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Opinião

- Publicada em 26 de Dezembro de 2016 às 16:33

Os dilemas da sociedade em rede

Segundo a ONU, até o fim de 2016, quase metade da população mundial estará conectada na internet. No caso do Brasil, conforme apurou a pesquisa TIC Domicílios 2015, 58% dos brasileiros utilizam a internet, o que representa mais de 100 milhões de internautas. Dessa forma, a revolução tecnológica que vivenciamos consolida o conceito de sociedade em rede e origina situações que até então eram despercebidas. Dentro dessas "redes", foi possível surgir uma nova forma de discussão e participação popular por parte de pessoas que até então evitavam os meios tradicionais de se vivenciar a política, todavia, nesse terreno onde a informação é ampla, a ausência de um filtro de veracidade dos fatos acaba gerando distorções no debate público, pois o cidadão acaba por isolar o seu pensamento apenas aquilo que lhe interessa, podendo encontrar argumentos para justificar qualquer tipo de situação e sendo abastecido por notícias (muitas vezes, falsas) que apenas reafirmam suas opiniões. Esse tipo de desvirtuação é acentuado pelas chamadas "bolhas" do Facebook, que nada mais são do que os algoritmos responsáveis por orientar a distribuição de conteúdos de acordo com as preferências dos usuários. Desse modo, a rede social acaba nos aproximando das publicações daqueles cujo pensamento é similar ao nosso e nos distancia daqueles que possuem ideias diferentes. Essa redução do convívio com o contraditório acentua a virulência das discussões políticas que temos presenciado. O sociólogo norte-americano Richard Sennett afirmou: "A noção de que 'isso é o que eu penso e não posso pensar de forma diferente' é a receita para a morte intelectual e social. Se temos convicções, a questão é como as relacionaremos com pessoas que têm convicções tão fortes quanto as nossas". Um ambiente democrático saudável depende da existência do diálogo entre os divergentes, e manter essa espécie de debate vivo consiste no desafio que devemos enfrentar nesses novos tempos de vida em rede.
Segundo a ONU, até o fim de 2016, quase metade da população mundial estará conectada na internet. No caso do Brasil, conforme apurou a pesquisa TIC Domicílios 2015, 58% dos brasileiros utilizam a internet, o que representa mais de 100 milhões de internautas. Dessa forma, a revolução tecnológica que vivenciamos consolida o conceito de sociedade em rede e origina situações que até então eram despercebidas. Dentro dessas "redes", foi possível surgir uma nova forma de discussão e participação popular por parte de pessoas que até então evitavam os meios tradicionais de se vivenciar a política, todavia, nesse terreno onde a informação é ampla, a ausência de um filtro de veracidade dos fatos acaba gerando distorções no debate público, pois o cidadão acaba por isolar o seu pensamento apenas aquilo que lhe interessa, podendo encontrar argumentos para justificar qualquer tipo de situação e sendo abastecido por notícias (muitas vezes, falsas) que apenas reafirmam suas opiniões. Esse tipo de desvirtuação é acentuado pelas chamadas "bolhas" do Facebook, que nada mais são do que os algoritmos responsáveis por orientar a distribuição de conteúdos de acordo com as preferências dos usuários. Desse modo, a rede social acaba nos aproximando das publicações daqueles cujo pensamento é similar ao nosso e nos distancia daqueles que possuem ideias diferentes. Essa redução do convívio com o contraditório acentua a virulência das discussões políticas que temos presenciado. O sociólogo norte-americano Richard Sennett afirmou: "A noção de que 'isso é o que eu penso e não posso pensar de forma diferente' é a receita para a morte intelectual e social. Se temos convicções, a questão é como as relacionaremos com pessoas que têm convicções tão fortes quanto as nossas". Um ambiente democrático saudável depende da existência do diálogo entre os divergentes, e manter essa espécie de debate vivo consiste no desafio que devemos enfrentar nesses novos tempos de vida em rede.
Acadêmico de Direito da Unisinos
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