O juiz federal Sérgio Moro mandou expedir carta precatória para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), arrolado como testemunha de defesa do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, réu por crime de lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato.
Lula também é réu no mesmo processo. A força-tarefa da Lava Jato sustenta que o petista recebeu R$ 3,7 milhões em propinas da empreiteira OAS por meio de reformas em um apartamento triplex no condomínio Solaris, no Guarujá (SP).
Uma parte desse valor também teria sido repassada a Lula por meio do pagamento de despesas com o armazenamento de presentes que ele recebeu em seus mandatos presidenciais (2003/2010) - itens que o próprio Lula chama de "tralhas".
Quem arrolou FHC foi Okamotto. A estratégia da defesa é mostrar que outros ex-ocupantes do Planalto também receberam lembranças e que as guardaram. Okamotto foi denunciado pela Procuradoria da República, que lhe atribui responsabilidade pela contratação da Granero para estocar as "tralhas" de Lula. Ao todo, são oito réus no processo, entre eles o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, e a mulher de Lula, Marisa Letícia.