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Opinião

- Publicada em 26 de Dezembro de 2016 às 16:33

A mulher de César

Montserrat Martins
Se aplica ao juiz Sérgio Moro o ditado que "a mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta", o mais clássico sobre a postura de pessoas públicas. É o caso das fotos de Moro, em evento, às gargalhadas junto com Aécio Neves e cúpula tucana, além de Temer. Embora não sendo julgador destes (que têm foro privilegiado), Moro é hoje uma figura pública e, como disse bem a presidente do STF, Cármen Lúcia, quando um juiz é atingido, todo o Judiciário é atingido. Pesquisas mostram que a Lava Jato é uma esperança para os brasileiros, mesmo para aqueles que a acham parcial. Não é bom para o Brasil que a Lava Jato pare, que seja amordaçada pelo Congresso com leis para intimidar juízes, promotores ou policiais federais. Não é bom para o País que autoridades não pratiquem ou não zelem por uma imagem de isenção absoluta. A Lava Jato virou alvo dos políticos: líderes governistas de PMDB e PSDB e seus supostos adversários, do PT, se uniram para aprovar leis que intimidem a atuação do Judiciário, do MP e da Polícia Federal. Juristas, incluindo intelectuais de esquerda, desenvolvem teses jurídicas de que as "10 Medidas Contra a Corrupção" atentam "contra a democracia", mesmo argumento de Renan Calheiros, que enche a boca para chamar de "fascistas" tais medidas. Já Rodrigo Janot, procurador-geral da República, afirma que as medidas são derivadas de várias convenções internacionais, aprovadas pela ONU: "Nenhuma delas constitui invenção brasileira, já foram implantadas em países cujo estágio civilizatório está além do nosso". Nessa época de Lava Jato sob ataques, tendo Moro um papel central como juiz federal com decisões que dela decorrem, ele não só deve ser isento, como também parecer isento. Nenhuma consideração técnica (de ele não ser o julgador dos tucanos com quem estava às gargalhadas) se sobrepõe ao seu papel, hoje, de representante do Judiciário com maior visibilidade no País.
Se aplica ao juiz Sérgio Moro o ditado que "a mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta", o mais clássico sobre a postura de pessoas públicas. É o caso das fotos de Moro, em evento, às gargalhadas junto com Aécio Neves e cúpula tucana, além de Temer. Embora não sendo julgador destes (que têm foro privilegiado), Moro é hoje uma figura pública e, como disse bem a presidente do STF, Cármen Lúcia, quando um juiz é atingido, todo o Judiciário é atingido. Pesquisas mostram que a Lava Jato é uma esperança para os brasileiros, mesmo para aqueles que a acham parcial. Não é bom para o Brasil que a Lava Jato pare, que seja amordaçada pelo Congresso com leis para intimidar juízes, promotores ou policiais federais. Não é bom para o País que autoridades não pratiquem ou não zelem por uma imagem de isenção absoluta. A Lava Jato virou alvo dos políticos: líderes governistas de PMDB e PSDB e seus supostos adversários, do PT, se uniram para aprovar leis que intimidem a atuação do Judiciário, do MP e da Polícia Federal. Juristas, incluindo intelectuais de esquerda, desenvolvem teses jurídicas de que as "10 Medidas Contra a Corrupção" atentam "contra a democracia", mesmo argumento de Renan Calheiros, que enche a boca para chamar de "fascistas" tais medidas. Já Rodrigo Janot, procurador-geral da República, afirma que as medidas são derivadas de várias convenções internacionais, aprovadas pela ONU: "Nenhuma delas constitui invenção brasileira, já foram implantadas em países cujo estágio civilizatório está além do nosso". Nessa época de Lava Jato sob ataques, tendo Moro um papel central como juiz federal com decisões que dela decorrem, ele não só deve ser isento, como também parecer isento. Nenhuma consideração técnica (de ele não ser o julgador dos tucanos com quem estava às gargalhadas) se sobrepõe ao seu papel, hoje, de representante do Judiciário com maior visibilidade no País.
Psiquiatra, bacharel em
Ciências Jurídicas e Sociais
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