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Geral

- Publicada em 15 de Dezembro de 2016 às 22:37

População de rua da Porto Alegre aumentou 75,8%

Maioria dorme em locais de risco e improvisados, com forte exposição

Maioria dorme em locais de risco e improvisados, com forte exposição


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Isabella Sander
Aguardado desde 2015, o censo sobre o perfil da população de rua de Porto Alegre foi apresentado nesta quinta-feira pela prefeitura e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), contratada para fazer a pesquisa. No levantamento, verificou-se um aumento de 75,8% de moradores de rua na Capital entre 2007 e 2016, passando de 1.203 para 2.115 pessoas. O último estudo foi realizado em 2011, quando havia 1.347 pessoas em vulnerabilidade extrema.
Aguardado desde 2015, o censo sobre o perfil da população de rua de Porto Alegre foi apresentado nesta quinta-feira pela prefeitura e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), contratada para fazer a pesquisa. No levantamento, verificou-se um aumento de 75,8% de moradores de rua na Capital entre 2007 e 2016, passando de 1.203 para 2.115 pessoas. O último estudo foi realizado em 2011, quando havia 1.347 pessoas em vulnerabilidade extrema.
Dos entrevistados, 39,7% se encontravam no Centro; 12%, no bairro Floresta; 7%, no Menino Deus; e os restantes em outros locais da cidade. A grande maioria, 85,7%, é do sexo masculino. O número de jovens nessa condição é menor do que o de pessoas mais velhas - 61,4% dos entrevistados têm 35 anos ou mais. Esse segmento da sociedade envelheceu em relação à pesquisa anterior, na qual 47,2% estava nessa faixa etária.
"Provavelmente, essas pessoas que agora estão mais velhas já estavam nas ruas e permaneceram por terem desenvolvido uma identidade de rua. Os jovens, por outro lado, estão menos nessa situação, possivelmente por estarem acessando mais os serviços e as políticas públicas do município", observa o professor da Ufrgs Ivaldo Gehlen, um dos coordenadores da pesquisa.
Um dado que chama atenção é a longa permanência dessa população nas ruas. Enquanto 25,2% estão há menos de um ano nessa situação, 45,7% estão até 10 anos sem moradia. Mais alarmante ainda é a informação de que há 29,2% de pessoas em condição de rua há 10 anos ou mais, sendo 9,9% há mais de 20 anos.
Outro dado significativo é relativo aos locais onde essas pessoas pernoitam. Em 2007, as calçadas eram as mais procuradas, por 20,5%, seguidas pelas praças (18,9%) e pelos albergues da prefeitura, acessados por 18,9%. Em 2016, os albergues ficaram em primeiro lugar, com 23,7% procurando como primeira opção o serviço, seguidos pelas calçadas (23,2%) e pelas praças (14,9%).
No entanto, mais da metade dessa população (52,1%) ainda dorme, cotidiana e prioritariamente, em locais de risco e improvisados, e com forte exposição ao ambiente natural. "As alternativas para as pessoas em situação de rua precisam ser melhor preparadas e investidas, pois grande parte delas ainda fica na rua mesmo", destaca a professora Patrice Schuch, da Ufrgs, que coordenou a pesquisa juntamente com Gehlen.
Patrice aponta que 32,5% da população de rua revelou, como motivo para sair de sua residência, situações diversas relativas à instabilidade familiar. Em segundo lugar, 24% justificaram suas condições em função de questões relacionadas ao consumo de álcool e drogas. "O problema financeiro só apareceu como principal motivação em 10% das situações. Houve um decréscimo da questão material se comparado com a pesquisa feita em 2007", revela a professora.
O censo será utilizado pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) para a qualificação das políticas públicas voltadas para essas pessoas.
Além da pesquisa feita pela Ufrgs, outras três serão entregues até a segunda quinzena de março, sendo uma sobre crianças e adolescentes em situação de rua, outra sobre as condições do serviço de atendimento a essa parcela da sociedade e a terceira sobre os trabalhadores da rede de serviços responsável pelo atendimento.
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