O Parlamento da Coreia do Sul introduziu, nesta quinta-feira, uma moção contra Park Geun-hye, o que deve fazer com que a votação do impeachment da presidente aconteça nesta sexta. Após a aprovação da medida, o voto precisa ser feito entre 24 e 72 horas. O último dia de sessão parlamentar é justamente nesta sexta-feira.
A moção precisa do apoio de dois terços dos votos do Parlamento, que tem 300 assentos. A oposição e partidos independentes têm 172, por isso não deve haver dificuldade em aprovar o impeachment, dizem observadores políticos.
Caso isso aconteça, a Corte Constitucional terá até 180 dias para determinar o fim formal da presidência de Park. Durante este período, a mandatária fica suspensa do cargo, mas não é destituída. O comando da nação será transferido ao primeiro-ministro.
A presidente é acusada de conspirar com uma amiga, Choi Soon-sil, e um ex-assessor para pressionar grandes empresas a doarem recursos para duas fundações criadas para apoiar suas iniciativas políticas. Ela nega qualquer ato irregular, mas pediu desculpas pelo "descuido" em seus laços com Choi.
Filha de um ex-líder militar, Park é a primeira mulher a presidir o país e a segunda governante a enfrentar uma votação de impeachment. Em 2004, os parlamentares votaram pelo impeachment do presidente Roh Moo-hyun, acusado de violações à lei eleitoral. No entanto, o grande escândalo público sobre o caso fez a Corte devolver Roh ao posto dois meses depois. O presidente deixou o cargo em 2009, após cinco anos. Depois, cometeu suicídio em meio a uma investigação sobre corrupção que atingia sua família.