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Opinião

- Publicada em 13 de Dezembro de 2016 às 17:47

O Polo Naval de Rio Grande não pode acabar 

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB), dada a gravidade da situação, deslocou-se até Rio Grande. É que, lastimavelmente, a crise de corrupção que atingiu a Petrobras acabou espalhando estilhaços socioeconômicos em vários lados, acabando na suspensão de novas encomendas de plataformas aos estaleiros do Polo Naval de Rio Grande, aqui no Estado.
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB), dada a gravidade da situação, deslocou-se até Rio Grande. É que, lastimavelmente, a crise de corrupção que atingiu a Petrobras acabou espalhando estilhaços socioeconômicos em vários lados, acabando na suspensão de novas encomendas de plataformas aos estaleiros do Polo Naval de Rio Grande, aqui no Estado.
Na segunda-feira, o polo naval gaúcho sofreu um duro golpe, quando o Estaleiro Rio Grande, da empresa Ecovix, confirmou a demissão de cerca de 3,2 mil funcionários. O número representa mais da metade dos trabalhadores que atuavam nesse segmento na região e sinaliza que, se não houver uma mudança de perspectiva e a realização de novas encomendas pela Petrobras, a sobrevivência dessa indústria no Estado está ameaçada.
Políticos e empresários gaúchos tentarão sensibilizar a direção da Petrobras quanto à situação do Polo Naval de Rio Grande. A insegurança está dominando o setor na Noiva do Mar, e somente com novas encomendas é que a situação poderá ser normalizada. Só assim os empreendedores voltarão a ter confiança para fazer investimentos ou não.
O fato é que a Petrobras está levando as suas encomendas para outras nações, o que é um despropósito, nesta fase aguda de dificuldades socioeconômicas pela qual o Brasil está passando. "A rescisão de contrato era a pior notícia que podia ser dada", declarou o secretário estadual de Desenvolvimento, Fábio Branco, ex-prefeito de Rio Grande.
Ele lembrou os tempos áureos da chegada dos estaleiros com grandes encomendas. "A cidade fez investimentos em torno do polo naval em áreas como a da hoteleira, da habitação, comércio e serviços. Uma prova disso é que, depois da construção dos estaleiros e da entrega da primeira plataforma de petróleo, a P-53, em 2008, dois shopping centers foram erguidos no município. Agora, quando volto a Rio Grande, já percebo lojas e empresas fechadas", lamentou.
"Caos, caos total", assim descreveu a situação o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte, Sadi Machado. A estatal tinha contratado com a Ecovix a concretização de oito cascos de plataformas de petróleo, sendo que três foram entregues, dois foram deslocados para a China para serem concluídos, e os outros três tiveram os acordos cancelados.
Na semana passada, o casco da P-68 deixou o Estaleiro Rio Grande e seguiu para o Estaleiro Jurong, em Aracruz (ES), para iniciar as obras de integração. Para o sindicalista, apesar de a Ecovix não ter uma gestão de qualidade, os maiores responsáveis pelas dificuldades enfrentadas pela indústria naval no Estado são a Petrobras e o governo federal como um todo. Ficaram cerca de 400 empregados nas obras das plataformas P-75 e P-77, que estão sendo desenvolvidas no estaleiro da QGI, e em torno de 2,2 mil colaboradores envolvidos com a demanda da P-74, no estaleiro EBR, em São José do Norte.
Conforme ainda o sindicalista, 85% dos ex-funcionários do estaleiro da Ecovix são da Metade Sul, e não há mercado atualmente para reinserir essa mão de obra qualificada. Os salários desse pessoal variam de patamares de R$ 1,8 mil a R$ 40 mil, e a ausência dessa massa salarial será fortemente sentida pela economia local.
"Para o setor naval se manter, a Petrobras precisa demandar", frisa Machado. O dirigente afirma que quer ser otimista e espera que as demissões não signifiquem o abandono do polo naval. Na atual crise, não poderia chegar uma pior notícia. Unidas, as forças vivas do Estado têm que reagir.
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