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Opinião

- Publicada em 26 de Dezembro de 2016 às 15:57

O consumismo e a fome que se alastra no mundo

O sistema socioeconômico construído e adotado pela humanidade desde a Primeira Revolução Industrial, em 1750, possui um padrão de consumo insustentável para um mundo com 7 bilhões de pessoas, como o atual, e mais ainda para a população que se estima que habitará a Terra daqui a poucas décadas, de 9 a 10 bilhões de seres humanos. Isso é o que alertam professores do respeitado Instituto de Física (IF) da USP, no trabalho intitulado Mudanças Climáticas: a Terra daqui a 100 anos.
O sistema socioeconômico construído e adotado pela humanidade desde a Primeira Revolução Industrial, em 1750, possui um padrão de consumo insustentável para um mundo com 7 bilhões de pessoas, como o atual, e mais ainda para a população que se estima que habitará a Terra daqui a poucas décadas, de 9 a 10 bilhões de seres humanos. Isso é o que alertam professores do respeitado Instituto de Física (IF) da USP, no trabalho intitulado Mudanças Climáticas: a Terra daqui a 100 anos.
Segundo eles, quando a China, Índia e África, que juntas têm hoje mais de 3 bilhões de habitantes, resolverem ter o mesmo padrão de consumo dos países desenvolvidos - e isso não vai demorar -, não precisa ser técnico para perceber que não vai dar certo. Precisamos mudar o sistema, afirmam os docentes, um deles referência mundial no estudo da física aplicada a problemas ambientais.
Por isso, mesmo que desdenhado por muitos, como o presidente eleito dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, o maior desafio para a ciência e a humanidade são as mudanças climáticas, pois elas colocam em xeque nossa estrutura socioeconômica e nosso modo de viver.
Atualmente, a humanidade causa a extinção de inúmeras espécies que dividem o planeta com ela, o que é lamentável. Além disso, e o mais problemático, 40 bilhões de toneladas de gases do efeito estufa são lançadas na atmosfera todos os anos, uma taxa que ainda está em ascensão. Isso já gerou um aumento de 1°C na temperatura média do planeta - no Brasil, o aumento foi de 1,5°C a 1,8°C, uma mudança crítica para ecossistemas como a Amazônia. Mais a fome em diversas regiões.
A Floresta Amazônica é um importante recurso para adiar os efeitos das mudanças climáticas, por ser o que se chama de uma bomba biológica, isto é, um grande sistema de retenção de carbono. Isso se dá, porque o tronco das árvores necessita de enorme quantidade desse elemento para se formar.
Porém, os estudiosos dizem que essa capacidade de armazenamento está se esgotando, pois as árvores não crescem para sempre, e árvores novas estão sendo sistematicamente desmatadas. O Brasil desmatou, em um ano, 8 mil quilômetros quadrados de floresta primária na Amazônia, uma quantidade enorme, é claro.
Como a Amazônia, os oceanos também caracterizam uma bomba biológica, em virtude da absorção do carbono pelas algas unicelulares que os habitam. Esse esgotamento da capacidade da retenção de carbono das bombas biológicas é preocupante. Hoje, 30% do gás carbônico absorvido fica retido nas florestas, outros 30% nos oceanos, e o restante é o que se chama de carbono perdido, uma vez que não se sabe para onde vai É possível que parte dele fique presa às nossas roupas, por exemplo.
A questão é que os outros 60% vão deixar de ser fixados pelas árvores e pelos oceanos, então teremos ainda mais gases estufa na atmosfera, agravando o aquecimento global, criticam os professores paulistas do Instituto de Física da USP. O Acordo de Paris, aprovado por 195 países em 2015, embora bem intencionado, é insuficiente, para os técnicos. O acordo prevê uma redução de 32% da emissão de gases estufa com o objetivo de limitar a no máximo 2°C o aumento da temperatura média do planeta.
Os professores do IF da USP afirmam que temos que rever a forma como medimos o sucesso do País. Por que, em vez de relacionar sucesso ao que é produzido pela indústria - estimulando produção e consumo insustentáveis -, não medimos a felicidade da população com o sistema implementado? É para pensarmos.
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