Um avião militar russo com 92 pessoas a bordo caiu ontem no mar Negro. Segundo informações do Ministério da Defesa da Rússia, que descarta ação terrorista como a causa da queda, não há sobreviventes. A aeronave, um Tupolev 154 no qual viajavam 84 passageiros e oito tripulantes, desapareceu dos radares cerca de 20 minutos após decolar do distrito de Adler, próxima ao balneário de Sochi, no Sul do país.
O ministro dos Transportes da Rússia afirmou que investigadores estão estudando todas as razões possíveis para a queda do um avião. Em um primeiro momento, autoridades russas haviam rejeitado a hipótese de ataque terrorista. Após ser questionado sobre isso na tarde de ontem , porém, o ministro Maxim Sokolov afirmou que "todo o espectro" de razões possíveis está sendo considerado.
As equipes de resgate já encontraram destroços do avião a cerca de 1,5 km da costa, a uma profundidade de entre 50 e 70 metros. O primeiro corpo foi achado a cerca de 6 km de Sochi, informou o porta voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov. O avião fazia uma viagem de rotina à base aérea russa em Hmeimim, na Síria, vizinha da cidade costeira de Latakia. Ele transportava militares russos e 68 membros da Alexandrov Ensemble, banda militar que iria participar das celebrações de fim de ano na base russa. Nove jornalistas também estavam no voo.
O presidente russo, Vladimir Putin, expressou "mais profundas condolências" às famílias das vítimas. Uma investigação foi aberta para determinar os motivos da queda do avião e para verificar se houve violações de normas de segurança aérea. Os investigadores iniciaram os trabalhos interrogando os técnicos encarregados de preparar a aeronave antes da decolagem.
Segundo relatos, as condições de voo eram favoráveis no momento do acidente. Conforme informações do Ministério da Defesa, a aeronave acumulava 6.689 horas de voo em 33 anos.
À agência russa Sputnik, o presidente do Comitê de Defesa e Segurança do Conselho da Federação, Viktor Ozerov, disse acreditar que a queda da aeronave ocorreu por um problema técnico ou falha humana. Além disso, Putin pediu ao primeiro-ministro, Dmitry Medvedev, para "formar e dirigir uma comissão do governo para investigar a queda do Tu-154", indicou o Kremlin em um comunicado.
Vários Tupolev-154 sofreram acidentes nos últimos anos. Em 2010, uma aeronave deste modelo com 96 pessoas a bordo, entre elas o presidente polonês Lech Kaczynski e altos funcionários, caiu quando tentava aterrissar próximo de Smolensk, no Oeste da Rússia. Todos os ocupantes morreram.