçou bloquear a tramitação da reforma da Previdência, abortou nesta quinta-feira a nomeação do líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), para comandar a Secretaria de Governo no lugar do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB).
A forte reação do Centrão - bloco informal de 13 partidos da base aliada liderado por PP, PSD e PTB -, que ameaçou bloquear a tramitação da reforma da Previdência, abortou nesta quinta-feira a nomeação do líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), para comandar a Secretaria de Governo no lugar do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB).
O presidente Michel Temer (PMDB) chegou a escolher Imbassahy, mas recuou no anúncio diante das reações contrárias. Temer também ficou contrariado com rumores de que a Secretaria de Governo, sob a gestão do PSDB, teria maior peso, assumindo funções antes conduzidas pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como a relação com governadores.
Em conversas reservadas, o presidente atribuiu os "vazamentos" ao PSDB e negou que a Secretaria de Governo será "turbinada" para abrigar o partido.
O convite foi feito a Imbassahy, mas, no fim do dia, o Palácio do Planalto se viu às voltas com uma nova crise política com a reação dos deputados do Centrão. Diante dos ânimos exaltados, até mesmo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), telefonou para deputados e disse que o presidente ainda não havia decidido quem seria o sucessor de Geddel.
O Centrão alega que a entrega da pasta responsável pela articulação política com o Congresso a Imbassahy fortalece a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara, deixando o grupo isolado na disputa. Maia também foi chamado ontem ao Planalto.
O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão de Geddel, disse que seu partido ficará "subrepresentado" na equipe de Temer. "O PMDB não vai mais criar problemas para o presidente, mas é natural que, mais adiante, queira o reconhecimento por estar abrindo mão de um espaço importante", afirmou.
Geddel caiu no dia 25 de novembro, após ser acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de interferir para mudar decisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que embargou a construção de um prédio de luxo, nos arredores de uma área tombada em Salvador.
Se assumir a Secretaria de Governo, o PSDB não apenas ampliará o seu espaço no primeiro escalão, de três para quatro ministérios, como entrará no "núcleo duro" do Planalto. "Trata-se de um posto da maior importância. É o coração político", afirmou o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
A decisão de Temer de aumentar o espaço do PSDB também tem o objetivo de "segurar" o partido no governo. Nos últimos dias, diante do agravamento da recessão, os tucanos fizeram várias críticas à condução da política econômica, sob o argumento de que é preciso ir além do ajuste fiscal.
A pasta já havia sido oferecida, mas os tucanos resistiam em aceitá-la, com o argumento de que o posto é uma fonte de desgastes. A preferência dos tucanos é por maior protagonismo na área econômica. O presidente, porém, não gostou nada de ver seus aliados "fritando" Meirelles e reiterou a confiança no comandante da economia. O que mais aborreceu Temer, nesta quinta, foi a nova tentativa, identificada por ele, de esvaziarem o poder do ministro da Fazenda.
Em conversas reservadas, porém, tucanos disseram que o acerto com o presidente para a nomeação de um membro do partido prevê uma Secretaria de Governo reformulada, cuidando de questões federativas, como as relações com governadores. A ideia é que a pasta não fique apenas com o "varejo" das indicações políticas e emendas parlamentares.
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